Nas três maiores cidades do Alto Paraopeba, Conselheiro Lafaiete, Congonhas e Ouro Branco, a área da cultura vive uma situação curiosa e preocupante. Apesar da intensa movimentação cultural e realização de diversos eventos nos últimos sete meses, as secretarias responsáveis pela gestão da pasta apresentam graves lacunas administrativas.
Em Conselheiro Lafaiete, a Secretaria de Cultura já passa pelo segundo secretário, revelando instabilidade e falta de continuidade na condução das políticas culturais municipais. Essa rotatividade pode comprometer a implementação de projetos e o planejamento de longo prazo.
Em Congonhas, cidade reconhecida por seu patrimônio histórico e por um forte calendário cultural, a ausência de um nome claro para a liderança da pasta da cultura chama atenção. A gestão da área é atribuída, de maneira pouco transparente, à Fundação Municipal de Cultura, Lazer e Turismo (Funcult), mas não há confirmação pública de um secretário específico que responda diretamente pela cultura.
O cenário em Ouro Branco é ainda mais nebuloso. Não há informações oficiais recentes que identifiquem quem está à frente da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo, gerando dúvidas sobre a organização e a prioridade do setor dentro da administração local.
Apesar dessa instabilidade e da ausência de lideranças claras, as três cidades experimentaram uma agenda cultural bastante movimentada, com eventos que atraíram público e movimentaram a economia local. Essa contradição sugere que a cultura segue viva e atuante por meio de iniciativas pontuais e parcerias, mas que a estrutura institucional para sua gestão adequada carece de fortalecimento.
O momento é propício para que as prefeituras das três cidades reforcem a transparência e a organização das secretarias culturais, com nomeações claras e estáveis, a fim de garantir a continuidade das políticas públicas que sustentam a cultura como instrumento essencial de desenvolvimento social e econômico no Alto Paraopeba.