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Justiça proíbe enterro de cacique Merong no Córrego das Areias a pedido da Vale

A 8ª Vara Federal Cível de Belo Horizonte acatou um pedido da mineradora Vale e proibiu o enterro do cacique Merong Kamakã no Córrego de Areias de Brumadinho, onde ele vivia. A decisão foi assinada pela juíza Geneviève Grossi Orsi, na noite dessa terça-feira (5/3).

Cacique Merong Kamakã era conhecido pelo processo de retomada em que atuava como liderança no Vale do Córrego de Areias, em Brumadinho, e pela luta e defesa dos direitos dos povos indígenas e originários.

O pedido da Vale ocorre porque a área do córrego está em processo de reintegração de posse. Conforme o processo, o enterro seria nesta quarta-feira (6/3), por volta das 10h.

“É certo que não foi formulado qualquer pedido dos réus afeto ao sepultamento noticiado. Outrossim, é objeto desta ação de Reintegração de Posse, a área em que se pretende realizar o alegado sepultamento a despeito da controvérsia instaurada sobre sua efetiva titularidade. Diante do exposto defiro, por ora, a tutela inibitória requerida, para que seja impedida a realização do sepultamento do Sr. Merong Kamakã, nas terras objeto desta ação, ante a notória controvérsia acerca da titularidade das terras objeto desta ação”, escreveu a juíza na decisão. 

Ainda conforme a decisão da juíza, para que a ordem seja cumprida, foi autorizado o auxílio de força da Polícia Federal (PF) ou Polícia Militar (PM) para que se adotem as medidas hábeis a impedir que seja realizado o sepultamento do cacique Merong no local.  A reportagem entrou em contato com a Vale e aguarda retorno. 

Morte do cacique

O cacique foi encontrado morto na manhã da última segunda-feira (4/3). A primeira informação é de que ele teria cometido suicídio. Mas a Polícia Civil investiga se o líder indígena foi assassinado.

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