27 de abril de 2024 13:43

Caso Rafaela: família denuncia ‘descaso’ da Polícia Civil

Primeiro a dor, depois a ansiedade misturada à agonia. Esses os sentimentos experimentados por Aldair Drumond, pai da escrivã Rafaela Drumond, que tirou a própria vida no último dia 9 de junho, após denunciar casos de assédio moral e sexual, por parte do delegado chefe da Delegacia de Carandaí, no Campo das Vertentes.

Segundo o pai da escrivã, até hoje, a Corregedoria de Polícia Civil de Minas Gerais não deu qualquer posição sobre a perícia realizada no celular de sua filha.

“É um total descaso com a família de Rafaela. Nossa advogada, que a família contratou para acompanhar o caso, nos disse ontem (segunda-feira, 21/8) não ter qualquer informação sobre o andamento da perícia e muito menos do caso. Existe, sim, uma grande falta de respeito”, diz Aldair. Questionada sobre o andamento do caso, a Assessoria de Comunicação da Polícia Civil afirma por meio de nota “prossegue sob sigilo, na Corregedoria-Geral da Polícia Civil (CGPC), o inquérito policial instaurado para apurar as circunstâncias da morte da escrivã de polícia Rafaela Drumond”.

A nota diz ainda que “a PCMG esclarece que os dados do telefone celular da servidora estão sendo analisados pelo Instituto de Criminalística. Após a finalização do exame pericial, o laudo será encaminhado à Corregedoria Geral de Polícia Civil (CGPC). Os autos do inquérito foram judicializados e submetidos à análise do ministério público. A investigação tramita estritamente dentro do prazo concedido pelo poder judiciário. Outras informações serão repassadas após a conclusão do inquérito policial”.

Denúncias contra investigador e delegado

O investigador Celso Trindade de Andrade, apontado pela família de Rafaela como um dos responsáveis pelo assédio que ela vinha sofrendo na delegacia, e o delegado Itamar Cláudio Netto, que tinham sido denunciados pela escrivã, através de vídeos e mensagens de celular, de assédio moral e sexual durante o trabalho foram transferidos duas vezes de delegacias.


Primeiro, eles foram realocados na Delegacia Regional de Conselheiro Lafaiete. Posteriormente, menos de um mês depois, foram novamente transferidos. O investigador foi realocado para Congonhas, e o delegado, para Belo Vale, todas as cidades na Região Central de Minas.

O investigador, porém, está afastado graças a um atestado médico, obtido em meados de julho.

  • EM

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