Cercada de belo casario, pela bela e imponente igreja matriz setecentista de Santo Antônio, o sobrado do Vigário Manuel Ribeiro Taborda, também conhecido como Casarão do Padre Taborda, a 3ª edificação do Município, datado de 1768, a Praça da Matriz em Itaverava é um tesouro tombado o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) há mais de 30 anos e também pelo patrimônio municipal.
A fachada da igreja foi alterada no início do século atual (acréscimo de vãos, decoração e substituição da cobertura das torres), conserva na decoração interna, 1758 (início da talha do altar do Rosário) e 1824 (conclusão da talha e pintura), um dos raros exemplos brasileiros de interior rococó, onde a talha, pintura e imaginária constituem um todo integrado. Merece destaque a pintura do forro da capela-mor, atribuída ao Mestre Manuel da Costa Athaíde.
ocalizado ao lado da Matriz de Itaverava, o antigo sobrado foi construído na segunda metade do século XVIII e pertenceu ao primeiro vigário colado da paróquia de Santo Antônio da Itaverava, Padre Manoel Ribeiro Taborda. Internamente, diversos forros apresentam pintura ornamental atribuída ao Mestre Athaide.
O tombamento nacional da Praça da Matriz ocorreu em 1993 e abrange também o conjunto de edificações em torno do sobrado e da igreja matriz que conserva a fisionomia e a volumetria que caracterizam o ambiente urbano colonial da cidade.
Em setembro de 2021, foi inaugurado um monumento dedicado a descoberta da primeira pepita de ouro, localizada em Itaverava (pedra brilhante) em 1694, oficializada a Coroa Portuguesa. A façanha coube ao Bandeirante português Bartolomeu Bueno de Siqueira, que ao tentar a sorte de encontrar ouro em Minas, se embrenhou na Bacia do Rio e apurou 43 gramas de ouro em suas bateias.
Preservação
Apesar as intervenções na preservação da originalidade da Praça da Matriz se fazem necessários mais recursos inclusive no Casarão do Padre Taborda para a sua total recuperação.
Mas ao longo dos últimos 20 anos, a Praça passou por reforma em seu piso original com a substituição por asfalto. As obras, apesar de aceitas pela comunidade, descaracterizaram o núcleo tombado pelo IHAN. Foram camadas e camadas de asfalto sobrepostas que elevaram o nível d arua e está prejudicando a drenagem das águas das chuvas, fazendo com que elas atinjam os imóveis de interesse histórico. Quando chove de forma mais intensas as casas são invadidas pelas chuvas.
A denúncia chegou ao Ministério Público em Lafaiete, através da curadoria de Patrimônio Histórico, quando iniciaram conversas para avaliar a possibilidade de contratar uma empresa para fazer a requalificação do núcleo urbano atingido.
Por outro lado, a prefeitura já estuda a viabilidade de resgatar a originalidade do núcleo histórico. “O asfaltamento é um pleito antigo dos moradores do entorno, mas o Município vai se esforçar para encontrar a melhor alternativa para alinhar a preservação cultural e o bem estar dos moradores”, disse a prefeitura.