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CLIMA QUENTE: ex-aliados trocam farpas após decreto de situação de emergência em Belo Vale (MG)

José Lapa do Santos diz que assumiu o município com diversas pendências financeiras; ex-prefeito Nequinha classificou a informação como mentira do novo chefe do Executivo

Após decretar situação de emergência administrativa e financeira, a Prefeitura de Belo Vale, na região Central de Minas, contratou uma auditoria para fazer um pente-fino nas contas do município. De acordo com o documento, a cidade acumula cerca de R$ 37 milhões em restos a pagar e não tem dinheiro em caixa sequer para os salários dos servidores. A situação financeira, ainda segundo a prefeitura, pode levar ao cancelamento de eventos como o Carnaval.

Conforme o decreto de emergência administrativa e financeira, a Prefeitura de Belo Vale priorizará a manutenção de serviços essenciais, como saúde, educação e assistência social. A medida tem validade de 90 dias, podendo ser prorrogada por mais 90 dias.

Em entrevista exclusiva à Itatiaia, o prefeito de Belo Vale, José Lapa do Santos (Solidariedade), disse que assumiu a cidade com diversas pendências financeiras, o que motivou o decreto. “Iniciamos a nossa gestão no dia 1º de janeiro e nos deparamos com várias contas para serem pagas, principalmente de obras. Hoje nós temos aí mais de 20, 21 obras em andamentos e nenhuma delas tem recurso para a gente pagar”, explicou.

“Um total de R$ 37 milhões de obras, de obras que não temos recurso para elas serem pagas. Até para a gente estar pagando a folha neste mês de janeiro, nós estamos com dificuldade. Então, foi por isso que fizemos o decreto financeiro, para a gente avaliar a situação e para no futuro a gente poder organizar a prefeitura”, acrescentou o prefeito.

Ex-prefeito rebate acusações

As declarações de José Lapa do Santos incomodaram bastante o ex-prefeito Waltenir Soares, conhecido como Nequinha. Ele diz ter entregado a prefeitura com cerca de R$ 13 milhões em caixa. “Isso é inverdade. No dia 31 de dezembro, nós fechamos o caixa no azul, deixamos mais de R$ 13 milhões em conta. E, se você olhar, o recurso que já entrou na prefeitura do dia 1º de janeiro a 15 de janeiro, soma mais quase R$ 6 milhões. Então, hoje a prefeitura tem em caixa um total de mais de R$ 19 milhões. É muito chato a gente ter que passar por este momento de calúnia”, argumentou Nequinha.

Sobre as obras em andamento na cidade, o ex-prefeito disse ainda que não deixou dívidas para a atual gestão. “Vale ressaltar também que nós não deixamos dívidas. Deixamos tudo quitado. Nós deixamos obras em andamento, e isso não é dívida. São obras a serem executadas. A prefeitura não pode pagar uma obra antes de ser executada”, pontuou.

Confira as fotos da frota municipal herdada.

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