Animal símbolo do estado do Texas, o gado Texas Longhorn sobreviveu séculos em estado semi-selvagem, tornou-se peça histórica do agro americano e hoje vale até R$ 2 milhões em leilões
Criado originalmente a partir de bovinos trazidos da Península Ibérica durante as expedições espanholas no século XV, o gado Texas Longhorn se tornou uma das raças mais emblemáticas do agronegócio americano.

Com chifres que podem ultrapassar 3 metros de envergadura e alta resistência ao calor e à seca, esses animais foram salvos da extinção e hoje são símbolo cultural e econômico do estado do Texas.
O gado Texas Longhorn surgiu da miscigenação de animais trazidos por conquistadores espanhóis entre 1493 e 1512. Os primeiros bovinos chegaram à ilha de Hispaniola na segunda viagem de Cristóvão Colombo e foram levados aos poucos até o que hoje é o México e, posteriormente, ao território do Texas.
Muitos desses animais viveram soltos por séculos nas planícies áridas, desenvolvendo características de extrema adaptação ao clima hostil, tornando-se símbolo da pecuária de sobrevivência no Velho Oeste.
Ao longo de gerações, os descendentes desses bovinos criaram uma genética robusta: alta tolerância à escassez de alimento, resistência a doenças e longevidade incomum.
Durante o século XX, com o avanço da pecuária industrial, a raça foi quase extinta, sendo preservada graças a esforços coordenados do governo americano e de entusiastas ligados à história e à cultura do estado.

Em 1927, o Serviço Florestal dos EUA iniciou a recuperação da raça, reunindo exemplares no Refúgio de Vida Selvagem de Wichita Mountains, em Oklahoma.
Em 1964, Charles Schreiner III fundou a Texas Longhorn Breeders Association of America, o que formalizou os registros e deu novo fôlego ao rebanho.
A criação de eventos como a condução simbólica de gado de San Antonio até Dodge City reforçou a identidade histórica do Texas Longhorn com o imaginário do velho oeste americano.
Outro marco cultural ocorreu em 1917, com a adoção do Longhorn “Bevo” como mascote da Universidade do Texas, em Austin.
A imagem do animal passou a estampar uniformes e bandeiras de times universitários, fortalecendo a ligação do gado Longhorn com o orgulho texano. Hoje, a raça é oficialmente o grande mamífero símbolo do estado do Texas, conforme reconhecido pela legislação estadual de 1995.
Características marcantes do gado de chifres grandes
O traço mais visível e impressionante do gado Texas Longhorn são seus chifres, que podem ultrapassar os 3 metros de ponta a ponta.
O recorde, segundo o Guinness Book, é de 323,7 cm, pertencente a um boi chamado Poncho Via. Além dos chifres longos, a raça se destaca pela diversidade de pelagens: cerca de 40% apresentam tons de vermelho, com padrões que incluem manchas, pintas e até pelagens azuladas ou rajadas (brindle), o que torna cada exemplar visualmente único.
Apesar de seu passado ligado ao pastoreio extensivo e à sobrevivência em regiões áridas, o gado Texas Longhorn voltou a ser valorizado também como gado de corte.
Sua carne magra, resistência natural a doenças e capacidade de aproveitar pastos pobres o tornam atrativo para pequenos e médios produtores rurais.
Além disso, alguns criadores investem em exemplares para concursos de chifres ou exposições culturais, com preços que chegam a R$ 2 milhões em leilões, como o caso da vaca 3S Danica, vendida com bezerro por US$ 380 mil em 2017.
Com três registros oficiais, Texas Longhorn Breeders Association of America, International Texas Longhorn Association e Cattlemen’s Texas Longhorn Registry, o mercado do gado Texas Longhorn se organiza em torno da preservação genética, valorização da história e expansão para turismo rural e educação agropecuária.
Algumas fazendas nos Estados Unidos mantêm rebanhos abertos à visitação, onde o público pode conhecer de perto os animais e aprender sobre sua importância na formação do Texas e da cultura agro americana.
FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS