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Relembre 7 grandes vacilos da Volkswagen no Brasil

Volkswagen acaba de lançar o Tiguan com prazo de validade, mas esse foi só um dos muito equívocos que a montadora cometeu no Brasil

Se alguém te falar que a Volkswagen não é uma marca de sucesso no Brasil, pode mandar internar. Em 70 anos, a fabricante alemã coleciona sucessos e se vale de uma reputação por aqui que talvez não tenha no mesmo nível nem em casa. Mas isso não quer dizer que a Volks seja imune a vacilos e tropeços.

O mais recente é o relançamento do Tiguan no Brasil. Isso porque a marca passou a importar o SUV médio com prazo de validade. O modelo que desembarca aqui por R$ 280 mil é o que sofreu uma reestilização quase dois anos atrás e dará lugar a uma nova geração em 2024.

Mas calma que tem mais vacilos da Volkswagen no Brasil. Nada que macule, é verdade, a trajetória vencedora de uma marca que emplacou dezenas de carros de sucesso – entre eles o de maior produção da história da indústria nacional. Porém, os equívocos também fazem parte da história de qualquer empresa.
Relembre agora 7 vacilos que a Volkswagen cometeu no Brasil.

  1. Zé do Caixão e os vacilos da Volkswagen

O “Zé do Caixão” chegou com quatro portas, uma praticidade que era condenada nos anos 1960 O “Fusca de quatro portas” nem pode ser chamado de vacilo em vendas, pois teve 38 mil unidades produzidas em pouco mais de três anos. Só que uma sequência de intempéries e erros estigmatizam o sedã em sua curta vida no mercado brasileiro.
Para começar, um sedã quatro portas nos anos 1960 virava facilmente “carro de táxi”, e foi o que aconteceu com o VW 1600.
Pior: projeto 100% nacional, o modelo tinha um design que não agradou à maioria. Foi apelidado de Zé do Caixão em alusão ao formato da carroceria três-volumes, que lembrava um ataúde.

Como desgraça pouca é bobagem, a ala de pintura da fábrica de Anchieta foi atingida por um incêndio no fim de 1970. A produção do sedã teve de ser suspensa.

2. Hiato do Voyage

Um dos vacilos gritantes da Volkswagen foi ter deixado o segmento de sedãs compactos de bandeja para GM e Fiat durante mais de uma década. Isso porque a marca alemã abriu mão de fazer o Voyage em cima da segunda geração do Gol, chamada de Bolinha, lançada em 1994.
Em vez de investir no projeto – um protótipo foi apresentado na matriz -, o board da Volks naquela época acreditou que o Polo Classic produzido na Argentina daria conta do legado do Voyage.
Nem é preciso dizer que o carro foi um fracasso. Ainda teve o Polo Sedan brasileiro nos anos 2000, mas este brigava em um patamar mais caro dos compactos.

Enquanto isso, os rivais se fartaram em um segmento que cresceu exponencialmente entre os anos 1990 e o início do milênio. Só a GM chegou a ter três sedãs pequenos simultâneos neste período e a Fiat, outros dois.
O Voyage só voltou em 2008, no embalo da terceira geração do Gol. Feito sobre a plataforma do Fox, chegou com um conceito velho de sedã: entre-eixos curto e pouco espaço no porta-malas.
Virou carro de frotista e locadora até se despedir, em 2022.

3. Posicionamento do up!

O VW up! era uma referência em engenharia, mas a marca vacilou demais ao salgar no preço do carrinho

Um subcompacto feito sobre uma plataforma moderna, com bom nível de segurança, novos motores três-cilindros e até com opção de turbo e a robustez da engenharia alemã. O up! tinha tudo para dar certo no Brasil, mas a Volkswagen vacilou com o posicionamento do simpático carrinho.
Lançado em 2014, o up! já começou de forma estranha ao ter preços muito próximos aos do Gol e Fox. Mesmo assim, somou mais de 110 mil unidades nos dois primeiros anos de mercado brasileiro. O que também resultou em uma canibalização do Gol, que custou a liderança de 28 anos do veterano hatch.

O caldo entornou depois que o up! subiu na tabela. Mesmo sendo mais moderno, o consumidor brasileiro compra carro na fita métrica e o fato de o subcompacto ficar mais caro que o um carro maior – no caso, o Gol – foi crucial para o pequenino modelo, que teve a produção encerrada em 2021.

4. Fox decepa dedo

O Fox engrossou a lista de vacilos da Volkswagen ao projetar porcamente o rebatimento do compacto, que era uma guilhotina para os dedos

Tudo ia bem com o Fox, hatch altinho lançado em 2003 que logo começou a figurar entre os modelos mais vendidos do país. Mas a Volkswagen vacilou feio quando, em 2004, começaram a surgir casos de donos do compacto que tiveram os dedos parcialmente decepados após tentarem acionar o sistema de rebatimento do
encosto traseiro.
Localizada no porta-malas, a alça que fazia o rebatimento ficava presa a uma argola. Ao tentarem puxar a peça que travava o banco corrediço, pelo menos 37 pessoas perderam parte do dedo.
O vacilo da Volks foi além de não ter feito logo um recall para corrigir o problema, mas também de jogar a culpa nos clientes. Só
que o Ministério Público entrou no circuito e o caldo entornou para a marca: multa de R$ 3 milhões e recall de mais de 800 mil unidades dos modelos Fox, CrossFox e SpaceFox.

5. Amarok com câmbio manual

A Volkswagen, quando lançou sua primeira picape média, vacilou em combinar o motor TDI 2.0 com caixa manual e não automática

A primeira picape média da Volkswagen foi uma grata surpresa para o mercado. Menos desengonçada que as rivais e com comportamento de sedã, direção direta e isolamento acústico eficiente, se garantiu também num conjunto mecânico que garante desempenho forte e conforto.
Só que, pasmem: a história da Amarok no Brasil começou apenas com câmbio manual. Lançada em 2010, a picape ficou dois anos com esta única opção de transmissão – a automática só surgiu em 2012, e inicialmente em uma única versão mais cara. Um mau começo em um segmento onde a maioria dos portfólios das rivais já era de ATs.

6. Kombi com motor diesel

O motor da Kombi diesel era derivado do AP e foi uma tragédia de mercado

Principal veículo comercial do mercado brasileiro nos anos 60 e 70, a Kombi ganhou uma versão diesel em 1981 que se mostrou um grande vacilo da Volkswagen no Brasil. A opção do furgão era equipado com motor 1.5 refrigerado a água, o mesmo do Passat que era exportado para o Iraque
O desempenho decepcionou de cara os clientes da Kombi. A fabricante tentou consertar o erro ao trocar o 1.5 pelo 1.6, e aproveitou para estender a opção diesel para as configurações picape. De nada adiantou. Com reclamações de superaquecimento e má fama no mercado, essa foi a única Kombi que naufragou em
vendas.

7. Um Golf fora de hora

Golf GTE foi o primeiro híbrido da marca no Brasil, mas chegou depois que tinha sido aposentado na Europa

A Volks já tinha cometido vacilo parecido como este em relação ao Tiguan com o Golf GTE. Em 2019, para mostrar que tinha alguma estratégia de eletrificação naquele momento, trouxe um lote de 100 unidades da versão híbrida da sétima geração do hatch médio.
Detalhe é que o Golf VIII já tinha sido mostrado na Europa. E a montadora havia acabado de encerrar a produção do Golf VII em São José dos Pinhais, no Paraná. Além dos mais, trouxe esse lote de híbrido e ficou por isso mesmo em termos de transição energética. Apenas recentemente passou a fazer apresentações de
sua linha de elétricos

FONTE AUTO PAPO/ UOL

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