O domingo, 8 de junho, amanheceu frio em Lafaiete. Mas no bairro Areal, o que se viu foi calor humano em forma de esforço coletivo. Com baldes, panos, vassouras e muito amor, voluntários e filhos da Casa da Paz começaram a dar forma ao que será o novo espaço da comunidade de Terreiro Afro-Indígena.
A Casa da Paz já funciona como um espaço de fé, acolhimento e resistência. No entanto, o local atual ficou pequeno diante da crescente participação nas atividades espirituais e sociais. Por isso, um novo imóvel começa a ser preparado, com cuidado, tempo e a força da coletividade.
“Não havia sol. O domingo foi de frio. O que nos aqueceu? Cada gesto, cada doação, cada mão que chegou pra somar. Entre vassouradas, nasceu esperança”, disse Mãe Filipa, liderança espiritual da Casa.
Nada está pronto. E ninguém tem pressa. O importante agora é construir juntos. Reformar o espaço, deixar tudo seguro e bonito, sim. Mas também fortalecer os vínculos que fazem da Casa da Paz muito mais que um terreiro: um território de acolhimento, de escuta e de transformação.
O novo espaço não será apenas um lugar de culto e celebração. A proposta é ampliar os projetos sociais e educativos já desenvolvidos pela Casa: rodas de conversa, oficinas culturais, atividades voltadas à juventude e ao fortalecimento da identidade afro-indígena.
E assim, entre vassouradas e fé, nasce aos poucos, sem alarde, mas com firmeza, um novo tempo para a Casa da Paz. Porque quando a espiritualidade anda de mãos dadas com o cuidado coletivo, todo lugar vira semente.
