Analisamos a fundo a engenharia da picape mais vendida do Brasil para entender o seu segredo: como ela consegue ser um veículo de trabalho robusto durante a semana e um carro de passeio confortável no domingo?
Há anos, um veículo domina o topo do ranking de vendas no Brasil, superando não apenas seus rivais diretos, mas todos os carros de passeio. Esse fenômeno é a Fiat Strada. E sua versão topo de linha, a Volcano, equipada com motor turbo e câmbio automático, encapsula a razão desse sucesso: uma versatilidade quase impossível.
Mas como a engenharia da Fiat conseguiu criar um veículo que serve ao trabalho pesado, com capacidade de carga de 650 kg, e ao mesmo tempo oferece o conforto e a dirigibilidade de um SUV compacto? Fomos a fundo na ficha técnica e nas escolhas de projeto para fazer uma análise da Fiat Strada Volcano 2025 e desvendar o segredo por trás do seu domínio de mercado.
O motor Turbo 200 dá conta do recado?
A grande estrela da versão Volcano é o motor Turbo 200 Flex. Este propulsor de 1.0 litro, três cilindros, entrega impressionantes 130 cv de potência e 20,4 kgf.m de torque quando abastecido com etanol. A principal dúvida do consumidor é: um motor 1.0 turbo aguenta o tranco com a caçamba cheia?
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A resposta da engenharia está no torque. O torque máximo já aparece a baixíssimas 1.750 rpm. Isso significa que a picape tem força total para arrancadas e subidas mesmo carregada, sem precisar “esgoelar” o motor. A parceria com o câmbio automático tipo CVT, que simula 7 marchas, garante que o motor esteja sempre na rotação ideal, seja para força ou para economia. O botão “Sport” no volante altera o mapa do acelerador e do câmbio, deixando as respostas ainda mais ágeis para ultrapassagens.
A engenharia da dualidade: confortável como um carro de passeio?
Um dos segredos da Strada é sua plataforma, a MPP (Modular Platform Pickup), que é uma evolução da arquitetura de carros de passeio como o Argo, mas com reforços estruturais massivos. Na suspensão, a Fiat manteve uma receita robusta e lendária.
Dianteira: McPherson, similar à de um carro de passeio, garantindo conforto e boa dirigibilidade no asfalto.
- Traseira: eixo rígido com molas parabólicas, uma solução herdada da antiga Strada e aprimorada. Este tipo de mola é extremamente robusto e ideal para suportar peso, sendo o principal responsável pela sua capacidade de carga superior à das concorrentes diretas.
É essa combinação que permite que a Strada Volcano seja surpreendentemente confortável em asfalto liso, mas valente o suficiente para o trabalho pesado, respondendo à pergunta sobre seu conforto de forma afirmativa.
A versão Volcano vale a pena? Analisando consumo e custo-benefício
Custando na faixa de R$ 137.990, a Strada Volcano se posiciona em um território de preço próximo ao de SUVs de entrada e até mesmo de picapes maiores, como a Montana em suas versões de entrada. A pergunta é: vale a pena?
Consumo: segundo dados do Inmetro, o consumo da Strada Volcano CVT é de 8,3 km/l na cidade e 9,4 km/l na estrada com etanol, e 12,1 km/l e 13,2 km/l, respectivamente, com gasolina. São números competitivos que a tornam uma opção viável para o uso diário.
Custo-Benefício: a resposta está no pacote. Por esse valor, ela oferece a praticidade da caçamba, um motor turbo com bom desempenho e uma lista de equipamentos completa, com central multimídia, faróis de LED e carregador sem fio. Para quem busca um veículo “dois em um” – para o lazer da família e para o trabalho leve/médio – a proposta de valor da Volcano é quase única no mercado brasileiro.
Em resumo, o segredo da Fiat Strada é uma engenharia sem vaidades, focada em entregar exatamente o que o consumidor brasileiro precisa: um veículo robusto, econômico, confortável e versátil, capaz de encarar o asfalto da cidade e a estrada de terra com a mesma competência.