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Avó de bebê que teria morrido por falta de UTI Neonatal comemora conquista de 15 leitos de semi intensivos em Lafaiete

Eram por volta das 9:00 horas, do dia 21 de agosto de 2021, os familiares Amirie Agatha receberam a notícia da morte da recém-nascida. O parto aconteceu no Hospital Queluz, em Lafaiete. A perda prematura foi atribuída a ausência de UTI Neonatal para atender casos mais graves. São inúmeros relatos de dramas vividos pelos país sobre falta de estrutura para atendimentos a casos mais graves de recém nascidos e falta de leitos de UTI em Lafaiete.

Na mesma época de Amirie (foto), nossa reportagem recebeu o depoimento do pai de um bebezinho de nome Bernardo Davi São José Matosinhos. O lafaietense Ramon Matosinhos da Silva contou que seu filho nasceu de 8 meses (34 semanas) no Hospital Queluz, no dia 23 de janeiro de 2021.

Pelo fato de ser prematuro e ganhar peso, ele foi transferido para CTI Neonatal da Santa Casa em Barbacena onde ficou internado por 74 dias e completou com 7 meses de vida no dia 23 de agosto. O bebê teve uma perda auditiva, paralisa cerebral com atraso de desenvolvimento, autismo, epilepsia e faz uso anticonvulsivo.

Outro caso

A falta de CTI Neonatal também tornou a vida de uma família um drama, quando na madrugada de 8 de agosto de 2021, Josielly Emílio sentiu fortes dores provenientes de contrações, quando foi encaminhada do Hospital de Senhora de Oliveira ao Queluz em Lafaiete

Por volta das 10:45 horas, ela deu à luz ao bebê Heitor Emílio Vicente Goulart por cesárea. Segundo a mãe, ele nasceu prematuro com 37 semanas.Por volta das 16:00 horas, a equipe médica informou que ele estava ofegante e com falta de ar quando foi transferido para a incubadora.

Já no dia 9, a saúde do recém-nascido foi complicando quando o hospital iniciou a busca de CTI Neotal para a sua transferência. No dia seguinte, após procura por vaga para o pequeno Heitor, por volta das 19:00 horas, o SAMU chegou ao Queluz para encaminhá-lo para Santa Casa de Barbacena. Porém quando foram levá-lo para da incubadora do Hospital para a ambulância, Heitor não resistiu e faleceu prematuramente com poucas horas de vida.

Vitória

A partir da tragédia, a avô da bebê Amirie, conhecida como “Gena Costureira, iniciou uma luta e uma mobilização para que a cidade fosse contemplada com a UTI Neonatal. O Movimento Mães de Queluz” ganhou protagonismo e arregimentou diversos setores na busca desta conquista que iria salvar vida.

Mais de um ano depois, o Governo do Estado anunciou a instalação no Hospital Queluz de 15 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCINco), também conhecidas como conhecidas como Unidades Semi-Intensiva (CI). Elas são em unidades hospitalares destinados ao atendimento de recém-nascidos considerados de médio risco e que demandem assistência contínua, porém de menor complexidade do que na UTIN.

Muitos pacientes admitidos na UTI podem ser direcionados para uma UCI, que dispõe dos recursos necessários para o atendimento do paciente crítico com a mesma qualidade de uma UTI, associados à otimização dos recursos humanos e tecnológicos. A implantação da UCI depende agora das adaptações da estrutura do Queluz para receber os 15 leitos e compra de equipamentos, via licitação, e a contratação da equipe médica para iniciar a operação que deve ocorrer ao longo de 2023.

Reação

“Eu estou muito feliz! Eu lutei muito por isso foram dias de muita oração e jejum. Ainda iremos mais longe. Eu vejo isso como um avanço na missão da Amarïe Aghata aqui nessa terra. Ela era uma luz que veio pra brilhar nesse mundo. E nunca irar ser apagada”, disse Gena Costureira à nossa reportagem ao receber a notícias da implantação da UCI no Queluz.

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