No dia em que Congonhas comemora 40 anos do título concedido pela UNESCO ao Santuário do Bom Jesus de Matozinhos como Patrimônio Mundial, uma nova espécie de bromélia foi oficialmente registrada de forma exclusiva na Serra do Pires em Congonhas como resultado da pesquisa de mestrado em botânica na Universidade Federal de Juiz de Fora pelo confrade João Luís Lobo Monteiro de Castro, biólogo e atual Secretário Municipal de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas de Congonhas.
O resultado foi publicado neste dia 03 de dezembro de 2025 na revista científica especializada “Phytotaxa” sediada na Nova Zelândia.
Segundo João “uma pequena bromélia que eu observava desde a primeira vez em que coloquei os pés na Serra do Pires, em Congonhas, acaba de ser descrita como uma nova espécie para a ciência. Ela é minúscula, menor do que uma moeda, cresce escondida nas frestas do itabirito e só existe em um lugar no mundo: a própria Serra do Pires. Agora tem nome: Hoplocryptanthus serrapiresensis, uma planta que carrega a identidade do território onde nasceu”.
O artigo demonstra que essa espécie vive em um ambiente extremamente frágil, pressionado pela mineração, e já nasce classificada como Criticamente Ameaçada pela IUCN (União Internacional de Conservação da Natureza). Hoje, menos de 50 indivíduos maduros são conhecidos e indica que proteger essa serra é proteger uma parte única da biodiversidade dos campos rupestres ferruginosos do Quadrilátero Ferrífero. Essa nova descoberta é mais uma ferramenta de políticas públicas pra preservação desse ambiente tão rico em biodiversidade, mas extremamente ameaçado.
João ainda destaca que se trata de que é uma espécie única que só existe diante dos 12 Profetas de Aleijadinho, pelo fato da Serra do Pires estar localizada exatamente ao centro da paisagem do Santuário do Bom Jesus de Matozinhos, como um presente para esses 40 anos do título internacional.

A pesquisa de mestrado foi realizada entre 2022 e 2024 catalogando mais de 400 espécies existentes na Serra e identificou esta bromélia até então desconhecida cientificamente.
O artigo foi publicado em parceria com os pesquisadores Otávio Ribeiro, Elton Leme, Pedro de Almeida e Ana Paula Gelli.
Acesse na íntegra ao artigo científico (em inglês) no PDF a seguir.

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