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Dia Nacional da Cachaça: concurso inédito avaliará as melhores bebidas de Minas Gerais; julgamento será encerrado hoje (13)

Certame, que é organizado pela Emater-MG, vai premiar bebidas de alambique e também aguardentes; Estado lidera em nº de cachaçarias no País

A produção da cachaça de alambique, considerada Patrimônio Cultural dos mineiros desde 2007, é crescente no Estado e tem importante papel na economia estadual. A cachaça faz parte da história do Brasil e é considerada um produto tipicamente brasileiro. Devido à relevância, no 13 de setembro é comemorado o Dia Nacional da Cachaça. Em Minas Gerais, várias ações têm sido desenvolvidas para promover a maior valorização da bebida. Assim, será realizado o 1º Concurso de Avaliação da Qualidade das Cachaças de Alambique e Aguardentes de Cana Mineiras – Cachaças Mineiras/2024. Ele promete abrir um novo cenário para a bebida.

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) é a organizadora e o concurso visa valorizar a cadeia produtiva e incentivar a melhoria contínua dos processos de produção e da qualidade. A expectativa é que o concurso seja um sucesso, assim, como já acontece nos certames estaduais de qualidade do café e do queijo de Minas Gerais, que acontecem há vários anos.

Valorização

Conforme o engenheiro agrônomo, assessor técnico na área de cana-de-açúcar e cachaça da Emater-MG e coordenador do concurso, Lucas Carneiro, criar um certame para as cachaças de alambique e aguardentes de cana é importante para estimular a maior regularização da produção, para o ganho em qualidade e também para a agregação de valor.

“A Emater-MG já realiza os concursos dos melhores cafés e queijos no Estado, iniciativa que é reconhecida e que traz resultados muito positivos para os produtores vencedores e para a cadeia. Agora, temos o das cachaças e aguardentes de cana e queremos seguir a estrada do café e do queijo. A cachaça é a primeira atividade do agronegócio, porque a cana chegou aqui em 1.516. Então, por bem, deveríamos dar maior atenção para bebida que é característica de Minas e bebida nacional”.

Os produtos participantes do Concurso de Qualidade estão todos inscritos no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Ao todo, 220 bebidas estão concorrendo. O julgamento será encerrado hoje, 13 de setembro, e acontece no Mercado de Origem, em Belo Horizonte, onde está sendo realizado o evento “Descobrindo a Cachaça d’Alambique” – outra ação desenvolvida para toda a cadeia produtiva que tem feira, palestras e rodada de negócios.

Carneiro explica que para julgar as bebidas foram selecionados 24 jurados com experiência no setor. Todos eles passaram por treinamentos, realizado em parceria com o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas (IFNMG), Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Universidade Federal de Lavras (Ufla), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Em novembro, ocorrerá a divulgação dos vencedores. O concurso distribuirá 36 premiações. São 10 categorias, para as duas bebidas que serão avaliadas conforme características de armazenamento e envelhecimento.

A expectativa com o concurso da Emater-MG é promover a valorização dos produtos no campo e estimular a qualidade. “Nossa intenção, assim como aconteceu no café e no queijo, é  estimular a maior participação dos produtores e também estimular a ampliação da qualidade. Os concursos são importantes porque incentivam a melhoria contínua da bebida e despertam o interesse de outros produtores a participarem”, aponta Carneiro.

Outra vantagem do concurso é a oportunidade de abertura de mercados. Ao conquistar prêmios, a tendência é que as cachaças e aguardentes se tornem mais conhecidas, atraindo mais consumidores e, consequentemente, agregando valor. 

“Às vezes o produto é conhecido regionalmente, então, quando se ganha o concurso há uma visibilidade estadual e nacional, gerando, assim, mais pedidos. Pela lei de mercado, a maior demanda gera, normalmente, ganhos em preços. Além disso, há uma valorização da região e do município”.

Minas lidera a produção de cachaça de alambique

Conforme os dados do Anuário da Cachaça 2024, divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Minas foi o estado que concentrou o maior registro de estabelecimentos produtores de cachaças no Brasil em 2023.

O Estado conta com 504 estabelecimentos registrados, correspondendo, assim, a 41,4% das cachaçarias do País. A marca se deve ao crescimento de 7,7% nos registros em 2023 frente a 2022. Ao todo, Minas registrou 36 estabelecimentos a mais em relação a 2022. Esta é a primeira vez que uma unidade da federação supera a marca de 500 cachaçarias registradas.

Os três municípios com o maior número de estabelecimentos registrados estão em território mineiro. O maior é Salinas, no Norte do Estado, com 24 unidades produtoras. Logo em seguida vêm o Alto do Rio Doce, com 20 registros, e Rio Espera, com 16. 

Juros do Concurso de Qualidade de Cachaças
Jurados do 1º Concurso de Qualidade são experientes e tiveram treinamento especial | Crédito: Divulgação Emater-MG

Conforme o Mapa, Minas Gerais também lidera no número de registros de cachaças. São 2.144 cadastros, o que corresponde a 35,7% do volume do País. O Estado se destaca ainda com maior número de marcas nos registros de cachaça. Em média, são 8,6 marcas para cada estabelecimento, o que representa 4.341 marcas.

Cachaça e aguardente de cana são diferentes

Apesar de serem tratadas como a mesma bebida, a cachaça de alambique e a aguardente são produtos diferentes. Conforme a Emater-MG, a cachaça de alambique é produzida exclusivamente em alambique de cobre e obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar crua, com graduação alcoólica de 38% a 48%.

Já a aguardente de cana pode ter teor de álcool maior, variando de 38% até 54%. A bebida é obtida a partir do destilado alcoólico simples da cana-de-açúcar ou do mosto fermentado do caldo de cana.

FONTE DIÁRIO DO COMÉRCIO

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