Orçado em R$46 milhões, o viaduto da Cachoeira, em Conselheiro Lafaiete (MG), mais uma vez foi alvo de contestações em torno de sua logística viária. Projetado para mão única, sentido centro a BR 040, a obra faz parte Plano de Investimentos da MRS para a renovação da concessão da empresa, aprovada em julho de 2022, porém suscita dúvidas na trafegabilidade.
“Infelizmente vindo da BR 040, serei obrigado vir ao centro para depois chegar em casa”, protestou o Vereador Renato Pelé (Podemos). As obras do novo elevado já iniciaram, mas falta mais transparência sobre o trânsito em seu entorno. “Sou procurado diariamente por populares e moradores de diversos bairros que serão impactados. Eles estão preocupados. Mas isso não vai funcionar. Foram feitos estudos, mas quem vier em direção da rodovia terá que ir ao centro para acessar os bairros como Cachoeira, Santo Agostinho, Siderúrgico e outros. Fizemos reuniões, mas nada definido sobre as dúvidas Ele terá 7 metros em sua pista e não suportará mão dupla. O viaduto não vai funcionar como precisa e como a comunidade necessita. O que nos resta é embargar esta obra até que as informações fiquem claras a comunidade e tragam seguranças aos lafaietenses”, pontuou. “Imagine se alguém passar mal e precisar de atendimento nestes bairros afetados? O trânsito não vai ajudar em nada e vai piorar. A população precisa ser ouvida e não foi”, comentou Pedro Américo (PT).
Para o vereador Sandro José (PRTB), a obra tem de atender a comunidade e não os interesses da MRS. “O projeto foi aprovado na prefeitura e estão temos que convocar o secretário de planejamento para nos explicar estas situações, de estrutural, de trânsito, de trafegabilidade, do sistema viário, etc. De mais, que ele venha para atender a comunidade como merece e não como a empresa quer. Não sei se uma audiência pública vá resolver algo, pois já está definido e aprovado no projeto”. “O projeto tinha que ser discutido antes de ser aprovado. Não sei de embargar seria a alternativa”, assinalou Vado Silva (DC).
“Temos que cobrar explicações, mas um projeto desses não é feito a olho. Não podemos aqui ficar levantando hipóteses, em cima de falácias, sem conhecer o projeto”, considerou André Menezes (PL). Para o Vereador Oswaldo Barbosa (PV) faltou planejamento à obra. “Vejam o que fizeram no rotor da avenida. Uma obra sem serventia alguma”, criticou.
Os vereadores aprovaram a convocação de representantes da prefeitura para discutir a situação do viaduto. “Do jeito que está, não pode ficar. A comunidade está se sentido prejudicada e sem clareza do projeto e da obra. Se ela é a maior beneficiada, que seja ouvida”, finalizou Pelé.
MRS, prefeitura e MPMG
Nossa reportagem ouviu diversos setores envolvidos diretamente na construção do viaduto da Cachoeira. “Houve reuniões entre Ministério Público, Administração Municipal, MRS e representantes do Bairro Cachoeira, a fim de serem conhecidas a estrutura do novo viaduto e as possibilidades de circulação após a sua execução. A administração municipal ainda irá apresentar todas as intervenções de trânsito que ainda serão feitas, não apenas no entorno do viaduto, para definição das rotas a serem utilizadas pelos condutores”, informou o Promotor Glauco Peregrino.
Já a Prefeitura disse que desconhece questionamentos em torno da logística do novo elevado, mas considerou que há possibilidade do viaduto seja em mão dupla e disse que pode haver mudanças no trânsito para beneficiar a trafegabilidade e a segurança.
“As alterações no trânsito local durante o período das obras estão sendo estudadas pela Secretaria de Trânsito do município. As demais informações a respeito dos fluxos, como o sentido de circulação de veículos no novo viaduto, serão divulgadas em momento oportuno e que para apuração dos detalhes da circulação, recomendamos acionar a Prefeitura Municipal de Conselheiro Lafaiete”, comentou a MRS..
A obra
O prazo estimado para a conclusão da obra é julho de 2024. O objetivo com a intervenção é entregar à população de Conselheiro Lafaiete um elevado, com extensão aproximada de 160 metros, e ofertar um melhor fluxo viário, e maior segurança aos que transitam na região dado que as passagens em nível nas imediações serão fechadas para o trânsito de veículos com o novo viário. Nesses locais, as travessias para pedestres serão mantidas.
As equipes de engenharia começaram os trabalhos com a montagem do canteiro de obras, central de armação, carpintaria e com o serviço de sondagem do terreno, que consiste em uma análise do local onde será realizada a obra, por meio de uma amostragem do solo e avaliações específicas em campo.