Alerta antes de comprar: analisamos as marcas de veículos com as piores notas e os carros com mais reclamações na plataforma Reclame Aqui no Brasil. Saiba quais são os problemas e como se proteger de uma má escolha.
Conheça as marcas com pior desempenho e os carros com mais reclamações registradas no Reclame Aqui, com base em dados recentes. Descubra quais são os problemas mais recorrentes e como essa informação pode ajudar você a fazer uma escolha mais segura e consciente na hora da compra.
O Reclame Aqui tornou-se um termômetro crucial para a satisfação do consumidor brasileiro, especialmente no setor automotivo. Antes de realizar um investimento tão significativo como a compra de um carro, muitos recorrem à plataforma para verificar a reputação de montadoras e modelos específicos, buscando evitar futuras dores de cabeça.
Reclame Aqui: a voz do consumidor e seu impacto no mercado automotivo brasileiro
A plataforma “Reclame Aqui” ganhou extrema relevância no Brasil. Ela funciona como um canal onde clientes expressam insatisfações e buscam soluções para problemas com produtos e serviços, incluindo os do setor automotivo. Além de registrar queixas, permite pesquisar a reputação das empresas antes de uma compra.
O Reclame Aqui avalia as marcas considerando múltiplos fatores, como o índice de reclamações respondidas, a taxa de solução dos problemas, a nota do consumidor e se ele voltaria a fazer negócio com a empresa. Essa abordagem oferece um panorama completo da capacidade da empresa em gerenciar crises. A visibilidade das queixas na plataforma amplifica o impacto de cada falha, afetando a percepção de valor das montadoras.
No topo da insatisfação: as marcas de carro com as piores notas (Maio-Novembro 2024)

Um levantamento do portal AutoMaisTV, baseado em dados do Reclame Aqui entre maio e novembro de 2024, listou as 11 marcas de carros com as piores notas na plataforma. Surpreendentemente, seis dessas marcas são do segmento premium, incluindo Mercedes-Benz (nota 5,2, a pior do ranking e com tempo médio de resposta de 25 dias), Porsche (6,6) e Audi (7,3). Isso desafia a ideia de que preço alto sempre garante bom pós-venda.
Outro ponto é a presença de todas as marcas do grupo Stellantis (Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën, RAM) na lista, sugerindo desafios na integração ou políticas de atendimento. Novas marcas chinesas, como BYD (nota 7,3) e GWM (nota 7,5), também figuram, indicando dificuldades iniciais em estabelecer um suporte robusto no Brasil. A Fiat, apesar do alto volume de queixas (2.340), teve nota 6,5 e índice de solução de 71,9%, superior ao da Mercedes-Benz (43,3% de solução com 66 avaliações).
Raio-X dos problemas: os carros com mais reclamações e suas falhas recorrentes por marca
Analisando as marcas individualmente, alguns modelos e problemas se destacam entre os carros com mais reclamações:
Mercedes-Benz (Nota 5,2): Modelos como Classe A, CLA e GLA têm apresentado ruídos na suspensão. A transmissão automática 9G-TRONIC é fonte de queixas por trocas ásperas e falhas. O Classe C usado, por sua vez, pode ter problemas na válvula termostática, bomba d’água e suspensão, com custos de reparo elevados.
Fiat (Nota 6,5): A Fiat Toro Diesel acumula relatos de perda de potência e desligamento repentino do motor, problema que levou a mineradora Vale a banir o modelo de sua frota. O Fiat Pulse enfrenta um defeito que dificulta o abastecimento. Já o Fiat Argo recebe queixas sobre acabamento interno, sistema Start-Stop e ruídos na suspensão e direção, além de um recall recente para a suspensão do modelo 2025.
Porsche (Nota 6,6): O Porsche Macan possui uma extensa lista de problemas potenciais, desde sensores de óleo e vazamentos até falhas na complexa transmissão PDK e na suspensão a ar. O Cayenne usado também demanda atenção com a suspensão pneumática, o eixo cardã e vazamentos em motores V8, com custos de reparo naturalmente altos.
Jeep (Nota 7,2): O Compass 1.3 Turbo, em teste de longa duração, revelou alto consumo de óleo do motor T270 e queima da bomba de combustível, entre outros. O Renegade tem histórico de problemas no câmbio (especialmente relacionados ao trocador de calor), consumo de óleo e falhas elétricas. Um ponto de atenção é que a linha 2025 dos motores 1.3 T270 (Commander, Compass, Renegade) teve a potência reduzida para atender normas de emissões, mas os preços dos veículos foram aumentados.
BYD (Nota 7,3) e GWM (Nota 7,5): As recém-chegadas marcas chinesas também geram queixas. Proprietários de BYD Seal e Song Plus relatam falta de peças, falhas em multimídia e aplicativo, e um pós-venda considerado deficiente, com alguns casos chegando à Justiça. O GWM Haval H6 PHEV teve um recall por perda de potência devido a uma falha na válvula termostática da bateria, enquanto o elétrico Ora 03 recebe críticas sobre funcionalidades de software, acabamento e conveniência.
Outras Marcas (Audi, Peugeot, Citroën, Hyundai, RAM): A lista de problemas é variada, incluindo falhas no problemático câmbio DSG da Audi, questões com o sistema AdBlue em modelos Peugeot (conforme dados de Portugal), dificuldades no atendimento pós-venda e recalls na Citroën, falta de peças de reposição e problemas com o cumprimento de garantia na Hyundai, e falhas no sistema de turbo da RAM Rampage (algumas compartilhadas com modelos Jeep).
Por que tantos carros com reclamações? Fatores comuns no setor automotivo brasileiro
Diversos fatores contribuem para o alto volume de carros com mais reclamações no Brasil. Falhas na qualidade de fabricação de peças e componentes específicos, como motores, transmissões e sistemas eletrônicos, são frequentemente apontadas. Desafios críticos e generalizados no serviço de pós-venda representam um ponto nevrálgico: a indisponibilidade de peças de reposição é um problema recorrente, resultando em longos períodos de espera para reparos; os custos de manutenção e conserto são muitas vezes elevados; e o atendimento ao cliente é percebido como deficiente por muitos consumidores, que relatam dificuldades no cumprimento dos termos de garantia por parte de algumas montadoras.
A crescente complexidade tecnológica dos veículos modernos, com mais eletrônica, software e as particularidades de veículos elétricos e híbridos, também introduz novas categorias de falhas. A comunicação das montadoras com seus clientes nem sempre é transparente ou eficaz, especialmente em relação a custos de revisão, cobertura de garantia e na solução de problemas já conhecidos, o que pode agravar a frustração do consumidor.
Como se proteger de carros problemáticos: dicas para uma compra mais segura e consciente
Para evitar dores de cabeça com carros com mais reclamações, o consumidor precisa adotar uma postura proativa e informada. A importância fundamental da pesquisa prévia intensiva no Reclame Aqui e em outras fontes confiáveis (como fóruns de proprietários, testes de longa duração e análises independentes) sobre a reputação da marca e do modelo específico de interesse antes de qualquer decisão de compra não pode ser subestimada.
Realize um test drive detalhado e minucioso. Preste atenção a ruídos anormais, ao funcionamento de todos os sistemas eletrônicos e mecânicos, e à qualidade geral do acabamento interno e externo. Exija clareza total da concessionária sobre os custos das revisões programadas, a cobertura detalhada da garantia contratual e o histórico de problemas conhecidos do modelo que você pretende adquirir.
Verifique sempre a existência de recalls pendentes para o chassi do veículo de interesse e, especialmente na compra de um carro usado, considere seriamente a realização de um laudo cautelar completo por uma empresa especializada e de confiança. Finalmente, é vital que os consumidores se sintam encorajados a registrar suas reclamações formais e a buscar seus direitos caso os problemas não sejam resolvidos amigavelmente.
A voz do consumidor e a busca por qualidade no mercado automotivo
A análise das reclamações no Reclame Aqui revela um cenário automotivo brasileiro com desafios significativos. Marcas de luxo não estão imunes a problemas sérios de pós-venda, e grandes grupos como a Stellantis enfrentam questões sistêmicas em várias de suas marcas. As novas entrantes, apesar do entusiasmo inicial, também precisam provar a robustez de seu suporte ao cliente.
A necessidade de o consumidor brasileiro adotar uma postura cada vez mais crítica, informada e proativa na escolha, aquisição e manutenção de seus veículos é evidente. Plataformas como o Reclame Aqui são ferramentas valiosas de empoderamento do consumidor. Elas permitem a pesquisa de reputação das empresas e exercem uma pressão positiva por melhorias contínuas na qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelas montadoras. A vigilância constante é essencial, pois o mercado automotivo é dinâmico, e a reputação das marcas, bem como a incidência de problemas em modelos específicos, podem mudar ao longo do tempo. Uma escolha bem informada é, sem dúvida, o melhor caminho para uma experiência de compra e posse de veículo mais tranquila e satisfatória.
FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS