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Na chegada da primavera, as árvores protegidas por lei em Minas

BH e cidades do interior têm espécimes tombados, incluindo ipê branco, jequitibá, copaíba, paineiras, sapucaias jambo e outras que dão frutos

Neste primeiro dia da primavera – a nova estação começa às 15h19 (horário de Brasília) –, todas as homenagens à Natureza, a quem trabalha pela sua preservação, aos que semeiam, plantam e cuidam do reino vegetal e a todos os defensores do meio ambiente. De forma bem especial, vamos falar de árvores tombadas pelos municípios e protegidas por lei. Para começar, temos em Belo Horizonte vários espécimes de destaque, como nas avenidas Barbacena e Bernardo Monteiro, onde o conjunto arbóreo tem importância na paisagem urbana.


Desde 1976, conforme a PBH, algumas árvores são imunes de corte ou derrubada, pela sua beleza, raridade ou localização. Bons exemplos dessa exuberância verde se encontram na Praça Boa Viagem, com flamboyants e outras de copa que chamam a atenção de quem passa nas ruas Alagoas, Sergipe, Timbiras e Aimorés; nas avenidas Afonso Pena, com seus ipês e sapucaias, e Getúlio Vargas; na Rua Gustavo da Silveira, nas proximidades do Museu de História Natural e Jardim Botânico, da UFMG, com o Caminho das árvores e Largo das sapucaias; na Praça de Liberdade e tantos outros espaços públicos.


Estudo da Prefeitura de BH mostra que a arborização da capital foi cuidadosamente planejada, embora uma pesquisa feita entre 1910 e 1914 tenha constatado que algumas jaqueiras, copaíbas, gameleiras, casuarinas, jabuticabeiras e uma espécie ainda não classificada já existiam em Curral del-Rei (arraial destruído para construção de BH), sendo aproveitadas no paisagismo da nova capital, a exemplo também da canela, amoreira, jatobá e ipê.


De acordo com o Processo de Tombamento de árvores na malha urbana de BH, há ainda exemplares de pau d’óleo, paineira, pau brasil, jequitibá, sapucaia, pau-ferro, angico, esponjinha, pau rei, cássia e copaíba. Que tal então aproveitar a nova estação para percorrer a cidade e conhecer suas árvores?


Símbolos


No interior do estado, a preservação de árvores centenárias enche os moradores de orgulho e encanta visitantes. Há bens protegidos, pelos municípios, em Bom Despacho, Bonfinópolis de Minas, Lavras, Coronel Xavier Chaves, Divisa Nova, Ipatinga, Lima Duarte e outros. Em Lavras, no Sul de Minas, o destaque vai para a centenária tipuana, na Praça Doutor Augusto Silva, com tombamento individual e do espaço, conforme o setor municipal de Patrimônio Histórico.


Plantada em 1908 por Bernardino Maceira, responsável pelo projeto original da praça – então denominado Jardim Municipal –, a tipuana se tornou símbolo da cidade, atraindo olhares de moradores e visitantes pela imponência e valor histórico. Atualmente, devido a fissuras, passa por análise detalhada da estrutura. Segundo a prefeitura local, ela se encontra escorada e estabilizada para garantir a segurança no local.


Para aprofundar o diagnóstico, uma empresa de São Paulo foi contratada para fazer avaliação minuciosa, que inclui inspeção visual, estudo das raízes, da copa e do grau de comprometimento das fissuras da árvore. O serviço prevê ainda poda preventiva e elaboração de um plano de manejo, com possíveis reforços adicionais para preservar a árvore de forma segura.

Oportunidade para aprender a…

Que tal transformar sua vida pela arte ou encontrar uma direção com amplas possibilidades profissionais? Veja esta oportunidade: a Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop) oferece 20 vagas gratuitas, no turno noturno e em formato presencial, para o curso técnico em conservação e restauro da Escola de Arte Rodrigo Melo Franco de Andrade, em OP. Já está aberto o processo seletivo (segundo semestre de 2025), que é de caráter classificatório e será realizado por análise de histórico escolar, conforme as condições descritas no edital. Pioneiro no país e referência nacional na formação de profissionais com atuação na preservação de bens culturais, o curso foi criado na década de 1970, sendo reconhecido pelo Ministério da Educação e aprovado pelo Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais.

…preservar os bens culturais

Com duração de cinco módulos semestrais, totalizando 1.558 horas e 20 minutos e aliando teoria e prática, o curso se destina a pessoas que já concluíram ou estão no ensino médio a partir do segundo ano. Aulas de segunda a sexta-feira, no período noturno, incluem estágio curricular obrigatório nas três áreas de atuação: pintura de cavalete, escultura policromada e papel. Estudantes participam de atividades em ateliês, visitas técnicas e ações de restauração em acervos comunitários, com acompanhamento de professores e da equipe do Núcleo de Conservação e Restauração. O curso também promove oficinas de formação complementar e conta com a Comissão de Acervos, espaço de diálogo interdisciplinar sobre as intervenções realizadas. Inscrições abertas até 28 de setembro, exclusivamente pelo site da Faop. Edital completo e formulário de inscrição estão disponíveis em: www.faop.mg.gov.br

Parede da memória

GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS/REPRODUÇÃO – 4/12/2012

Já que o tema da coluna é a primavera, fazemos uma viagem no tempo, com escala em várias estações, até o início do século 19. Vejam que bela aquarela! Em 1817, o pintor austríaco Thomas Ender (1793-1875) retratou a primeira cidade de Minas, Mariana, antiga Vila do Ribeirão do Carmo. Ele mostrou quintais em primeiro plano num contraponto com o Seminário da Boa Morte, pioneiro na formação de padres, o qual aparece no canto esquerdo. Dá para ver que o seminário tinha um jardim. Segundo especialistas, há uma nítida diferença entre os espaços vistos por Ender – enquanto os jardins tinham uma simetria, com boa distribuição das flores e folhagens, os quintais das casas eram desorganizados, sem obedecer a uma divisão específica. Na aquarela, se vê a comunhão entre montanhas, casario, igreja e águas.


ASCOM/PREFEITURA DE COROMANDEL/DIVULGAÇÃO

Flores em vida

Em Coromandel, na Região do Alto Paranaíba, foi lançado o projeto “Flores em vida” para homenagear, com o retrato na Casa da Cultura, cidadãos que desempenham papel de relevância na história e no desenvolvimento local. A cada ano, serão destacadas cinco pessoas, sempre nas comemorações, em setembro, do aniversário da cidade, que completou 102 anos. O prefeito Fernando Breno explica que há um diferencial na homenagem: enquanto alguns municípios costumam reverenciar apenas a memória de pessoas falecidas, a iniciativa permite que os homenageados recebam, enquanto estão vivos, o reconhecimento por sua contribuição à cidade. A cada ano, os retratos na galeria serão trocados.

Livro e tela

Na quarta-feira (24), às 18h, em BH, haverá o lançamento do livro “Irmã Germana – a exilada de Macaúbas”, de Marcos Paulo de Souza Miranda. Durante a apresentação da obra, o autor fará palestra sobre a história da religiosa, Germana Maria da Purificação, nascida em 1782, que morou na Serra da Piedade, em Caeté, e no Mosteiro Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, em Santa Luzia. Na oportunidade, Souza Miranda vai mostrar um quadro com a representação histórico-artística da irmã Germana. Será na Academia de Letras do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Alemp), que fica na Rua Timbiras, 2928, no Barro Preto.

Primavera dos saberes

A Casa do Folclore, em Ouro Preto, celebra a nova estação com o evento Primavera dos saberes: cultura, memória e criatividade. O evento gratuito, reunindo tradições, arte e ancestralidade, será na sexta-feira (26), das 14h às 16h, na Praça Antônio Dias, 29. Na programação, apresentação da dança da fita, no adro do Santuário Nossa Senhora da Conceição, com o Grupo de Dança das Fitas da Melhor Idade de Monsenhor Horta, e lançamento do livro “Não beba das águas de quem finge matar a sua sede”, de Jacilene Arruda. O dia também será marcado pela realização de oficinas voltadas para a economia criativa. Promoção da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de OP, via Departamento de Promoção Cultural.

FONTE: ESTADO DE MINAS

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