O “ambiente acolhedor” e o “tratamento humanizado” prometido pelo Centro Terapêutico Caminho de Luz, em Machado, no Sul de Minas, contrasta com denúncias de internos, que relataram à Polícia Civil (PC) terem sido vítimas de torturas físicas e psicológicas na clínica de reabilitação.
Na última quinta-feira (6 de junho), uma inspeção no local levou cinco pessoas à prisão em flagrante pelos crimes de tortura, maus-tratos, tráfico de drogas, sequestro, cárcere privado e organização criminosa.
A ação, realizada em conjunto pela PC com o Ministério Público e a Vigilância Sanitária, ainda constatou “diversas irregularidades nas condições sanitárias” da clínica, voltada para dependentes químicos.
Um cenário bem distante do que o centro terapêutico relata oferecer aos internos em divulgação no próprio site. “Nosso principal objetivo é proporcionar um ambiente acolhedor e de apoio”, afirma. “Estamos preparados para receber pacientes com muita qualidade e conforto em nossas instalações. Oferecemos tratamento humanizado.”
olhedor” e o “tratamento humanizado” prometido pelo Centro Terapêutico Caminho de Luz, em Machado, no Sul de Minas, contrasta com denúncias de internos, que relataram à Polícia Civil (PC) terem sido vítimas de torturas físicas e psicológicas na clínica de reabilitação.
Entretanto, segundo a PC, internos (homens de 19 a 54 anos) relataram a existência de uma ‘sala de tortura’. Nela, os policiais encontraram objetos que, segundo as vítimas, eram usados nos maus-tratos, como faixas e cinturões com braceletes para imobilização.
Também foram achados recipientes com substâncias identificadas como álcool e outras drogas, além de caixas de remédios controlados sem prescrição e blocos de receitas em branco assinados por um médico. De acordo com a PC, os internos contaram que os medicamentos eram usados para sedá-los quando tentavam fugir da clínica e eram administrados por qualquer funcionário.
Em meio à inspeção, o gerente do centro terapêutico tentou fugir, mas foi preso pela Polícia Militar. Os funcionários detidos foram encaminhados à delegacia. Documentos foram apreendidos para o prosseguimento da investigação.
A O TEMPO, uma funcionária do Centro Terapêutico Caminho de Luz afirmou que a clínica “só vai se comunicar com a imprensa quando tudo estiver resolvido.”