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Lamim celebra 315 anos de história com grande evento para celebrar data histórica; cidade também celebrará festa para seu padroeiro, uma das mais autênticas de MG

No próximo dia 31 de maio (sábado) acontece a comemoração dos 315 anos de fundação de Lamim (MG). Segundo o Prefeito Waldiney Campos, a festa será celebrada de forma modesta, mas com muita responsabilidade diante do real cenário orçamentário e financeiro que estamos vivenciando. Mas foi preparada com muito carinho para toda nossa população. Espero que aproveitem e divirtam-se bastante”, disse.

Confira a programação:

Sábado – 31/05

  • Tarde esportiva – Reabertura do campo
  • 14h – Escolinha Laminense Sub-12 x Castle City Sub-12
  • 15h – Família Miranda x Castle City
  • 20h – Show com Lucas e Bruno
  • 22h – Show com Rhom Live

Domingo – 01/06

  • 07h – Feirinha na Praça
  • 09h30 – 8º Trilhão de Lamim

A tradição

Conhecer Lamim, no Vale do Piranga, é voltar os olhos para o passado e mergulhar na religiosidade do Brasil Colônia.m 1831, o termo da Vila de Queluz e seus distritos passaram a pertencer à Comarca de Ouro Preto. Em 1872, foi criada a Comarca de Queluz, ficando a Freguesia do Lamim submetida à sua influência. Da mesma maneira que muitos outros municípios mineiros, Lamim também surgiu durante o período em que a mineração era o centro da economia.

A busca por riquezas minerais trouxe até a região, que daria lugar ao território laminense,  três portugueses que iniciaram o processo de ocupação e exploração.  Pedro José da Rosa, Francisco Souza Rego e José Pires Lamim eram naturais da Ilha de São Miguel, localizada no arquipélago dos Açores. No dia 31 de Maio de 1710, partiram do Arraial de Itaverava com o propósito de chegar até o Rio Piranga e explorar as terras da outra margem. Se instalando no local onde hoje se encontra a sede do município, os portugueses conseguiram estabelecer relações de amizade com os nativos indígenas do lugar, tanto que Pedro José acabou se casando com a filha de um chefe indígena.

Francisco Souza Rego era casado em Portugal e , passados alguns anos, já instalado no lugar, mandou trazer sua esposa. José Pires Lamim se manteve solteiro, vindo a falecer ainda moço, em torno de 25 anos. Em homenagem ao amigo, Souza Rego deu o nome de Lamim à sua fazenda e ao ribeirão que cortava suas terras, para imortalizar a memória de seu companheiro. Somente após dez anos é que os primeiros exploradores conseguiram encontrar ouro em suas terras.  O prof. Duarte relata o acontecimento, protagonizado por Souza Rego, que se tornou um fazendeiro rico e influente:

“Acontecendo que n’uma manhã lhe faltasse a água em consequencia da grande torrente, occasionada por uma tempestade de chuva que desbarrancou parte da banqueta do rêgo, e indo elle mesmo ver a cauza; vio felizmente o ouro em quantidade; ficando surprehendido com o feliz sucesso;  e logo tratou de apanhar o que pode e depois continuou a lavrar o terreno, ajuntando uma bôa porção de ouro.”

Pintura do artista plástico Antônio Carlos/REPRODUÇÃO

A notícia da descoberta de ouro nos terrenos de Souza Rego chegou logo a seus vizinhos, que trataram logo de explorarem o metal em diversos pontos. Após quarenta anos de ocupação, o arraial já era povoado, concentrando-se no entorno da fazenda de Souza Rego, com algum comércio e trânsito.

No ano de 1760, liderados por Francisco de Souza Rego, os habitantes do Ribeirão do Lamim e vizinhanças, requereram junto ao bispo de Mariana a licença para construir uma capela invocada ao Divino Espírito Santo, santo de devoção do português.

A autorização foi concedida em 2 de Julho de 1760. Por determinação de Souza Rego, a capela foi construída no local onde fora enterrado José Pires Lamim, no centro do arraial, sendo concluída em 1761. Em 1768, através de decreto assinado  pelo governador da capitania de Minas, Lamim passou a condição de distrito, tendo como linhas limítrofes os distritos de Capela Nova, Catas Altas da Noruega e Itaverava.

Dividia águas com os distritos de Espera e Nossa Senhora de Oliveira, e pelo Rio Piranga abaixo ia até Sete Cachoeiras. O distrito do Lamim foi subordinado à Vila de São José Del Rei até o ano de 1790, ano em que foi criada a Vila de Queluz, da qual passou a fazer parte.

Lamim foi elevado à categoria de Freguesia no ano de 1859, vinculado ao município de Queluz. Assim permaneceu até o ano de 1938, passando a ser distrito do novo município de Rio Espera. Pela Lei Estadual nº 2764, de 30/12/62, foi elevado à categoria de município, instalado em 01/03/1963. (Texto: L.F. Veloso Nogueira)

Festa do Divino

Já a Festa do Divino Espírito Santo acontece entre 30 a 8 de junho. A tradição veio da fundadores do Município. Os moradores contam que, em 1710, três bandeirantes portugueses, da ilha de São Miguel, nos Açores, chegaram à região. E, à noite, temendo a forte tempestade que açoitava o lugar, fizeram a promessa de dedicar a terra recém-descoberta ao Divino Espírito Santo, de quem um deles era devoto. 

O nome da cidade é o sobrenome de um dos bandeirantes, José Pires Lamim, que morreu jovem, aos 25 anos. Os dois amigos ergueram uma capela do Divino, com o altar-mor sobre a sepultura do companheiro para que ele sempre fosse lembrado. Durante 50 anos, os festejos eram na fazenda do bandeirante José Francisco Rêgo.

Mas a fama dos milagres do Divino fez com que muitos fiéis desejosos de alcançar uma graça pedissem para se tornar festeiros. E uma igreja foi construída, além de uma grande casa, que abrigava o imperador do Divino (o festeiro sorteado), onde ele podia organizar os preparativos da festa e da cavalhada. 

O feijão divino

A devoção ao Divino, celebrada no Dia de Pentecostes, é comum em várias cidades brasileiras, como herança portuguesa. Mas em Lamim, ela tem um significado ainda mais especial. 

Em 1801, ninguém quis se apresentar para ser sorteado como imperador. E o festeiro do ano anterior tinha dinheiro para fazer mais uma festa. Brás da Cunha Teixeira resolveu aumentar a plantação de feijão, rezando para que a colheita fosse farta, para que ele pudesse fazer a festa do Padroeiro. 

O imperador teve uma grande surpresa ao colher os grãos do cereal, que tinham uma pomba estampada; E os devotos entenderam que estavam diante de um milagre do Divino Espírito Santo que causa admiração em todos que veem o feijão até hoje.

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