De naves sobre rodas a limusines de cupê, veja os carros mais esquisitos já criados e o motivo por trás de tanta excentricidade
Nem todo carro nasce para fazer sucesso. Alguns entram para a história por serem bons, outros por serem feios, e alguns simplesmente por serem… estranhos. Ao longo das décadas, montadoras e inventores decidiram arriscar com projetos nada convencionais. O resultado? Veículos que desafiam a lógica, o bom senso e, às vezes, até as leis da física. A seguir, conheça alguns dos modelos mais excêntricos já criados.
Dymaxion 1933: o carro que queria voar
Buckminster Fuller era um inventor com ideias grandiosas. Ele criou casas, mapas e até um cronograma de sono batizado de Dymaxion. Mas sua invenção mais ousada foi o carro Dymaxion. Com aparência de nave espacial e estrutura de triciclo, ele era pensado como um veículo terrestre, marítimo e aéreo.
O motor V-8 da Ford ficava na traseira e acionava as rodas da frente, enquanto a roda traseira solitária cuidava da direção. O resultado era um carro com curva apertada, mas extremamente instável. Foram construídas apenas três unidades.
Uma foi destruída, outra virou galinheiro e só uma sobreviveu ao tempo. Réplicas foram feitas, mas todos concordam: ainda bem que o futuro do automóvel não seguiu por esse caminho.
Iso Isetta 1953: o carro pequeno com porta na frente
A fabricante italiana de refrigeradores Iso resolveu entrar no mercado automotivo com um projeto bem diferente. O Iso Isetta tinha a parte frontal funcionando como uma porta única. O primeiro modelo tinha apenas três rodas, o que o tornava instável. Depois, foi redesenhado com duas rodas traseiras muito próximas, eliminando o diferencial.
O carro era pequeno, curioso e chamou atenção. Tanto que a BMW comprou o projeto e lançou sua própria versão. O BMW Isetta manteve o visual excêntrico e acabou se tornando um dos microcarros mais famosos — e estranhos — do mundo.
Fiat 600 Multipla 1956: minivan em miniatura
A Fiat decidiu transformar o compacto Fiat 600 em uma espécie de minivan. Assim surgiu o 600 Multipla. Ele tinha motor traseiro de apenas 21 cavalos e foi projetado para levar até seis pessoas. Para acomodar tanta gente, a marca eliminou o porta-malas dianteiro e colocou mais bancos no espaço. O desempenho, como esperado, era sofrível.
A aceleração de 0 a 60 mph não existia: o carro só chegava a 57 mph. Mesmo assim, o modelo ficou em produção por mais de dez anos.
Jetway 707 1968: limousine feita de cupê
Nos anos 1960 e 1970, era comum ver limusines feitas a partir de peruas. Mas uma empresa decidiu exagerar. A American Quality Coach alongou um Oldsmobile Toronado — um cupê esportivo de luxo — para criar o Jetway 707.
O Toronado tinha tração dianteira, o que facilitava o projeto, já que não era preciso criar um novo eixo cardã. Mesmo assim, a adaptação exigiu nova carroceria, portas, teto solar, suspensão e freios. O resultado foi uma limusine com três eixos e aparência incomum. Era uma resposta exagerada à pergunta: “como vamos ao aeroporto?”
Chevrolet SSR 2003: caminhonete, esportivo ou conversível?
O Chevrolet SSR confundiu muita gente ao chegar ao mercado. Era uma picape? Um esportivo? Um conversível? Na verdade, tentava ser tudo ao mesmo tempo. E essa indecisão foi um dos motivos de sua rejeição.
O modelo tinha capota rígida retrátil, motor V-8 e design ousado. No início, entregava 300 cavalos com um motor 5.3 V8, mas o desempenho não animava.
Em 2005, ganhou novo motor 6.0 de 390 cv e câmbio manual de seis marchas, melhorando um pouco. Ainda assim, o público não comprou a ideia. A produção acabou em 2006, e as unidades encalhadas levaram tempo para serem vendidas.
Encerrando com estilo… ou não
Esses carros mostram que a indústria automotiva também tem seus momentos de excentricidade. Nem sempre a inovação vem acompanhada de bom gosto ou sucesso. Mas é graças a essas tentativas ousadas que o mundo dos carros continua interessante.
Entre galinheiros, limusines com três eixos e portas que abrem pela frente, fica claro: criatividade nunca faltou. Falta de noção, talvez. Mas sem esses projetos malucos, o universo automotivo seria bem mais monótono.
Com informações de MotorTrend.