Produção artesanal de queijos de Minas Gerais conta com selo próprio e diferencia regiões produtoras de acordo com sabor e processo de fabricação
Minas Gerais é um verdadeiro paraíso para quem aprecia queijos artesanais. Com uma grande variedade de técnicas ancestrais para a produção da iguaria e sabores marcantes de acordo com os processos utilizados, cada região do estado conta com uma identidade própria quando o assunto é fabricar o alimento que – ao lado do café, do doce de leite e do pão de queijo – é uma das identidades locais.
Passeando pelo interior mineiro, é muito fácil encontrar destinos que se orgulham do queijo típico que produzem localmente. Existe até um selo próprio, o Queijo Minas Artesanal (QMA), que reconhece as regiões produtoras ao redor do estado onde são seguidas algumas regras básicas de autenticidade: o processo precisa utilizar leite de vaca não pasteurizado, fermentação natural (o chamado “pingo”) e manter processos de maturação transmitidos de geração para geração.
Confira quatro polos “queijeiros” de Minas que são imperdíveis em uma viagem para degustar essa delícia do estado.
Serro
Localizada a 300 km de Belo Horizonte, a pequena Serro tem tanta tradição na na produção de queijos que conquistou uma primazia: em 2008, o queijo do Serro tornou-se o primeiro do gênero no Brasil a ganhar o título de patrimônio imaterial, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A honraria, que depois incluiu outras variedades mineiras, diz respeito às técnicas de fabricação desse queijo branco, com sabor marcante e uma acidez maior que o comum. Centenas de produtores da região oferecem alternativas para provar o queijo local, na própria Serro e nos municípios ao redor. Uma boa pedida é a Fazenda Engenho de Serra, que também conserva características típicas das propriedades rurais ancestrais onde essa história começou.
Canastra
Favorecido pela altitude que também atrai turistas por razões além da gastronomia, o queijo da Canastra conta com um sabor levemente ácido e uma textura geralmente macia. São mais de dois séculos de tradição na fabricação da iguaria nessa parte de Minas Gerais, que contempla 10 municípios.
A maior concentração de queijarias artesanais fica em São Roque de Minas, com várias produções familiares premiadas e abertas para visita e degustação. O site da Rota do Queijo de Minas destaca as melhores dicas para provar um autêntico Canastra em São Roque. Vale conhecer, por exemplo, o Queijo do Ivair, que já foi premiado na França.
Outros municípios da região onde também é possível é possível encontrar o queijo incluem Bambuí, Córrego Danta, Delfinópolis, Medeiros, Piumhi, São João Batista do Glória, Tapiraí e Vargem Bonita.
Campo das Vertentes
Os queijos da região do Campo das Vertentes foram reconhecidos com o selo Queijo Minas Artesanal em 2009, contemplando produtores que hoje se distribuem por 18 municípios. A lista inclui lugares bastante turísticos para além do gastronômico, como São João del Rei e Tiradentes.
Parte dessa região produtora, Entre Rios de Minas tem como atração os queijos Q-Verte, reconhecido como o primeiro QMA orgânico do Brasil.
Araxá
O município é um polo queijeiro por excelência, não não apenas pelo que produz, mas também por atrair expositores de outros lugares: sede da ExpoQueijo Brasil, evento que em 2025 acontecerá de 26 a 29 de junho, a cidade conhecida pelas águas termais também vem galgando fama como o lugar de uma das mais prestigiosas competições entre produtores de queijos do Brasil e exterior.
Apesar da região produtora levar o nome de Araxá, outros 10 municípios (Campos Altos, Conquista, Ibiá, Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha, Sacramento, Santa Juliana, Tapira e Uberaba) também são parte dessa tradição, produzindo o queijo típico dessa parte de Minas, com textura puxando para o amanteigado.
FONTE: VIAGEM TURISMO