Irmanados pelos mais nobres sentimentos e valores dos antepassados, Belo Vale (MG), promove 24º Encontro Nacional da Família Reszende. O evento, que acontece entre 27 e 28 de julho, celebra e homenageia os patriarcas João de Resende Costa e Helena Maria de Jesus que chegaram ao Brasil em 1720. (veja a programação abaixo).
A programação tera atrações com foco na cultura local e música de raiz com valores regionais. Na noite de sábado (27), a Comissão Organizada recepcionará os participantes e primos de diversas partes da região, do Estado e do Brasil, com entrega de crachá, na histórica Praça da Prefeitura. Na esperada noite fria um caldo para esquentar a amizade, estimular a prosa e perenizar os laços familiares de mais de quase 300 anos de história da profícua prole reszendense. E claro, música de qualidade para animar a festa histórica.
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No domingo (28), às 8:00 horas a comissão ofertará um farto e delicioso café de boas vindas, na Paça do Museu do Escravo, o mais importante equipamento do gênero do País e uma dos principais atrativos da cidade.
Às 9:30 horas, acontece a tradicional Missa, a partir das 8:00 horasem louvor e reverência aos antepassados vivos e mortos e em seguida, nas escadarias da bela e histórica Matriz de São Gonçalo, ocorre o registro oficial da festa.
Sejam bem-vindos a Belo Vale, terra da mexerica ponkan!
A organização
A organização do encontro está por conta de Marcos Virgílio Ferreira de Rezende, Luiz Alberto Rezende , Marcelo Rezende, Cassinha (Zé Bitu) Rezende, Alexandre Rezende e Rita Rezende. A ideia de realizar o evento em Belo Vale surgiu em 2007 quando “fui no encontro da Família Reszende em Lagoa dourada”, diz Marcos Rezende. “É um prazer muito grande receber as primas e os primos para o 24º Encontro Nacional da Família Reszende”, diz Marcos Rezende. “Aqui em Belo Vale, assim como em outras cidades da região, estão consolidados vários ramos da família Reszende.”
Em Belo Vale, a família começou na Fazenda Boa Esperança nos anos de 1876, quando o Capitão Joaquim Pinto de Goes e Lara comprou a fazenda e se casou com Maria José de Resende, conta Marcos. Joaquim Pinto, também de origem portuguesa, nasceu em Resende Costa. Maria José era natural de Vila Rica/Ouro Preto e descendente do inconfidente José de Resende Costa, neto de João de Resende Costa e de Helena Maria de Jesus. “Hoje, a família está consolidada na cidade, cultivando e aplicando o lema dos Reszende: Trabalha e confia.”
Um pouco de Belo Vale e Fazenda Boa Esperança
O 24º Reszendão acaba por ser uma homenagem ao município que é sede da “histórica, suntuosa e bela Fazenda da Boa Esperança” (na definição de Antônio Egg Resende), construída em fins do século XVIII (1760 a 1780) e localizada em propriedade de cerca de 300 hectares. Construída por escravos, a fazenda integra um interessante conjunto arquitetônico e paisagístico. Um verdadeiro “palácio rural”, o casarão possui 23 cômodos, salões de visita e outros aposentos, bem como a capela. Ali se hospedaram personalidades ilustres, como o Imperador D. Pedro II.
Segundo a Prefeitura Municipal, a fazenda pertenceu à família Monteiro de Barros. Foi residência do coronel José Romualdo Monteiro de Barros, 1º Barão de Paraopeba, proprietário das terras e de ricas lavras, que chegou a ter mil cativos trabalhando na mineração de ouro na Serra do Mascate. Figura de projeção, o barão exerceu importantes cargos políticos no Império, inclusive como presidente da Província de Minas Gerais na década de 1830. Após a morte do barão, a fazenda foi adquirida de herdeiros pelo casal Maria José de Resende e Joaquim Pinto de Goes e Lara.
Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1959, a Fazenda da Boa Esperança foi adquirida, em 1970, pelo Governo do Estado de Minas Gerais (Lei nº 6.485, de 25/11/1974). Em seguida, passou por obras de restauração empreendidas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG).
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De acordo com descrição do IPHAN, é uma construção de taipa e madeira, sobre alicerces de pedra. A fachada apresenta uma extensa varanda em arcos abertos, apoiados sobre oito colunas de madeira e capela anexa à direita. O acesso à varanda é feito por escada de cantaria. Na fachada lateral galeria com vedação de treliça de apurada plasticidade, demonstrativa da criatividade das soluções de nossa arquitetura doméstica. A capela, na varanda, possui um belo altar com trabalhos de talha e rico retábulo com nicho central, enquadrado por pilastras em forma de consolos esculpidos, arrematadas por capitéis coríntios. Sobre o altar destaca-se o sacrário. A ornamentação, complementada por quadros correspondentes ao final do rococó mineiro, é atribuída à Manuel da Costa Ataíde.
Breve histórico
O município mineiro de Belo Vale, a 87 km de Belo Horizonte, tem população de 8.627 habitantes, de acordo com o último censo do IBGE. Foi um dos primeiros arraiais de Minas Gerais, fundado por bandeirantes em 1681 e povoado graças à descoberta de ouro em 1700 nas Roças de Matias Cardoso (atual Roças Novas). Em 1735, o arraial passou a ser chamado de Santana do Paraopeba, em homenagem a Sant´Ana cuja igreja foi erguida graças à descoberta de ouro na Serra do Mascate.
Premidos pela necessidade de terras cultiváveis, em torno de 1760, os fazendeiros procuraram lugares melhores para lavoura e pastagem. Adentraram pelo Rio Paraopeba e deram início, num vale, ao povoado chamado de São Gonçalo, onde ergueram, em 1764, uma igreja. Em 1839, o então povoado de São Gonçalo da Ponte foi elevado a distrito. Em 1914, começaram as obras do ramal Paraopeba da Estrada de Ferro Central do Brasil. No mesmo ano, o nome do distrito foi alterado para Belo Vale.
Inaugurada em 1917, a estação ferroviária gerou grande onda de desenvolvimento ao arraial. Em 1926, foi construída a ponte Melo Viana, obra majestosa para época toda feita de cimento importado da Europa. Em 1938, Belo Vale foi emancipado de Bonfim pelo então interventor de Minas Gerais Benedito Valadares.
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Atrativos
Para além da Fazenda Boa Esperança, belas cachoeiras e muita história também são atrativos para os turistas. Situada a 92 km da capital mineira, Belo Vale é conhecida por sua exuberância natural e cultural. Os restaurantes da cidade, que servem a típica culinária mineira no fogão a lenha, estão prontos para receber os visitantes.
Outro patrimônio da cidade é o Museu do Escravo, o único do Brasil exclusivo do período da escravidão. O museu guarda peças e utensílios da época. Criado por lei em 1977, é administrado pela Prefeitura Municipal de Belo Vale. Na comemoração dos cem anos da abolição da escravatura em 13 de maio de 1988, o museu foi transferido da Fazenda Boa Esperança para um prédio construído especialmente para abrigar o seu acervo.
Um pouco da história
Vindos de Portugal, os patriarcas João de Resende Costa (nascido em 1699 na Ilha de Açores) e Helena Maria de Jesus (nascida em 15 de janeiro de 1710, na Ilha de Faial) que chegaram ao Brasil em 1720 e se casaram em 3 de outubro de 1726 na Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Prados, Comarca do Rio das Mortes, e tiveram 13 filhos dos quinze nascidos vivos.
O casal, sequioso pelo enriquecimento através do trabalho proporcionado pelo ouro das famosas Minas Gerais, adquiriu uma vasta propriedade rural na região de do município de Lagoa Dourada, a qual deu o nome de Engenho Velho dos Cataguases ou Catauás, patrimônio até hoje preservado. A Família se tornou um dos mais importantes grupos mineiros, de abastados proprietários rurais, membros da chamada «aristocracia rural cafeeira», e atuantes na história política e social do país, os quais são considerados o berço da Família Resende no Brasil e que daí se espalharam os vários ramos, do Rio Grande do Sul ao Amazonas, ramificando-se até o Uruguai. A história da família se preserva, renova e perpetua a cada encontro!
-Com informações jornal das Lajes-Resende Costa-MG
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