A cidade de Carandaí, no Campo das Vertentes, foi tomada pela comoção nesta sexta-feira (24). A idosa Eva Ribeiro, de 77 anos, faleceu após ficar em morte cerebral por mais de duas semanas. A família acusa o Hospital Municipal Sant’Ana de negligência médica, afirmando que sinais claros de AVC foram ignorados durante o atendimento. A filha da paciente, Gabriela Ribeiro, de 34 anos, usou as redes sociais para desabafar e pedir justiça. Eva foi sepultada nesta tarde de sábado (25), em meio a comoção, dor e tristeza de familiares e amigos.
O início do drama
Eva deu entrada no hospital no dia 7 de outubro de 2025, apresentando galo na cabeça, vômitos, fala embolada e dificuldade para mover o lado esquerdo do corpo — sintomas típicos de um acidente vascular cerebral. Foram realizados exames de tomografia e urina, que apontaram hematoma subgaleal p arietal direito e infecção urinária. Segundo Gabriela, o tratamento foi direcionado apenas à infecção, sem que a família fosse informada sobre o hematoma ou sobre o risco de AVC.
Mesmo com sinais neurológicos graves, a idosa recebeu alta no dia seguinte.
A piora e o retorno ao hospital
Durante a noite em casa, o quadro de Eva se agravou. Ela perdeu movimentos do lado direito, teve a fala comprometida e ficou desorientada. No dia 9 de outubro, a família retornou ao Hospital Sant’Ana, mas, segundo Gabriela, o caso continuou sendo tratado como uma simples infecção. Foi apenas após a troca de plantão que uma médica percebeu a gravidade do quadro. Eva foi intubada e transferida para o Hospital Regional de Barbacena, referência em neurologia.

Diagnóstico tardio e luta pela vida
No novo hospital, uma tomografia revelou um sangramento intracraniano grave, já em estágio avançado e de difícil reversão. Eva permaneceu internada em estado crítico e, após dias de espera e sofrimento, teve a morte cerebral confirmada. Já na sexta-feira (23), ela foi diagnosticada com morte celebral, já com uma segunda hemorragia.
Na tarde desta sexta-feira (24), a idosa não resistiu e faleceu, deixando familiares e amigos devastados.Em uma publicação nas redes sociais, Gabriela Ribeiro relatou a dor de perder a mãe e reforçou o pedido por justiça:. “Minha mãe sempre foi uma mulher forte, trabalhadora e cheia de vida. Não posso aceitar que tenha sido tratada com descaso.”
Posicionamento do hospital
Em nota, o Hospital Municipal Sant’Ana afirmou que não foi constatada negligência no atendimento. A instituição destacou que é uma unidade de média e baixa complexidade e que, diante da gravidade do caso, a paciente foi transferida para um hospital de referência. O comunicado diz ainda que os atendimentos e exames realizados estão sendo avaliados, e que a direção se solidariza com a família. O hospital informou que realiza cerca de 3 mil atendimentos mensais, com plantonistas 24 horas por dia, exames laboratoriais e de imagem. “A paciente em questão foi atendida nesta instituição no dia 7 de outubro, retornando no dia 9, sendo transferida para a instituição de referência em neurologia na nossa rede no dia 10 (dez) de outubro por agravamento do quadro clinico que exigiu assistência em hospital de maior complexidade, onde ficou internada até a presente data. Detalhes dos procedimentos e avaliações realizados durante o atendimento estão sendo avaliados para apurar o que realmente aconteceu e serem dadas as devidas tratativas. Não foi constatado, a princípio, negligência no atendimento, uma vez que existem relatos dos atendimentos, evoluções, exames e procedimentos realizados. Aproveitamos a oportunidade para expressar nosso sentimento de profundo pesar e nos solidarizar com a família”, citou a direção do hospital a nossa reportagem.



