Comunidade cobra ações da Vale e do poder público para garantir segurança e reparações justas
Na manhã da última quinta-feira, moradores da Rancharia, distrito de Ouro Branco (MG), interditaram a rodovia MG‑129, neste fim de semana em um protesto marcado por revolta e urgência. O bloqueio aconteceu em um trecho estratégico de acesso à região, reunindo dezenas de manifestantes — moradores, motoristas e trabalhadores da área — que denunciaram o estado crítico da estrada, o risco constante de acidentes e o abandono por parte do poder público e das mineradoras que atuam na região.
“A estrada está um perigo. Só lembram da gente quando tem tragédia”, afirmou um dos moradores durante o protesto.
Reivindicações principais:
- Melhorias imediatas na MG‑129, que sofre com buracos, má sinalização e risco de deslizamentos;
- Fiscalização e reparação ambiental na área, especialmente com relação ao impacto da mineração;
- Compromisso com a comunidade da Rancharia, muitas vezes ignorada nas ações compensatórias das mineradoras.
Clima de tensão e sentimento de abandono
Os manifestantes relataram que a situação da estrada tem provocado acidentes constantes, afetando tanto quem vive na região quanto quem a utiliza para trabalhar. Caminhoneiros, agricultores e até alunos relatam dificuldades diárias. Segundo relatos locais, a empresa Vale teria sido mencionada como corresponsável por parte da degradação da rodovia, devido ao tráfego intenso de veículos pesados ligados à mineração, sem a devida contrapartida em infraestrutura. “Passam caminhões carregados o dia inteiro, mas quem mora aqui que se vire com o barro, a poeira e os buracos.”
O que dizem as autoridades
Até o momento, a Prefeitura de Ouro Branco e a Secretaria de Estado de Infraestrutura de Minas Gerais não se pronunciaram oficialmente. Já a Vale, em ocasiões anteriores, informou que colabora com ações de mitigação na região, mas os moradores afirmam que isso não se reflete em melhorias práticas na estrada da Rancharia.