Lançamento ocorreu durante o 30º Festival de Inverno
O Instituto Profarte comemorou seus 38 anos ao lançar o documentário “Uma história em movimento”, na noite da segunda-feira (21/07), no Teatro Municipal Dom Silvério Gomes Pimenta, em Congonhas, que recebeu atuais e ex-artistas dos grupos de teatro da cidade, entre outros convidados. A celebração emocionou o público ao reviver parte da trajetória da arte teatral local, como do próprio instituto, que é referência em arte, cultura e transformação social no município e em toda a região. Ao longo de quase quatro décadas, o Instituto Profarte tem sido um ponto de encontro entre gerações, talentos e histórias que se cruzam no palco e na vida. A produção audiovisual contou com o apoio da Prefeitura de Congonhas, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, além do Ministério da Cultura e da Lei Paulo Gustavo.
O documentário apresentou diversos depoimentos de pessoas ligadas à cena cultural de Congonhas, como Wenceslau Coimbra, Regina Bahia e Luísa Bahia Rosângela Cristina, Ana de Lourdes Cardoso Carla Cruz, Tarcísio de Jesus, Átila Caiafa, Suzerly Soares, Pedro Cordeiro, , Lucas Emanuel, Isabela Resende, Sandra Gomes, Micheline Grama, Agnaldo Tadeu, Bárbara Santos, José Apolinário de Oliveira (Polô), Rose Félix, Viviam Moreira, Míriam Palhares, Pedro Cordeiro, entre outros.

Além disso, o vídeo registra para a posteridade fragmentos de espetáculos de grupos de teatro do passado. Mas também os encenados pelo Boca de Cena, que é gerido pelo Instituto Profarte, como A Birra do Morto, Confusão no Velório, o Pastelão e a Torta, Brejo das Almas, Lisístrata ou vaginas em greve, Brejo das Almas, Não Toca, seu Boboca, Dá pra ajudar, Boi-leição e A terra dos meninos pelados.
Wenceslau Coimbra Filho, fundador do Grupo Boca de Cena ex-professor do Teatro Universitário da UFMG, conta como surgiu seu interesse pelo teatro e o que guarda para os próximos anos do Boca de Cena.
“Estudei no Colégio Franciscano, de São João Del Rei, que era administrado por padres holandeses. Eles faziam questão de que assistíssemos teatro. Quando vinha teatro do Rio de Janeiro, eles compravam o espetáculo para o colégio. Então comecei a gostar de teatro e música ali. Acabei me formando em Letras. Quando viajava para outros países, corria atrás de teatro. Como meu irmão Lúcio Coimbra era diretor da Fundação Dom Silvério [que funcionava onde hoje é a E. M. Fortunata Junqueira de Freitas] e eu havia feito um espetáculo no Colégio Piedade, acabei criando o Teatro Dom Silvério, o Tedoms aqui em cima. Quando acabaram com a Fundação, cada um dos componentes foi para o seu lado. Mas, posteriormente, a Regina Bahia resolveu fazer teatro e me convidou e aceitei o convite, até por saber que ela, além de minha amiga e ex-aluna, é muito boa atriz. Fomos fazendo espetáculos. Ao assistir a este documentário do Instituto Profarte, me surpreendi com tanta história vivida por todo este nosso grupo. Tem gente [atores, atrizes, figurinistas, iluminadores, etc.] aposentada, gente que não mora mais aqui, gente que morava em BH e que agora está aqui. Continuaremos fazendo, não vamos parar. Ela e eu temos o fogo do teatro, somos uma fogueira. Eu sugiro e ela apoia as ideias”, diz Wenceslau, que, ao final da entrevista, como verdadeiro professor de teatro que não deixa nenhum “i” sem seu pingo, olha para o palco e pergunta:

“Vocês sabem o que é boca de cena? Boca de Cena é o espaço da cortina de um canto ao outro do palco”.
Lafaietense de nascimento, a atriz do Grupo Teatral Boca de Cena e cofundadora do Instituto Profarte, Regina Bahia, veio para Congonhas no dia 12 de agosto de 1969. “Minha mãe foi transferida para o INSS daqui. Então conheci o professor de Letras e Literatura Wenceslau Coimbra no Colégio Piedade, na 6ª Série, e ele nos acompanhou até o 3º Ano Normal (Magistério). Sempre falando de arte e cultura nessas aulas, ele montou um grupo de teatro chamado Tecop no colégio. Eu me interessei e fiz parte dos espetáculos montados por ele, como “Quem Casa quer casa”. Depois, junto com o Luiz Paulo, ele montou outros espetáculos. Depois houve desmembramento, cada um criou seu grupo, o Luiz Paulo criou o GESTEP, do qual também fiz parte. Seguindo a vida em Congonhas, eu fui para a Fundação Dom Silvério, onde o Wenceslau criou um grupo chamado Tedoms, do qual também participei por 13 anos, quando foi interrompido. Só pra frente, em 1997, eu retorno ao teatro já com o Grupo de Teatro Boca de Cena, criado por ele, e estamos aí até hoje em “Uma trajetória em movimento”, que será lançado no Youtube do Instituto Profarte em breve.
Regina se identifica muito com Congonhas. Com certeza, esta sintonia dela com a cidade é responsável por boa parcela do sucesso do Boca de Cena. “Congonhas tem uma energia cultural muito forte, à flor da pele, e sempre quero me envolver para somar. A cultura, ao contrário da atividade mineral, que é outra vocação local, e que, muitas vezes, acaba sendo agressiva à cidade, vem para amenizar todo esse ambiente que vivemos atualmente. Faço questão de participar e ajudar no crescimento da cultura desta cidade”, finaliza Regina Bahia.
Por Secretaria de Comunicação/Prefeitura de Congonhas.