O médico neurologista catarinense Alysson Viana de Oliveira Fonseca, de 42 anos, que está preso desde julho deste ano, foi agora oficialmente proibido de exercer a medicina. A decisão saiu nesta nesta semana, pelo Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina. A interdição cautelar total foi referendada no Conselho Pleno do Tribunal Superior de Ética Médica, em Brasília, no dia 21 de novembro. O afastamento do médico de SC por seis meses passou a contar desta data.
Em agosto ele virou réu em um processo penal que está sob sigilo por envolver menores de idade, de acordo com a Justiça catarinense. Alysson foi para a cadeia em julho numa operação do CyberGaeco, suspeito de armazenar 13 mil imagens de exploração sexual infantil. Além disso, na ocasião, o órgão informou que o alvo da operação também fazia gravações clandestinas de pacientes nuas durante seus atendimentos no consultório.
Por conta da ação judicial, a suspensão temporária do clínico geral pode ter renovação por mais seis meses. Isso a depender do fluxo do processo na Justiça. Os promotores consideram a medida extrema e serve para evitar que novas situações possam expor pacientes ou sociedade em geral.
A defesa de Alysson informou, em nota, que tem colaborado ativamente com as autoridades competentes para assegurar a apuração correta dos fatos. Seus advogados consideram o caso como bastante complexo e não irão se manifestar sobre detalhes do caso por causa do sigilo do processo.
Investigação
A Polícia passou a investigar Alysson Viana de Oliveira Fonseca depois que a plataforma Google emitiu um alerta. A Big Tech identificou irregularidades e armazenamento de conteúdo de abuso sexual infantil em contas ligadas ao médico. Em seguida, o Google bloqueou uma conta usada por ele e enviou uma notificação ao CyberGaeco, ligado ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
Agentes do CyberGaeco cumpriram uma ordem de busca e apreensão nos endereços comerciais e residenciais de Alysson no dia 24 de novembro de 2023. Os policiais apreenderam aparelhos eletrônicos como celulares, notebooks, HDs externos e pendrives. Nesse material, os peritos encontraram 13 mil imagens de exploração sexual infantil, e também vídeos de pacientes nuas durante os atendimentos. Alysson foi para a prisão em 31 de julho e em agosto virou réu na Justiça.
Exclusivo: demissão em Minas Gerais
De acordo com o portal Médicos Brasil, Alysson atuava na especialidade Neurologista, com experiência na área, e reconhecido pelo seu comprometimento em oferecer tratamentos individualizados e eficazes para seus pacientes.
Como médico, Alysson trabalhou em São João do Oeste (SP), onde foi sócio da Fonseca Clínica Médica, e também em São Miguel do Oeste (SC), Tenente Portela (RS) e Ouro Branco e Conselheiro Lafaiete, ambas em Minas Gerais.
Em Ouro Branco, Alysson foi demitido em 2016 do Hospital Raymundo Campos.Na época, um grupo de amigos e colegas de Alysson promoveu no Facebook uma campanha que pedia à Secretadia municipal de saúde daquela cidade a sua recontratação. O movimento obteve 619 apoiadores. Na postagem, segue a manifestação: “Somos a favor da permanência do Dr Alysson Viana de Oliveira Fonseca, deixando claro que nada houve neste local que desabone sua conduta profissional e moral. Todos nós o temos como um excelente médico e acreditamos que nossas crianças perderão muito ao deixar de receber o atendimento oferecido. Declaramos assim totalmente contrários à saída e pedimos que se tomem alguma atitude para que o mesmo volte a atender nossos filhos”.