A desativação do posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Congonhas coloca em risco a segurança de motoristas e moradores da região, já que o trecho passa a ficar sem cobertura policial adequada. Especialistas e agentes afirmam que a mudança não tem justificativa técnica, sendo resultado de decisões administrativas e pressões internas, em detrimento do atendimento à população.
A decisão de transferir as atividades para Carandaí tem gerado críticas, sobretudo porque a região de Congonhas é considerada estratégica, tanto para o controle de acidentes quanto para a prevenção de crimes nas rodovias. Segundo fontes internas, o efetivo da Delegacia de Juiz de Fora teria pressionado a chefia da PRF para concentrar esforços em duas unidades operacionais — Juiz de Fora e CARANDAÍ— simplificando a gestão, em detrimento da manutenção de Congonhas.
O histórico da unidade é antigo. Em 2009, a UOP de Congonhas foi transferida para a circunscrição de Juiz de Fora, o que gerou insatisfação na delegacia local. Até então, Congonhas conseguia manter seu próprio efetivo, mas a maior parte dos policiais já se apo sentou, sem reposição adequada. Além disso, agentes de Juiz de Fora não têm interesse em se deslocar para a cidade, agravando o déficit de pessoal.
A PRF esclarece que qualquer decisão sobre localização de unidades é baseada em estudos técnicos, envolvendo análises de criminalidade, trânsito e condições de trabalho, e que todas as informações são avaliadas por uma comissão da Gestão da PRF em Minas Gerais.
Em nota, a concessionária EPR Via Mineira informou que a mudança da unidade para Carandaí está prevista no contrato de concessão firmado com o Governo Federal e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A decisão considera critérios técnicos de segurança viária e logística, discutidos e aprovados pela corporação. A empresa afirma manter diálogo constante e alinhamento de ações com a PRF para contribuir com a segurança e o bom funcionamento de todo o trecho concedido.
Apesar disso, críticos afirmam que a mudança reflete mais conveniência administrativa do que critérios técnicos. Uma alternativa apontada seria manter o posto de Congonhas e criar uma nova unidade em Barbacena, ampliando a cobertura sem prejudicar a população