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Surto e medo: Prefeitura investiga morte de três crianças após dor de garganta

As causas da morte de três crianças, de 3, 10 e 11 anos, nos últimos dois meses, em São João del Rei, na região do Campo das Vertentes, são investigadas pela Secretaria Municipal de Saúde de São João del Rei. O assunto foi discutido em reunião da pasta com o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) – ligado à Secretaria de Estado de Saúde de Minas (SES-MG), nessa segunda-feira (23). Moradores afirmam que as mortes estariam ligadas a contaminação por bactéria do tipo streptococcus. 

Segundo a prefeitura da cidade, outras quatro crianças estão internadas e são acompanhadas pela vigilância em saúde. Conforme a pasta, há relatos ainda de pequenos que apresentam sintomas como amigdalite, febre, vômito, manchas ou erupções na pele, que passaram, em sua maioria, por avaliação médica na rede pública ou privada, e que se encontram estáveis. Diante da repercussão, a prefeitura da cidade afirmou que vai divulgar uma nota técnica sobre todo o histórico ocorrido no município, bem como informações importantes e detalhadas sobre a bactéria, forma de contágio e medidas de segurança.

O cenário tem deixado pais e familiares de alunos desesperados. Revoltadas e alegando falta de atendimento pediátrico na cidade, algumas mães se mobilizam para um protesto nesta terça-feira (24). Integrante do grupo, Andreia Pereira Donato, de 43, afirma que tudo começou há pouco mais de um mês, quando um menino, de 11, passou mal na escola com dor de garganta e vômito.

Ele foi levado a Upa da cidade, onde o médico receitou analgésicos e antibiótico. No dia seguinte, a criança piorou e foi internada na Santa Casa da Cidade, onde morreu dias depois. “Logo depois veio o caso de uma menina de 3 anos que morreu após ter os menos sintomas, ela teve ainda febre alta e marcas arroxeadas pelo corpo”, conta. O último caso, segundo Andreia, ocorreu nesta segunda (23), quando uma menina de 10 anos morreu também com sintomas semelhantes. O enterro da criança está marcado para às 10h desta terça (24), no Cemitério Nossa Senhora das Mercês.

Contaminação por bactéria

A moradora explica ainda que médicos afirmaram que os casos estariam ligados a contaminação por um tipo de bactéria do tipo streptococcus. Andreia afirma que há relatos de diversos pais sobre o adoecimento de dezenas de crianças com os mesmo sintomas, que estariam em tratamento em casa. Diante dos casos, pais de crianças estão com medo de levar seus filhos para a escola. Avô de uma menina de 3 anos, Andreia conta que não tem levado a neta para o colégio. 

“Eu não estou mandando minha neta para escola. Parece que a prefeitura não levou o problema. Nós queremos uma atitude urgente. Eles pediram para mandar as crianças para a escola com máscara e usando álcool em gel, mas isso é pouco. Queremos o fechamento das escolas por quatro dias, e que façam uma dedetização do local”, cobra.

Solidários à dor dos familiares das três vítimas, as mães organizaram uma manifestação para esta manhã. O ato está marcado para às 10h, em frente a prefeitura da cidade. Entre as reivindicações está a disponibilização de atendimento pediátrico e o fechamento temporário da escola. 

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde pediu calma à população e garantiu que “não está enfrentando um surto”. Segundo a pasta, o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) – ligado à Secretaria de Estado de Saúde de Minas (SES-MG) – afirmou que não há critérios “cientificamente comprovados para fechamento das escolas”. 

A secretaria pede ainda aos pais que, diante de qualquer sintoma, não encaminhe as crianças para suas atividades escolares e busque atendimento médico. “Nós, da Secretaria Municipal de Saúde, estamos realizando estudos sobre esses casos para chegarmos a um diagnóstico. Já existe um fluxo de atendimento, com os profissionais da rede, para o manejo dos casos supracitados”, garantiu.

A pasta afirma ainda que, até o momento, as mortes das três crianças não estão correlacionadas  e que a investigação ainda está em curso. A secretaria afirma ainda está tomando todas as providências para que o mais rápido possível elas sejam sanadas. A reportagem questionou a Secretaria de Estado de Saúde de Minas (SES-MG) e aguarda retorno.

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