Madrigal Roda Viva retoma sua apresentação na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, agora em 07 de junho, às 19h45.
Nem toda espera é silêncio. Algumas são preces em suspenso, pulsações contidas, ensaios do invisível. E é assim que o Madrigal Roda Viva, após um breve adiamento por razões técnicas, reagendou seu concerto “Liturgia das Canções” para a noite do dia 07 de junho, às 19h45, na imponente e simbólica Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Conselheiro Lafaiete.
O que o grupo coral preparou para esse momento não é apenas um concerto: é um rito de beleza partilhada, uma celebração da escuta, uma oferenda feita de vozes, silêncios e afeto.
Cantar como quem reza: a proposta do concerto
“Liturgia das Canções” marca os 26 anos de trajetória do Roda Viva, coro que se firmou como símbolo de resistência cultural e sensibilidade artística no cenário da música coral brasileira. A apresentação é parte das ações do documentário em produção sobre os 25 anos do grupo — uma memória audiovisual do que foi, do que é e do que insiste em florescer.
Por que ‘liturgia’?
Porque, para o Roda Viva, cantar é um ato de fé — fé na beleza, na coletividade, na escuta como forma de cura. A música aqui não é entretenimento: é gesto ritual, é encontro sagrado, é comunhão entre os tempos, os estilos e as almas.
Um programa em cinco movimentos: a missa laica do afetoO repertório é tecido como um rito, dividido em cinco partes que conduzem o público por diferentes paisagens da experiência humana:
I – Música Erudita Brasileira
Obras do barroco mineiro, com destaque para os Responsórios das Matinas de Jerônimo de Sousa Queirós, o Miserere de Manoel Dias de Oliveira e o comovente Veni Sancte Spiritus (anônimo do século XVIII).
II – Vozes do Sagrado e do Sentimento
Do drama sacro de Théodore Dubois à benção coral de John Rutter, passando pela devoção popular da Ave Maria Sertaneja. Uma travessia do sagrado erudito ao popular.
III – Terra Sonora
Participação especial do grupo instrumental Terra Sonora, de Mariana: Maria Emília (flauta), Gustavo Fechus (violino), Juliane Starlino (violoncelo) e Vitor Gomes (órgão/piano). Um interlúdio instrumental que celebra a alma da música de câmara.
IV – Ode ao amor, à ausência e à ternura
Canções como Te Quiero (Benedetti/Favero) e Ev’ry Time We Say Goodbye (Cole Porter) traduzem o afeto em forma coral, com emoção e delicadeza.
V – Liturgia da Esperança, do Amor e do Tempo
Encerrando, hinos do cotidiano e da utopia: Enquanto Houver Sol (Titãs), Manhã de Carnaval (Bonfá/Antônio Maria) e Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor (Lô e Márcio Borges).
Um coro de vozes e de histórias
O Roda Viva é mais que um grupo vocal: é comunidade, é tradição que se reinventa, é espaço onde cantam jovens e outros – nem tão jovens, pessoas de todos os credos, gêneros, origens e pensamentos. Um dado expressivo marca essa caminhada: das doze gestões que conduziram o grupo, oito foram lideradas por mulheres, evidência de uma construção coletiva baseada na sensibilidade, no cuidado e na escuta.
Convite
No dia 07 de junho, às 19h45, a Matriz de Nossa Senhora da Conceição se tornará um templo da beleza coral.
A entrada é gratuita, mas o valor da experiência será eterno:
uma vela acesa no escuro da pressa,
um altar erguido dentro de cada ouvinte,
um gesto de fé na arte que transforma.
Liturgia das Canções é o chamado.
O canto é a resposta.