Em um momento de profunda reflexão sobre a identidade cultural do estado, a Feira Mineira do Livro, realizada em Conselheiro Lafaiete – cidade que se consolida como um polo cultural do interior –, recebeu Gustavo Mendicino, Presidente da Empresa Mineira de Comunicação (EMC), para uma palestra. O executivo discursou sobre o papel e a atuação estratégica da Rede Minas e da Rádio Inconfidência como as principais difusoras e guardiãs da vasta produção cultural, artística e literária de Minas Gerais. Mendicino enfatizou como a comunicação pública, quando bem direcionada, transcende o mero lazer e se torna uma ferramenta essencial para a coesão social e a perpetuação da “mineiridade”. O ponto central da explanação de Mendicino foi a impressionante capilaridade das emissoras geridas pela EMC. A presença da Rede Minas e da Rádio Inconfidência em mais de 600 municípios mineiros foi apresentada não apenas como um dado estatístico, mas como a consolidação de uma rede de comunicação verdadeiramente estadual.
O presidente destacou que esse alcance massivo permite que a EMC ultrapasse os limites geográficos e informativos da capital, Belo Horizonte, estabelecendo um diálogo direto e constante com o interior. Esta conexão robusta preenche a lacuna deixada pela mídia comercial, garantindo que as mais diversas realidades do estado sejam vistas e ouvidas, democratizando o acesso à informação e à cultura de qualidade em territórios frequentemente negligenciados. Mendicino detalhou como a missão da EMC se afasta do lugar-comum.
O compromisso das emissoras públicas mineiras, segundo ele, é atuar como instrumentos de preservação e promoção da identidade cultural. Em sua fala, o presidente reiterou que a programação é cuidadosamente curada para refletir a alma mineira, seus sotaques, suas tradições e sua história. Não se trata apenas de transmitir conteúdo, mas de fomentar um sentimento de pertencimento, onde cada cidadão se reconhece na tela e no dial. A EMC se posiciona, portanto, como uma salvaguarda contra a homogeneização cultural, valorizando o que é singular e autêntico em Minas Gerais. Dada a relevância do evento, um segmento robusto da palestra foi dedicado ao apoio específico à literatura. Gustavo Mendicino explicou como a EMC serve de vitrine fundamental para a vibrante cena literária local. Programas dedicados à literatura, entrevistas aprofundadas com autores consagrados e emergentes, cobertura de lançamentos, feiras e festas literárias, e até mesmo a divulgação de editais e prêmios, compõem um ecossistema de incentivo.
A Rádio Inconfidência, com sua tradição na radiofonização de contos e crônicas, e a Rede Minas, com seus documentários e programas de debate, funcionam como um amplificador para a palavra escrita, estimulando novos leitores e valorizando os escritores de todas as regiões do estado. A atuação, contudo, não se restringe aos livros. Mendicino fez questão de abordar a divulgação das mais variadas formas de arte que pulsam no estado. A música, em sua diversidade que vai do clássico ao popular, passando pelo icônico Clube da Esquina; o teatro, que resiste e inova nos palcos do interior; as artes visuais, o rico artesanato, o folclore e as manifestações da cultura tradicional, como o Congado e as Folias de Reis.
O presidente da EMC salientou que garantir visibilidade a esses artistas e grupos, muitos deles fora do eixo principal, é uma diretriz essencial, assegurando que a riqueza cultural de Minas Gerais seja apresentada em sua totalidade. Em um dos momentos mais aplaudidos de sua intervenção, Gustavo Mendicino sintetizou a filosofia da empresa: “Nossa missão vai além de informar. É conectar cada canto de Minas Gerais à sua própria riqueza cultural. A Rede Minas e a Rádio Inconfidência são fios que tecem a identidade do nosso povo, levando literatura, música e tradição aonde o sinal chega, formando uma rede de afetos e saberes.”
A citação reforçou o compromisso da gestão em utilizar a comunicação como uma ponte para o conhecimento e a valorização mútua entre as diversas Minas que compõem o estado. Ao finalizar o corpo de sua apresentação, o executivo reforçou a importância estratégica desse trabalho contínuo. A atuação da EMC, segundo Mendicino, é vital para a formação de público, despertando o interesse de novas gerações pela cultura local. Além disso, ao dar espaço e voz aos criadores mineiros, as emissoras fortalecem diretamente a economia criativa, um setor em franca expansão que gera emprego e renda.
A manutenção da diversidade cultural, garantida por essa plataforma pública, é, em última análise, o maior legado que a empresa oferece à sociedade mineira. A Empresa Mineira de Comunicação (EMC) é a empresa pública do Governo de Minas Gerais dedicada à radiodifusão educativa e cultural. Responsável pela gestão e operação da emissora de televisão Rede Minas e da histórica Rádio Inconfidência (AM e FM), a EMC tem como pilar fundamental o forte compromisso com a sociedade mineira. Sua programação é voltada para a cidadania e a educação, a informação e debate, a arte e a valorização da identidade de Minas Gerais, prestando um serviço público vital para o desenvolvimento cultural, cidadão e social de todo o estado.