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Reflexões: Dragão, símbolo pagão presente no Santuário de Bom Jesus

A inserção do dragão, uma figura pagã na Basílica Menor do Senhor Bom Jesus, em Congonhas, suscita reflexões sobre a coexistência de símbolos culturais diversos. Embora o dragão seja, tradicionalmente, associado a valores como poder e sabedoria nas tradições orientais, é necessário considerar os dogmas e a fé cristã, que têm sua base inabalável em Deus e em seu filho, Jesus Cristo.

Na Bíblia, o dragão é associado à serpente e simboliza o mal que é vencido por Cristo. Os cristãos acreditam que todo poder e sabedoria emanam de Deus, através de Jesus Cristo, sendo essa a fonte primordial desses valores. A presença do dragão, apesar de sua conotação positiva em outras culturas, pode ser interpretada como potencialmente discordante com os princípios fundamentais da fé cristã, que enfatiza a singularidade e a supremacia divina.

Além disso, os dragões sustentam as luminárias, acrescentando uma dimensão prática e simbólica à sua presença na Basílica. Essa fusão de elementos culturais e funcionais pode instigar debates sobre a interpretação simbólica e a compreensão individual da fé. A presença singular do dragão talvez seja uma expressão artística destinada a desafiar as fronteiras tradicionais, convidando os visitantes a contemplarem a diversidade de crenças e a busca compartilhada por valores universais, independentemente das divergências.

Lutar e vencer o dragão traduz a iniciação e a evolução através da provação. Este animal mitológico é também símbolo da imortalidade, da união dos contrários e do poder divino, adicionando camadas de significado à experiência única proporcionada pela Basílica Menor do Senhor Bom Jesus em Congonhas.

Domingos Teodoro da Costa
Pesquisador da História de Congonhas; membro do HIGMG.

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