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A venda de US$ 1,5 bilhão: a operação de nióbio em Goiás que a Anglo American vendeu e hoje é um sucesso nas mãos da China

Em 2016, a mineradora britânica vendeu sua estratégica operação de nióbio em Catalão para a chinesa CMOC, em um negócio bilionário que redefiniu o mercado global deste metal.

Em meio à maior crise do setor de mineração em décadas, um negócio bilionário e estratégico foi fechado em Goiás. Em 2016, a gigante britânica Anglo American vendeu sua cobiçada operação de nióbio em Catalão para a chinesa China Molybdenum (CMOC), marcando a ascensão de uma nova potência no mercado.

A história mostra como a necessidade de uma empresa de fazer caixa, combinada com a visão estratégica de outra, criou um case de sucesso que beneficia a economia de Goiás até hoje.

A crise das commodities e a decisão da Anglo American

O ano de 2016 foi um período de forte turbulência para as mineradoras. O fim de um longo ciclo de alta nos preços das commodities colocou uma imensa pressão financeira sobre as maiores empresas do mundo. Para sobreviver à crise, gigantes como a Anglo American precisavam vender ativos para reduzir suas dívidas e focar em seus negócios principais.

Foi nesse contexto que a empresa decidiu vender seus negócios de Nióbio e Fosfatos no Brasil. Para a Anglo American, era uma forma de fortalecer seu balanço financeiro em um momento crítico. Para o mercado, era uma oportunidade única de adquirir um ativo de classe mundial.

A compra da operação de nióbio pela CMOC

A venda de US$ 1,5 bilhão: a operação de nióbio em Goiás que a Anglo American vendeu e hoje é um sucesso nas mãos da China

O acordo foi anunciado em 28 de abril de 2016. A compradora foi a China Molybdenum (CMOC), que pagou US$ 1,5 bilhão em dinheiro pela operação de nióbio e fosfatos da Anglo American em Goiás e São Paulo. A transação foi concluída rapidamente, e a CMOC assumiu o controle em 30 de setembro de 2016.

A aquisição da operação de nióbio foi um movimento de imensa importância estratégica, não apenas para a empresa, mas para a China. O nióbio é um metal crítico, usado para criar ligas de aço mais leves e resistentes, essenciais para indústrias de alta tecnologia. O Brasil detém mais de 80% das reservas comerciais de nióbio do mundo, e ao garantir o controle da segunda maior mina do planeta, a CMOC assegurou para a China o acesso direto e de longo prazo a um recurso vital.

O sucesso do novo dono: Recordes na operação de nióbio de Catalão

Sob a nova gestão, a operação de nióbio em Goiás não apenas continuou seu sucesso, como atingiu novos patamares. A CMOC investiu em tecnologia e eficiência, e os resultados foram impressionantes.

A produção cresceu de forma consistente e, em 2024, a empresa bateu seu recorde histórico, com 10.024 toneladas produzidas. Esse volume consolidou a CMOC Brasil como a segunda maior produtora de nióbio do mundo, respondendo por cerca de 11% de toda a oferta global e tornando a operação brasileira um dos pilares de lucro da gigante chinesa.

Um negócio estratégico e de sucesso

A venda de US$ 1,5 bilhão: a operação de nióbio em Goiás que a Anglo American vendeu e hoje é um sucesso nas mãos da China

Em retrospecto, a venda da operação de nióbio pela Anglo American foi um movimento estratégico que beneficiou todas as partes. A empresa britânica conseguiu o capital de que precisava para superar a crise, enquanto a CMOC adquiriu um ativo de classe mundial que a transformou em uma potência global de recursos minerais.

A história da transação é um exemplo perfeito de como o mercado se reconfigura em tempos de crise. A “mina de ouro” de nióbio em Catalão não deixou de brilhar; ela apenas mudou de mãos, passando para uma empresa que via nela o pilar para sua estratégia de crescimento futuro.

FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS

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