8 de maio de 2024 16:55

Moradores cobram solução para cratera aberta na Rua Frei Leopoldo; mulher é tomada pela emoção em sessão pelo drama vivido

A incerteza, a insegurança e o desalento contagiaram os vereadores na sessão desta quinta-feira (15).  Cansados da espera por uma solução para uma cratera de mais de 100 metros de profundidade, na Rua Frei Leopoldo, no Bairro Santa Efigênia, em Lafaiete (MG) aberta pelas chuvas torrenciais de janeiro deste ano, interditando 5 casas, e com riscos de novos deslizamentos, os moradores buscaram no Legislativo apoio às suas reivindicações. No início deste ano eles foram obrigados a deixar suas residências às pressas devido à possiblidade de reincidências de desastres naturais e movimentações geológicas.

Com cartazes e na esperança de uma resposta de um alento ao drama vivenciado diariamente há 9 meses, eles ouviram discursos inflamados de apoio e respaldo.

“É lamentável esta situação”, disse Professor Eustáquio Silva (PV). “Somos 13 vereadores e temos que reagir. Isso já tinha que estar resolvido e não é favor”, comentou Pedro Américo (PT). “Precisamos de uma cobrança mais incisiva pelo apavoramento dos moradores”, pontou Pastor Angelino (PP). “Muito tempo, poucas respostas”, manifestou Sandro José (PROS).

“Precisamos de compaixão com estas pessoas. O Executivo tem de dar uma resposta. É muita inércia. É projeto, é tomada de preço, é licitação. Não aguento mais isso. As coisas estão perdendo o controle”, disparou o Líder do Governo, João Paulo Pé Quente (sem partido). O Vereador Vado Silva (DC) interferiu nas discussões. “O prefeito é que deveria estar aqui. Isso é responsabilidade única do Executivo”.

Já o Presidente da Câmara, Vereador Oswaldo Barbosa (VP) reconheceu que a urgência de uma solução e que deveria ser cobrada com mais veemência. “Precisamos de empatia. Colocarmo-nos no lugar do outro”, comentou Pastor Angelino.

Reunião

Apesar das críticas ao Executivo, não faltou solidariedade aos moradores. O tema ainda rendeu ainda mais discussões após a leitura do requerimento da Vereadora Damires Rinarlly (PV) cobrando uma resposta urgente sobre prazo para as obras de contenção da cratera que avança sobre as casas. Ao mostrar também sua indignação, a edil pediu respeito alertando sobre a chegada do período das chuvas. Ela citou que em abril, recebeu uma informação da secretaria de obras, em uma reunião com moradores, de que em 6 meses, a obra estaria concluída. “Tudo ainda está no papel e precisamos de uma resposta prática”.

O Vereador Fernando Bandeira (sem partido) também pediu agilidade e ao final das discussões, o Vereador Erivelton (Patriotas) propôs o agendamento de reunião com o Executivo.

Emoção

Durante as discussões no plenário, a emoção tomou conta da moradora da Frei Leopoldo, Renata Cordeiro, que soltou lágrimas diante do drama vivido. Sua casa está a menos de 30 metros da cratera. O temor de novos deslizamentos, o medo e a insegurança aterrorizam sua família.

Quando nossa reportagem esteve junto aos moradores, na semana passada, Renata era uma das mais tomadas pela vigília da incerteza. O medo é tanto, que diariamente ela mede com uma tampa de caneta o tamanho da fissura que vai se abrindo no muro da sua casa. “Após a queda do barranco, novas rachaduras foram abrindo na rua e muitas casas, o que significa que há movimentação da terra. Isso nos preocupa e nos deixa apreensivos. Minha vida se encontra baseada em uma tampa de caneta. Sinto como se eu tivesse com prazo de validade para sair daqui. Só quem passa por isso diretamente sabe o quanto é triste e difícil” sentenciou Renata que levou a Câmara um cartaz com um fato que sintetiza o momento pelo qual vem vivenciado.

Problema antigo

Os moradores relataram que o problema da Rua Frei Leopoldo vem desde 2012 quando através de um estudo de setembro de 2012, mais de 10 anos antes a queda do barranco, foi diagnosticada a região como uma área de alto risco geológico já antecipando a urgência de uma ação diante de riscos de movimentos e de enchentes.

O terreno onde fica a Rua Frei Leopoldo foi caracterizado com uma grande vossoroca e evidenciava que o terreno é instável e que o descarte irregular nas águas pluviais acelerava a processos erosivos no local já com histórico de deslizamentos.

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