Na 2ª Reunião Ordinária de 2025, realizada nesta segunda-feira (10), a Câmara Municipal de Ouro Branco discutiu os impactos da população flutuante no município. O tema foi levantado pelo vereador Neymar Magalhães, que destacou as mudanças significativas na cidade e os desafios enfrentados devido ao aumento expressivo de pessoas em curto espaço de tempo.
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Segundo Neymar Magalhães, a chegada massiva de novos moradores temporários alterou profundamente a dinâmica local e impactou o planejamento municipal. “Isso mudou muita característica da nossa cidade e, até mesmo, o planejamento que fizemos anteriormente. O Dali Fazenda, por exemplo, foi criado para atender a demanda de uma população prevista, mas com a chegada de milhares de pessoas, o programa se tornou insuficiente”, afirmou.
O vereador também mencionou o aumento no tempo de espera para atendimento hospitalar e a dificuldade de encontrar imóveis para alugar na cidade, levando parte da população a buscar moradia em municípios vizinhos. “A situação está tão crítica que outras pessoas vão morar em cidades próximas, porque não conseguem encontrar moradia em Ouro Branco”, disse.
Outro ponto levantado foi a burocracia excessiva para a liberação de construções e estabelecimentos comerciais, o que, segundo o vereador, prejudica investimentos e favorece o uso inadequado de imóveis. “Hoje, estamos perdendo receitas porque alguns estabelecimentos comerciais estão sendo maquiados como moradias, quando, na verdade, exercem outra atividade. Precisamos de uma fiscalização mais eficiente para evitar essas irregularidades”, defendeu Magalhães.
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O presidente da Câmara, Warley Pereira, concordou com a preocupação e ressaltou o impacto do crescimento populacional na infraestrutura da cidade, principalmente no recolhimento de lixo. “A cidade precisa crescer de forma organizada. O aumento no número de moradores tornou insustentável a atual estrutura de coleta de lixo, pois novas rotas não foram incluídas”, alertou.
A questão também já havia sido levantada em reuniões anteriores, quando a vereadora Nilma sugeriu a inclusão de uma quarta rota de coleta. Neymar Magalhães defendeu que essa medida deveria ser financiada com uma compensação, e não apenas com recursos municipais. “Com esse aumento populacional, deveria haver uma compensação financeira para que possamos criar a quarta rota. O município não deveria assumir todo esse custo”, argumentou.
De acordo com o Censo de 2022, a população fixa de Ouro Branco é de 38.724 pessoas. Em 2018, ano da última pesquisa sobre o tema registrada, estimava-se que a população flutuante era de cerca de 10 mil pessoas. Os vereadores acreditam que esse número aumentou significativamente desde então, intensificando os desafios urbanos e sociais da cidade.
FONTE: JORNAL O ESPETO