No lugar mais surreal do Sul, entre Praia Grande e Cambará do Sul, cânions gigantes, cachoeiras invisíveis do alto e trilhas abissais revelam Aparados da Serra como um labirinto vertical e profundo de mirantes, ventos, rios gelados e experiências que misturam adrenalina e contemplação profunda em cada curva de trilha.
Chamar Aparados da Serra de lugar mais surreal do Sul não é exagero quando, em poucos dias, um viajante registra trilhas entre cânions, quedas na água gelada e pores do sol sobre vales inteiros em Praia Grande. Entre o primeiro dia de caminhada no Cânion Malacara e o dia seguinte no Cânion Itaimbezinho, a fronteira entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina se transforma em cenário de abismos, cânions gigantes e cachoeiras invisíveis vistas do alto.
Na manhã seguinte, já hospedado em um hostel às margens do Rio do Boi, ele volta à natureza para um boia cross que cruza corredeiras, ponte molhada e prainhas formadas pelo rio antes de terminar em banho de água fria. Horas depois, ao acordar em outro dia com a câmera do celular novamente funcionando, a despedida de Praia Grande acontece com praça iluminada para o Natal, pôr do sol sobre o vale e a sensação de ter atravessado trilhas abissais em Aparados da Serra.
Aparados da Serra na divisa: cânions gigantes entre dois estados
Entre Praia Grande, em Santa Catarina, e Cambará do Sul, no Rio Grande do Sul, Aparados da Serra forma um corredor natural onde a estrada cruza a divisa várias vezes, subindo e descendo a serra.
Nesse cenário, dois parques nacionais vizinhos, Aparados da Serra e Serra Geral, protegem uma sequência de cânions gigantes que cortam o planalto em linhas abruptas.
Vista do alto ou do fundo dos vales, essa região funciona como um anfiteatro natural em que o vento, a neblina e o som das cachoeiras invisíveis definem o clima de isolamento extremo.
É esse conjunto de paredões, rios e abismos que faz a área ser tratada como o lugar mais surreal do Sul por quem percorre seus mirantes e trilhas.
Cânion Malacara: trilhas abissais pelo rio e respeito à força do vento

O roteiro começa no Cânion Malacara, acessado por uma trilha de cerca de 2 quilômetros em que o caminho se confunde com o leito do rio que dá nome ao cânion.
Logo na entrada, um morador local empresta caneleiras e lembra do risco de cobras, enquanto o visitante se prepara para alternar pedras escorregadias, trechos de mata fechada e travessias sucessivas de água gelada.
Em vários pontos, a trilha some nas pedras e obriga a cruzar o rio de um lado para o outro, com correnteza mais forte e paredes cada vez mais estreitas, dando ao percurso a sensação de trilhas abissais encaixadas entre cânions gigantes.
No meio do caminho, o vento revela sua força ao derrubar uma árvore inteira pela raiz, reforçando a necessidade de cautela.
Quando o rio aperta, a profundidade aumenta e o vento fica ainda mais intenso, o viajante decide parar em uma piscina natural e aceitar que, ali, respeitar o tempo e o limite da natureza é mais importante do que chegar ao fim do cânion.
Cânion Itaimbezinho: cachoeiras invisíveis do alto e abismos sem fim
Do Malacara, o roteiro segue de carro por uma estrada sinuosa até o Parque Nacional de Aparados da Serra, onde a subida forte e o ouvido entupido denunciam a mudança brusca de altitude.
Na portaria, o ingresso é pago uma única vez, com valor de 127 reais para acesso de vários dias e estacionamento de 20 reais, permitindo explorar com calma o Cânion Itaimbezinho e seus mirantes sucessivos.
Depois de quedas e tombos na trilha anterior, o celular cai na água e a câmera principal para de funcionar, obrigando o viajante a registrar o lugar mais surreal do Sul com uma câmera de ação menor.
A trilha corre pela borda do cânion, cercada por árvores cobertas de musgos, plantas nas copas e trechos de floresta que lembram um cenário de fantasia, até que surgem as bordas do abismo e as primeiras cachoeiras invisíveis vistas de longe.
O som da água acompanha todo o trajeto, mas muitas quedas d’água desaparecem na profundidade dos paredões, reforçando a sensação de que o rio some no vazio.
Em um dos mirantes, a altura é tão grande que nem mesmo o fim da cachoeira é visível; o que se vê é apenas o início da queda, seguido de um abismo que parece não terminar.
Ao longo do percurso, mirantes se multiplicam e cada ângulo oferece uma combinação diferente de paredões, rios lá embaixo e vegetação densa no topo.
De um lado, a vista alcança o curso do rio que alimenta as quedas; de outro, a trilha passa por plataformas em madeira que avançam sobre o vazio e deixam os visitantes diante da borda do penhasco.
Em um momento, até uma jararaca aparece à beira do caminho, lembrando que a fauna local é tão presente quanto a paisagem.
É justamente essa mistura de risco controlado, natureza exuberante e abismos silenciosos que consolida Aparados da Serra como o lugar mais surreal do Sul para quem caminha pela borda do Cânion Itaimbezinho.
Praia Grande: cidade-base entre cânions, ponte molhada e praça de Natal
Depois de horas entre mirantes, a descida de volta para Praia Grande revela mais uma vez o contraste entre o planalto e o vale.
Da estrada em zigue-zague, a cidade aparece lá embaixo cercada por montanhas e ganha contornos cinematográficos ao entardecer, com o sol desaparecendo atrás dos paredões.
Já na área urbana, o viajante encontra uma praça central decorada para o Natal, catedral iluminada, um lago e moradores aproveitando o fim de tarde.
Poucos minutos depois, o roteiro continua até o rio que corta a frente da cidade, onde uma ponte molhada permite a passagem de carros mesmo com uma lâmina rasa de água sobre o leito.
Essa combinação de cidade pequena, luzes de Natal e montanhas ao fundo reforça a ideia de que Praia Grande funciona como porta de entrada para o lugar mais surreal do Sul, ao mesmo tempo acolhedora e cercada por abismos.
Boia cross no Rio do Boi: adrenalina, corredeiras e contemplação
No dia seguinte, o viajante acorda no hostel Rio do Boi já equipado para uma descida de boia pelas corredeiras do rio que corta a base dos cânions.
Antes de entrar na água, a equipe local apresenta regras de segurança, mostra como segurar a boia e alerta para o risco de quedas nas partes mais fortes do percurso.
A partir daí, a correnteza assume o ritmo: as boias aceleram em trechos de corredeira, despencam em pequenas quedas que lembram mini cachoeiras e, em seguida, entram em áreas de calmaria que permitem contemplar a vegetação, a fauna e as paredes distantes dos cânions.
Em uma das curvas, o grupo precisa descer das boias para cruzar a ponte molhada a pé, carregando o equipamento e voltando à água mais à frente, até chegar a uma prainha onde a atividade termina com um banho de rio para lavar a alma.
Entre adrenalina e contemplação, o boia cross ajuda a perceber por outro ângulo os mesmos cânions gigantes e trilhas abissais que, vistos de cima, pareciam formar apenas um labirinto distante.
Por que Aparados da Serra parece o lugar mais surreal do Sul
Reunindo Cânion Malacara, Cânion Itaimbezinho, Rio do Boi e a cidade de Praia Grande, essa região une experiências completamente diferentes em poucos dias de viagem.
De um lado estão as caminhadas exigentes, as trilhas abissais pelo leito do rio, o vento que derruba árvores e a sensação de vulnerabilidade ao caminhar na borda de cânions gigantes.
De outro, surgem cachoeiras invisíveis vistas de cima, mirantes sucessivos, prainhas escondidas entre pedras e momentos de silêncio absoluto, em que só se escuta a água caindo e o vento passando pelos paredões.
É nessa soma de contrastes que Aparados da Serra se consolida como o lugar mais surreal do Sul: um trecho de Brasil em que a paisagem impõe respeito, reduz o observador à escala de centímetros e transforma cada passo em memória permanente.
Depois de conhecer esse roteiro, você encararia percorrer trilhas abissais, mirar cachoeiras invisíveis e encarar corredeiras no lugar mais surreal do Sul ou prefere observar os cânions gigantes apenas à distância dos mirantes?
FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS




