Uma jovem de 25 anos morreu e outras 14 pessoas ficaram feridas após uma rajada de tiros em um bloco de Carnaval; dois suspeitos foram presos
Uma das vítimas do tiroteio que matou a jovem Luciane dos Santos Marques, de 25 anos, e feriu outras 14 pessoas em Rio Pomba, na Zona da Mata mineira, ainda luta para expulsar da mente as lembranças da noite da última segunda-feira (3). Em anonimato e em poucas palavras, reflexo do trauma que o crime deixou, o homem mostra que toda a alegria que tomava conta da festa no Bloco do Pinico, no Carnaval da cidade, se transformou em uma noite de terror. Dois suspeitos foram presos pelo crime.
Em rápida conversa com O TEMPO, o atingido mostra dificuldades ao pensar no tiroteio. “Só agradeço por estar aqui hoje. Quero mesmo é esquecer tudo que houve”, desabafa. Mas mesmo com a luta para ignorar o que vivenciou, a vítima consegue resumir tudo que presenciou. “Foi um desespero total. Não sei nem descrever”, relembrou.
O homem também diz que não era próximo à Luciane dos Santos Marques, vítima que não resistiu aos ferimentos provocados por um dos disparos durante o crime. Mesmo assim, o rapaz lamenta o falecimento da mulher. “Eu a conhecia de vista. Uma tragédia, moça nova”, comenta.
O homem diz que, durante as rajadas de tiros, acabou sendo atingido na perna, mas garante estar fora de perigo. “Me feri, mas nada tão grave, graças a Deus. Estou bem, na medida do possível”, afirma. Perguntado sobre o clima em Rio Pomba após o crime, a vítima é sucinta: “Está horrível”, resignou-se.
Relembre o crime
Luciane dos Santos Marques, de 25 anos, morreu em um tiroteio na madrugada desta terça-feira (4) em Rio Pomba, na Zona da Mata mineira. Outras 14 pessoas ficaram feridas. O tiroteio aconteceu durante uma festa de Carnaval na praça do município. Dois suspeito foram presos, sendo que com um deles, foi localizada uma pistola Glock 9 mm, dois carregadores e várias munições.
O tiroteio começou com uma briga entre dois homens, sendo que um deles estava em liberdade provisória. O tenente-coronel Erick Leal, comandante do 21º BPM de Ubá, contou que os dois suspeitos foram presos após intensa ação policial. Em nota, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que está investigando as possíveis falhas na segurança do local em conjunto com as polícias Militar e Civil.
O crime ocorreu durante o cortejo do ‘Bloco do Pinico’, que é bastante tradicional na cidade e reuniu cerca de 20 mil pessoas. Conforme informações da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), dois homens teriam iniciado uma briga, agredindo um ao outro. Um deles sacou uma arma e atirou contra o desafeto, mas acabou acertando Luciane dos Santos, de 25 anos, que estava próxima à dupla e não resistiu aos ferimentos.
Na sequência, o homem que seria o alvo dos disparos também sacou uma arma — uma pistola Glock 9 que, segundo o tenente-coronel Erick Leal, provavelmente foi modificada para efetuar disparos em rajadas. O suspeito começou a efetuar disparos em direção à multidão de maneira aleatória, ferindo mais 14 pessoas, que foram conduzidas para atendimento médico. Não há mais informações sobre o estado de saúde delas.
A PMMG iniciou um cerco para localizar os suspeitos. Um deles, o que estava com a pistola Glock, estava chegando em Ubá quando foi abordado pelos policiais em um veículo. Já o outro foi identificado nas proximidades de Rio Pomba.
Conforme a PMMG, um dos homens presos estava em liberdade provisória e tem passagens pela polícia por tráfico de drogas, homicídio tentado, entre outros crimes e estava em liberdade provisória. O segundo suspeito também estaria envolvido em ações criminosas.
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) afirmou que requisitou perícia no local para identificar e coletar vestígios. Conforme a instituição, outras informações serão repassadas após os procedimentos de polícia judiciária.
FONTE: O TEMPO