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Doença misteriosa em São João del-Rei: SES descarta risco à população

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou, nesta terça-feira (24/10), que não há critérios que comprovem surto ou risco à saúde da população de São João del-Rei, na Região do Campo das Vertentes, em razão da doença desconhecida que provocou a morte de três crianças no município nos últimos dois meses.

O órgão afirmou ainda que não há nenhuma evidência epidemiológica que justifique a alteração na rotina das atividades da população, segundo as recomendações do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs Minas).

A secretaria informou também que acompanha, junto à Unidade Regional de Saúde e à prefeitura da cidade, os três casos de morte registrados recentemente. Segundo o órgão, amostras estão sendo analisadas em laboratório. “É importante ressaltar que as investigações epidemiológicas são realizadas de forma rotineira pelo Cievs Minas.”

Nesta quarta-feira (25/10), a secretaria vai ministrar treinamento para os médicos da rede assistencial do município “para orientar a rede de saúde na detecção e tratamento oportuno de casos suspeitos de infecção, com a identificação dos devidos diagnósticos. Em casos de sintomas como febre e garganta inflamada, a orientação é procurar uma Unidade Básica de Saúde para diagnóstico correto e tratamento adequado.”. A SES reforça que o melhor meio de informação para a população são os canais oficiais, evitando o compartilhamento de notícias falsas.

Aulas canceladas

O prefeito de São João del-Rei, Nivaldo Andrade, disse que o Executivo municipal está trabalhando para descobrir a causa da doença que matou as crianças e determinou o fechamento de todas as escolas. 

Mais cedo, mães de alunos fizeram uma manifestação em frente à prefeitura cobrando providências das autoridades e a suspensão das aulas, já que os estudantes são as principais vítimas.

Santa Casa em São João del Rei — Foto: UFSJ/Divulgação

Sobrecarga na saúde

Os moradores de São João Del Rei, na Região Central de Minas Gerais, se queixam do atendimento da rede de saúde pública na cidade, depois que uma bactéria atingiu crianças do município. As principais reclamações estão relacionadas à sobrecarga de pacientes e à falta de pediatras na rede pública.

Aline Teixeira, moradora da cidade, conta que o filho, de 9 anos apresentou uma dor de cabeça na escola e, diante da preocupação geral com a doença, quando buscou a criança, foi com ele para a Santa Casa de Misericórdia de São João Del Rei. Lá, a mãe foi informada de que se tratava de uma alergia, mas ela questionou o diagnóstico: “Não tinha condições de ser uma alergia”.

Assim como as outras crianças infectadas, o filho de Aline apresentava febre, vômito, manchas e infecção na pele. Os medicamentos receitados foram para alergia e dores de cabeça e de garganta, que não resolveram o problema. A mãe voltou à Santa Casa e se deparou com o local lotado.  “Chegando lá, estava lotado de crianças passando mal. São João del-Rei está um caos, de tanta criança doente”, relata Aline. A solução foi recorrer ao sistema de saúde de Barbacena, onde foi solicitada uma bateria de exames: de sangue, urina e fezes, confirmando que se tratava de uma bactéria. 

Além disso, Aline relata que a rede de saúde pública não tem médicos pediatras, tanto na Unidade de Pronto Atendimento quanto na Santa Casa, e os pediatras da rede particular estão com a agenda cheia. “Só tem vaga para a semana que vem, então tenho de adivinhar que meu filho vai passar mal e marcar a consulta para a próxima semana?”, questiona.

Nas redes sociais, um internauta comentou sobre o caso: “Acho um absurdo não ter pediatras de plantão nos postos de saúde nem nos hospitais. A saúde aqui em São João vai de mal a pior mesmo”, reclamou.

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