Entenda a evolução da legislação, os detalhes técnicos e os custos reais da scooter da WAYY Mobility que se tornou um ícone da mobilidade urbana no Brasil.
Com a alta dos combustíveis, a moto elétrica M8 da empresa brasileira WAYY Mobility se popularizou como uma alternativa estilosa e econômica para os deslocamentos na cidade. Com a promessa de rodar gastando centavos e um design que chama a atenção, ela conquistou um público que buscava fugir do trânsito e dos postos de gasolina. No entanto, sua ascensão ocorreu em meio a uma grande confusão sobre as regras para pilotá-la.
A ideia de que este tipo de veículo não precisava de CNH ou emplacamento, embora já fosse um mito, chegou ao fim de forma definitiva com uma nova lei em 2023. Entenda o que mudou da legislação e o que você realmente precisa saber antes de comprar uma em 2025.
O surgimento da WAYY Mobility e o lançamento da M8
A WAYY Mobility surgiu no cenário brasileiro como uma empresa focada em oferecer soluções de transporte elétrico, aproveitando a crescente demanda por veículos mais econômicos e sustentáveis. Nesse contexto, a moto elétrica M8 foi lançada como um de seus principais produtos.
O seu apelo foi imediato. A M8 foi projetada com um design que foge do padrão das scooters tradicionais, com um guidão mais alto no estilo “seca suvaco”, que lembra uma pequena moto custom. A proposta era clara: ser um veículo para trajetos urbanos curtos, como ir ao trabalho, à faculdade ou a locais próximos, oferecendo agilidade, baixo custo e zero emissões.
O fim da era “sem placa e sem CNH”

A história da legislação para ciclomotores elétricos no Brasil é a chave para entender a polêmica.
Até 2015: havia uma grande “área cinzenta” na lei. Muitos veículos elétricos de baixa potência eram vendidos sem uma exigência clara de registro ou habilitação, o que gerou a fama de que não precisavam de documentos.
A virada de 2015: a Lei nº 13.154, sancionada em julho de 2015, foi um marco. Ela alterou o Código de Trânsito Brasileiro e tornou obrigatório o registro e o licenciamento de todos os veículos de 50cc (ou de potência equivalente, no caso dos elétricos) junto aos Detrans. A partir dali, a necessidade de placa se tornou uma regra nacional.
A regra final de 2023: a confusão sobre a habilitação terminou de vez com a Resolução CONTRAN nº 996, de 22 de junho de 2023. Esta norma classificou de forma definitiva os veículos como a moto elétrica M8 (com motor de 2.000 watts) como “ciclomotores”. Com isso, ficou estabelecido que, para pilotá-la, o condutor precisa obrigatoriamente ter a Autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC) ou a CNH na categoria A.
Anatomia da moto elétrica M8
A M8 é uma scooter robusta para sua categoria. Seu motor elétrico de 2.000 watts, localizado na roda traseira, oferece um torque imediato que garante saídas ágeis. A velocidade máxima, segundo a WAYY, é de 55 km/h, mas testes práticos mostram que ela pode superar os 65 km/h.
Sua bateria de lítio de 60 volts é removível, o que permite que o proprietário a leve para carregar em casa ou no trabalho. Uma carga completa leva cerca de 6 horas em uma tomada comum e proporciona uma autonomia média de 55 km. O modelo vem bem equipado de fábrica, com iluminação Full LED, freios a disco nas duas rodas com sistema combinado (CBS), alarme e chave presencial (Smart Key).
O custo real de ter uma M8 em 2025
O preço de aquisição da moto elétrica M8 foi divulgado na época de sua apresentação em torno de R$ 14.900. O grande atrativo, no entanto, é seu custo de operação. Segundo a WAYY, o custo para rodar é de cerca de R$ 0,02 por quilômetro. Isso significa que uma recarga completa, para uma autonomia de 55 km, custa em média R$ 1,50, uma economia incomparável com a gasolina.
A manutenção também é mais simples. Não há troca de óleo ou filtros do motor. Os cuidados se concentram em itens de desgaste, como pastilhas de freio e pneus. A fabricante estima um custo de R$ 400 para as revisões periódicas após o fim da garantia. O item mais caro a longo prazo é a bateria, que tem uma vida útil de cerca de 1.500 ciclos de recarga e um custo de reposição estimado em R$ 4.000.
FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS