O Diário Oficial da União publicou portaria nº 265, de 10 de outubro, das Fundação Cultural Palmares, certificando Campinho como comunidade Quilombola O trabalho desenvolvido de resgate social, cultural e histórico das professoras da escola municipal Dona Maria de Oliveira, foi decisivo nesta conquista de titularidade que valoriza o sentimento de pertencimento.
O processo de identidade do grupo acontece desde de 2019. A importância da preservação desse patrimônio assegura a potencialização de sua capacidade autônoma, seu desenvolvimento econômico, etnodesenvolvimento e a garantia de seus direitos territoriais. O reconhecimento de uma comunidade como quilombola ocorre por meio do processo de autodeclaração, assim como das pessoas que pertencem àquele grupo
História
O Bairro Campinho tem fortes tradições religiosas e das mais antigas de Congonhas, como a Festa de Santa Cruz que celebra a fé cristã e a proteção divina.
O Dia da Santa Cruz é celebrado em 3 de maio e, conforme registro no livro de Tombos da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, essa tradição é mantida em Congonhas, desde 1915, por duas comunidades ex-quilombolas: Campinho e Barnabé.
Geralmente adornadas com flores, retalhos, papel crepom ou de seda, as cruzes são colocadas nas fachadas das casas, sempre junto à porta principal, onde permanecem durante todo o ano. Os adereços são pendurados para proteção divina, para afastar a fome e a doença, além de afugentar todo o mal e as energias negativas.
As cruzes enfeitadas e os terços de contas de lágrimas são os únicos artesanatos deferidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e outros órgãos do Estado, com venda permitida no Museu de Congonhas.
A tradição das cruzes traz boas recordações para a Colaboradora da Pastoral Comunitária do Barnabé e idealizadora, Graça Reis, que, desde a infância, se relaciona com o culto à Santa Cruz.