16 de julho de 2024 11:44

Inovação ou invasão? Examinando o uso de IA no setor bancário brasileiro

78% dos bancos do globo já se engajaram no assunto. No Brasil, a tendência não é diferente. A intenção geral é aprimorar a experiência dos clientes, agilizando as operações e reforçando a segurança das transações. Mas será que essa tecnologia é adequada em termos de privacidade?

Melhorando a experiência do cliente

Na Febraban Tech deste ano, onde as maiores entidades financeiras do país se reuniram para discutir inovações técnicas no setor, os bancos brasileiros destacaram a IA como uma estratégia revolucionária para as interações com os clientes. Especialmente no uso de chatbots ou assistentes virtuais, a tecnologia tem se tornado dominante pela possibilidade de fornecer suporte personalizado 24 horas por dia. Instituições como Banco do Brasil, Bradesco e Santander afirmaram já fazer uso consciente da inteligência artificial com esse intuito.

Simplificando operações

No mesmo sentido, as companhias bancárias se mostraram interessadas no uso da IA para aprimorar a eficiência operacional de suas empresas. O Santander, por exemplo, está desenvolvendo um copiloto de inteligência artificial para auxiliar agentes independentes com consultoria de investimento. Já o Banco do Brasil está aproveitando a IA generativa para fornecer recomendações financeiras às pequenas empresas, automatizando processos e oferecendo insights que as ajudam a administrar suas finanças de forma mais eficaz.

Reforçando a segurança

Outro objetivo central dos bancos brasileiros ao empregar táticas de IA em seus serviços é melhorar as operações de risco, conformidade e segurança. Os sistemas alimentados por inteligência artificial podem detectar atividades fraudulentas e transações suspeitas em tempo real, proporcionando uma camada adicional de segurança para bancos e clientes. Ao analisar grandes quantidades de dados, a IA pode identificar padrões e anomalias que poderiam passar despercebidos aos analistas humanos. Isso reduz o risco de crimes financeiros.

Mas e a privacidade?

Apesar das vantagens, muitos usuários se mostram preocupados com as possíveis repercussões da implantação da inteligência artificial em relação ao tratamento de seus dados e, consequentemente, da sua privacidade. E essa preocupação é muito válida: não há como negar, afinal, que a quantidade enorme de informações recolhidas para treinar esses modelos tecnológicos criaria potencialmente um risco adicional de vazamento e uso indevido.

Os bancos alegam que isso é levado em consideração e que eles fazem um uso “consciente” da tecnologia para minimizar qualquer perigo nesse sentido. Por outro lado, é ideal também que os próprios clientes tomem medidas proativas para proteger suas informações. Entre as principais recomendações, vale destacar:

  • Usar uma rede virtual privada (VPN): ao empregar uma VPN Brasil para transações financeiras na internet, é possível criptografar os dados transmitidos online e evitar, assim, a interceptação desses dados por cibercriminosos.
  • Adotar senhas fortes e únicas: reaproveitar senhas ou utilizar combinações óbvias (como datas importantes) estão entre os maiores erros que vulnerabilizam os usuários.
  • Habilitar a autenticação multifatorial: com mais etapas no processo de verificação, o acesso às contas se torna mais difícil aos criminosos, elevando o nível de segurança das contas.
  • Proteger os dispositivos móveis: investir em bons programas antimalware e manter os sistemas operacionais e aplicativos sempre atualizados são duas medidas essenciais para escapar das principais ameaças da rede e assegurar mais segurança às transações.
  • Informar-se: ter informação é a maior defesa. O usuário deve, portanto, se educar sobre estratégias comuns empregadas para roubo de dados bancários – como os golpes de phishing, baseados em mensagens de procedência suspeita solicitando informações pessoais sob pretextos maliciosos.
  • Evitar espaços públicos: via de regra, transações bancárias devem ser realizadas em espaços privados. Em locais abertos e públicos, é muito difícil controlar quem pode estar espionando seus movimentos e, potencialmente, memorizando suas senhas e credenciais.

Essas medidas, embora simples, contribuem significativamente para uma maior privacidade e segurança das transações bancárias online dos usuários. Já no que diz respeito ao tratamento dado pelos bancos a essas informações em seus sistemas de IA: só o tempo dirá.

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