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audiência pública

Casa Imperial da Rosa é bicampeã do Carnaval de Congonhas

Um bom público, em sua maioria de componentes e torcedores da Casa Imperial da Rosa, esteve presente no Ginásio Poliesportivo Central, na Praia, para acompanhar a apuração dos desfiles das escolas de samba de Congonhas. O Grêmio Recreativo Escola de Samba Casa Imperial da Rosa venceu pelo segundo ano consecutivo com 90 pontos, contra 86 do Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos da Jacuba. Os jurados avaliaram os quesitos bateria, samba-enredo, harmonia, evolução, enredo, alegorias e adereços, fantasias, comissão de frente e mestre-sala e porta-bandeira. As duas escolas desfilaram no sábado à noite como parte da programação do Carnaval pra Todos 2025, que teve realização da Prefeitura de Congonhas, por meio da Secretaria de Cultura, gestão do Instituto Sociocultural Meraki e apoio da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).

Thiago Freitas, presidente e carnavalesco da Casa Imperial da Rosa, dividiu os louros da vitória com os componentes da escola ao final da apuração. “Agradeço a toda a nossa equipe que trabalhou de sol a sol, Diretoria, ateliê, intérpretes do samba-enredo, bateria, as alas que agradeço em nome da nossa comissão de frente e de nossos mestre-sala e porta-bandeira, Letícia e Jean, que entregou tudo, não só na avenida, mas no ateliê. Os componentes doaram tempo e serviço, ânimo e até anteciparam dinheiro para a coisa acontecer dentro do prazo. Em nossa escola, ninguém se sobressai isoladamente, todo mundo fez algo para que este enredo saísse”, reconheceu.

O carnavalesco admitiu que a polêmica criada em torno do enredo “Deu oco no barroco” deu muita força para a escola. “Quando o escolhemos, não pensamos em fazer nenhuma crítica à religião. Mas é inevitável falar de barroco sem obra sacra, sem lembrar do barraco, sem lembrar de quem está do lado de fora das portas das igrejas e do casario. Nossa cidade é sagrada e profana, católica, evangélica, espírita, não temos de escolher, e sim abraçar tudo. Viemos mostrar resistência, democracia, liberdade, mostrar o que fica do lado de fora do barroco, a rua, as matrizes africanas, tudo. Contar a cultura colonial da rua. De Rosa Egipcíaca [escrava vinda da África para o Rio de Janeiro em 1725, prostituta forçada que, em 1748, vendeu joias e roupas e doou o dinheiro aos pobres, passou a frequentar missas, ganhou fama de profetisa em cidades como São João Del Rei]. Ela saiu a pé do Rio de Janeiro, foi parar em Ouro Preto e acabou Santa, aclamada pelo povo. O enredo não foi de Congonhas, tratou de nossa Minas Colonial. Mostramos isso e é um enredo nota 10, quem vai criticar? Já foi julgado por quem tem capacidade. Só tenho de agradecer, foi incrível este ano”.

Tiago Freitas demonstrou satisfação com a forma em que as escolas foram tratadas este ano e sugere melhorias para 2026. “Sabemos que temos ainda muito o que melhorar para que as escolas de samba possam apresentar o melhor possível. Mas agradecemos muito a este governo porque o desfile das escolas de samba foi tratado com respeito. Ficamos mais seguros na avenida, apesar de alguns problemas, como o palco, que limita o espaço da pista. Agora o movimento é crescente, a Jacuba vai crescer, outras escolas virão e precisamos de um lugar melhor, para acolher melhor o público. Com este Governo isso vai acontecer”, diz o carnavalesco, adiantando que, nos próximos dias será definido o enredo do próximo Carnaval.

Mel, coreógrafa e responsável pela comissão de frente da Casa Imperial da Rosa, admite que “este ano foi extremamente diferente e difícil. Foi um tema crítico, polêmico e controverso e tivemos de trazer isso tudo para a comissão de frente com várias mãos. Acho que conseguimos entregar isso com emoção, fogo, fumaça, crítica, beleza e muita entrega dos componentes. Estamos orgulhosos do trabalho e esperamos que mais escolas venham fazer Carnaval com a gente”.

Já a Jacuba apresentou o enredo em homenagem à devoção e a resistência do povo congonhense, trazendo os versos: “A ladeira tem história, vem buscando evolução. E sua fé é nosso dom. A Jacuba desce o morro”. Keila Freitas, presidente da agremiação, disse que o dever foi cumprido pela escola. “Colocar a escola na rua era a nossa intenção mesmo. Nós não fizemos o que queríamos, e sim o que deu pra fazer. [A preparação da escola] foi muito em cima da hora, as pessoas trocando de roupa e finalizando o carro na avenida. Um desfile de superação e de dever cumprido. Estamos felizes”.

A Jacuba foi representada ainda no Carnaval pra Todos 2025 pelos blocos Santa Cruz, no domingo, e Marimbondo, na terça-feira.
Também presente à apuração das notas do desfile das escolas de samba de Congonhas, o vice-prefeito Zelinho, como fundador e presidente do Império Praiano e fundador Mocidade Independente, lembrou que “era uma disputa muito acirrada na época, que envolvia ainda a Jacuba, a Matriz e o Centro, que saiam em um nível muito alto. Recentemente, começou este movimento das escolas de samba novamente. Vimos uma evolução muito grande das que desfilaram este ano. Esperamos que as demais possam voltar em 2026”.
Para a secretária de Cultura da Prefeitura de Congonhas, Patrícia Monteiro, este Carnaval foi feito na raça, também pelas duas escolas de samba. “O resultado é a alegria sintetizado em arte, cultura, enredo, evolução, bateria, pela participação das pessoas na rua, que vibraram e torceram por sua escola preferida. Para o ano que vem, temos a previsão de ter de volta a Mocidade, Império Praiano e a Matriz. Vamos nos preparar para fazer um belíssimo Carnaval em 2026”, finalizou.
Por Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Congonhas

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