A Biblioteca Municipal Pública Municipal Djalma Andrade realizou a Semana do Livro nos dias 22, 23 e 24 de abril com atividades direcionadas ao público infantil. O evento homenageou o escritor Monteiro Lobato (1882-1948). Ele faz aniversário em 18 de abril, data em que é comemorado o Dia Nacional do Livro. Escolas da Rede Municipal de Ensino também aderiram ao projeto e desenvolveram, cada uma, a sua programação.

Na Biblioteca Municipal, a primeira atração de cada dia foi dedicada à biografia e a bibliografia de Monteiro Lobato. Ele é o autor de obras que permeiam o mundo mágico do Sítio do Pica-pau Amarelo. Em 1921, o autor publicou “Narizinho Arrebitado”, que depois passaria a chamar-se “Reinações de Narizinho”. Em seguida lançou “Saci” (1921), “O Marquês de Rabicó” (1922), “Memórias de Emília” (1936) e “O pica-pau amarelo” (1939).
Crianças e pré-adolescentes acompanharam a Hora do Conto, leitura que se baseia no Livro “A ararinha do bico torto”, de Walcyr Carrasco; do Bibliokê (biblioteca + karaokê), entoando músicas relacionadas à literatura brasileira, como “A casa”, de Vinícius de Moraes, Alecrim Dourado e Ciranda Cirandinha. Outra atração foi o Teatro de Fantoches, com os professores do Arte na Escola. Esta é uma forma lúdica de atrair o público infantil para o hábito da leitura.
Eunice Ferreira diz que “a atividade é um incentivo à leitura da criança. Como adulta, foi maravilhoso reviver esses momentos”, enquanto a filha Helena Gabriele se encantou com o Show de Fantoche. “Gostei da apresentação e dos bonecos da Cuca, porque é má, e Emília, porque é esperta. Quando tiver mais, eu volto”, comentaram as moradoras da Vila São Vicente. Elas participaram do evento nos três dias da Semana da Leitura do Livro Infantil.
A leitora retira livros emprestados pela Biblioteca Djalma Andrade desde muito jovem e a filha, desde os 5 anos. A mãe prefere o gênero literário drama e terror e a pequena Helena, as publicações infantis e de folclore. “Apresentamos à Helena, primeiramente, os livros do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Em seguida, ela assistiu às histórias contidas na série e no desenho pela TV, tomando gosto de vez pela obra infantil de Monteiro Lobato. Então ela mesma vem à biblioteca, escolhe o tema que ela quer e leva para a casa”.
O Teatro de Fantoches, do Arte na Escola, foi apresentada pela professora de teatro na Educação Infantil, Kelry Pinheiro, que trabalha nas creches municipais. “Principalmente no teatro infantil, quando tem essa interação, conseguimos improvisar muito mais, sentir a energia do público, da criança que responde, então nem seguimos literalmente o texto. Gosto sempre de fazer perguntas para o público, porque é perguntando que aprendemos. O teatro infantil desperta nas crianças que ainda não foram alfabetizadas o gosto pela leitura. Precisamos introduzir os livros desde a educação primária e lembrar quantas pessoas passaram por isso. Monteiro Lobato, por exemplo, já era lido pelo público infantil em 1921”, rememora.
Nadja Martins, gerente da Biblioteca Municipal Djalma Andrade também testemunha que “as crianças gostaram muito da programação, de tirar foto com a Cuca, Emília, Visconde, Narizinho e Pedrinho, e algumas nem queriam ir embora. Os pais também participaram junto com elas”.
A Semana da Leitura nas escolas
As escolas municipais, cada uma em datas diferentes, também realizaram a Semana da Leitura de Livros Infantis, com uma programação que contou com oficinas, contações de história, apresentações teatrais, entre outras atrações.

A Escola Municipal Lucas Estevão Monteiro homenageou a escritora congonhense Wanda Lúcia de Freitas, que dá nome à biblioteca da escola. Ela foi recepcionada pela diretora Elisa Cristina Monteiro Pereira, a equipe de servidores e alunos.
Wanda se destacou como poeta e escritora, lançando os livros de poemas Arriscando Voo (1990) e Tempo Certo de Recomeçar (2003). Seu talento foi reconhecido em diversos concursos literários, e sua contribuição à cultura local a levou a ser membro-fundadora da Academia de Ciências, Letras e Artes de Congonhas (ACLAC).
Servidora pública municipal, ela recebeu o “Troféu Cecília Meireles como Mulher Notável” e o diploma “Valor Feminino do Estado de Minas Gerais”, concedido pelo jornal Hoje em Dia. Além disso, foi agraciada com a Comenda Antônio Francisco Lisboa pelo Governo de Congonhas.
Os 150 alunos que cursam do 2º Ano do Ensino Fundamental aos Anos Iniciais fizeram perguntas para a escritora relacionadas ao processo de publicação dos livros.

Para Wanda Lúcia de Freitas, “a importância deste evento é grande, porque as crianças imaginam quem escreveu um livro como inatingível, e não é. Os alunos também podem escrever. Nesses eventos, a gente traz à tona a vontade de ler e escrever. Então eles ficam curiosos sobre a estrutura do livro e perguntam como se produz uma publicação, do texto à capa. A primeira coisa é aguçar na criança a criatividade e a vontade de escrever e de desenhar, porque todo desenho é uma poesia. Nós nascemos com todos os dons e sentimentos, mas temos uma maneira de deixar uns aflorarem mais do que os outros. Todos somos poetas e escritores, precisamos ler e escrever o que sentimos e vemos no mundo, isso também é poesia”.
Fabiane Rodrigues Alves Raioca, auxiliar de Biblioteca na Prefeitura de Congonhas há 13 anos, considera importantíssimo este trabalho de desenvolver a leitura com os alunos. “Através dela, o conhecimento é ampliado e afloram diversas emoções, então é muito gratificante. Leitura e escrita têm de ser desenvolvidas juntas. Quem lê bem, escreve bem e fala bem”.

A Auxiliar de Biblioteca diz que sua função é trabalhar o ato da leitura no cotidiano dos alunos da Escola M. Lucas Estevão Monteiro. “Os alunos ficam ansiosos por virem para a biblioteca. Temos uma escala de atividades, cada turma vem em um horário. Existe o momento de leitura deleite, o empréstimo dos livros, as fichas literárias conforme a idade e alfabetização”.
Também presente a esta atividade na escola, a gerente da Biblioteca Djalma Andrade, Nadja Martins comentou: “Gostei muito do evento. Vi que houve adesão da equipe da escola, da diretora Elisa e dos alunos, que se mostraram disciplinados, interessados pelo trabalho da Wanda Lúcia. Tudo isso serve para aguçar o gosto pela leitura na Educação Infantil, para podermos formar adultos como os escritores Wanda Lúcia, Paulo Henrique de Lima e Mayara Rodrigues Cordeiro [os dois últimos servidores da Biblioteca Municipal], que são escritores. Então temos de plantar essa sementinha, para eles crescerem adultos que gostam de leitura”.
Após visitar todas as escolas da Rede Municipal de Ensino, demostrando qual a importância teria o projeto Semana de Leitura do Livro Infantil, Nadja participou da atividades realizadas nesta escola do bairro Praia, como também na da João Olynto Ferraz, no Jardim Profeta, e da Odorico Martinho da Silva, no Pires.

Uma rica programação foi desenvolvida também na Escola Municipal João Olynto Ferra, no Jardim Profeta. Além da Contação de história “O Galinho Despertador”, a comunidade escolar recebeu a patrona da biblioteca da escola este ano, Regina Bahia, fundadora do Grupo Boca de Cena, que contou a história “O Canguru Voador”, arrancando sorrisos e despertando a imaginação de todos. Houve ainda sorteio de prêmios. Antes, o espaço possuía o nome fixo de Monteiro Lobato.
Os alunos também utilizaram a criatividade durante a oficina de dobradura para marcadores de página. “Além de estimular a leitura, essa atividade trouxe cor, arte e imaginação para os participantes.
Cada dobra foi uma oportunidade de criar, aprender e se expressar”, relata a página do Instagram da escola.
Um ponto da programação que deixou entusiasmados os alunos foi a “Torna na cara literária”. “Todas as turmas participaram do ‘Torta na Cara Literária’, para, com base nesta atividade, a escola saber o conhecimento que já adquiriram e, assim, desenvolver outras atividades durante o ano. Ficamos sabendo também do interesse deles pelos diversos gêneros literários. Isso é importantíssimo, porque a leitura cria vínculos com a escola, outros alunos e cria asas para a imaginação deles, porque, a partir da leitura também na sala de aula, demonstram aptidões”, afirma a diretora daquela instituição de ensino, Elizabeth Marques Freitas.

A Aluna Maria Victória, do 3º Ano, diz que gostou da atividade, “porque incentiva a nós, estudantes, lermos mais. Todos têm de começar a ler, que é muito bom, parece que eu sou um personagem da história. Meus livros preferidos são os de conto de fada e história”.
A diretora Elizabeth Marques conta que na biblioteca da escola há um acervo com livros de histórias, contos de fada, além de alguns exemplares científicos. “Como os alunos estão sempre lendo estes livros, este acervo acaba ficando insuficiente com o tempo. Então nós os incentivamos a procurarem outras publicações na Biblioteca Pública Municipal Djalma Andrade”.
Serviço:
A Biblioteca Pública Municipal Djalma Andrade funciona, de segunda a sexta-feira, de 7h às 18h, à rua Padre Antônio Correa, nº 163, no Centro, ao lado da Prefeitura de Congonhas.
Para pegar um livro, basta se cadastrar, apresentando o documento de identidade e o comprovante de residência (este último pode ser virtual). Cada pessoa pode levar emprestado até três livros.
Por Secretaria de Comunicação/Prefeitura de Congonhas