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Espinhaço, única cordilheira do Brasil, é o novo gigante do turismo de experiência

Ao completar 20 anos como Reserva Mundial da Biosfera, a cordilheira que atravessa Minas Gerais costura as mais extraordinárias viagens históricas, culturais e ecoturísticas

Visitar as cidades históricas que preservam o Ciclo do Ouro e do Diamante, encarar escaladas épicas em paredões rochosos, canyons e quase 400 cachoeiras catalogadas, pedalar por 26 parques e unidades de conservação e se deliciar em rotas gastronômicas que mesclam tradição e inovação com os melhores queijos do país. Experiências tão distintas focadas em viajantes tão diferentes, em Minas Gerais, levam uma mesma assinatura: a Cordilheira do Espinhaço.

Com seus impressionantes 1.200 km de extensão, a única cordilheira do Brasil atravessa Minas Gerais e alcança a Chapada Diamantina, na Bahia. Somente em solo mineiro, essa cadeia montanhosa conecta 172 municípios, abarca serras famosas como a do Cipó do Caraça, do Itacolomi e a do Ouro Branco, e atravessa os principais biomas brasileiros –Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga.

Não à toa esse tesouro único entrou, em 2005, na lista da UNESCO como Reserva da Biosfera. Em comemoração aos 20 anos desse reconhecimento, o Governo de Minas inicia uma campanha sem precedentes para valorizar ainda mais a região como um dos destinos mais extraordinários do ecoturismo, turismo histórico-cultural e, principalmente, do turismo de experiência no Brasil.

Grão Mogol – Eduardo Gomes/Divulgação

ECOTURISMO PÉ NO CHÃO

Não basta ser um gigante por natureza, é preciso atingir o equilíbrio entre preservação e desenvolvimento, o que esses 20 anos de reconhecimento internacional provaram ser possível. A Cordilheira do Espinhaço reúne hoje 26 parques e unidades de conservação, representando um verdadeiro laboratório de sustentabilidade, onde o turismo consciente desempenha papel central. Um deles, o Parque Cavernas do Peruaçu, com suas impressionantes mais de 200 grutas, algumas com pinturas rupestres de 12 mil anos, acaba de ser reconhecido como Patrimônio Mundial Natural da UNESCO.

De norte a sul da Cordilheira, não faltam atividades que incluem trekking, mountain bike, observação de fauna e flora, balonismo, canoagem e turismo de aventura. Prova disso, há dois anos, o principal evento de ecoturismo e turismo de aventura do Brasil, Abeta Summit, escolheu a cidade de Grão Mogol, no Vale do Jequitinhonha, norte da Cordilheira do Espinhaço, para sua 20ª edição.

Divulgação

Mais próximo a Belo Horizonte, a Cordilheira do Espinhaço coincide com destinos ecoturísticos clássicos como a Serra do Cipó, com sua Cachoeira do Tabuleiro, de 273 metros de altura, ou o Parque Nacional da Serra do Cipó, o melhor ponto do Brasil para escaladas. Enquanto isso, a tribo dos bikers radicais se volta para Diamantina, que recebe há 10 anos, sempre em julho, o Sertão Diamante, uma das mais desafiadoras ultramaratonas de Mountain Bike do Brasil.

HISTÓRIA COM PAISAGEM E SABORES

A região de Diamantina é um bom exemplo para ilustrar que na Cordilheira do Espinhaço viagens de natureza, experiências culturais e gastronômicas se mesclam deliciosamente. Na mesma região famosa pelos exuberantes Parque Estadual do Biribiri, Parque Nacional das Sempre-Vivas e Parque Estadual Pico do Itambé, o viajante encontra a arquitetura colonial de Diamantina, cujo Centro Histórico é Patrimônio Mundial pela Unesco, e da também histórica Serro. Some a isso a riqueza cultural do lugar de onde vieram personalidades como Juscelino Kubitschek ou Chica da Silva e a possibilidade de provar alguns dos melhores queijos mineiros produzidos ali.

Divulgação


Além de Diamantina, o Espinhaço tem outros três patrimônios mundiais da Unesco: Ouro Preto, o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, e o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas. Outro importante reconhecimento da Unesco vai para Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal, incluído no ano passado na lista dos Patrimônios Culturais e Imateriais da Humanidade. Na Cordilheira estão 34 municípios que integram 6 regiões onde é produzida esta iguaria mineira.

Há razões de sobra para o viajante experienciar essa mistura de história, cultura, gastronomia e paisagens impressionantes, repletas de canyons, campos rupestres, flora endêmica e 394 cachoeiras catalogadas. O que faltava era um projeto coletivo que conectasse todos os territórios com o propósito de transformar a Cordilheira do Espinhaço em um dos grandes destinos sustentáveis das Américas. Não mais.

Divulgação

ROTEIROS TEMÁTICOS DESENHADOS

Na Cordilheira, o cardápio de experiências é variado e superlativo. São milhares de atrações que possibilitam vivenciar a hospitalidade mineira, provar os sabores da terra e explorar paisagens deslumbrantes, sempre respeitando o meio ambiente. Para organizar a vida do viajante, há um robusto sistema de rotas e circuitos já estruturados, seja por parcerias com o Sebrae, ou desenvolvidos pelas 26 Instâncias de Governança Regionais (IGRs), que representam os 172 municípios integrantes da Cordilheira.

A última novidade é o lançamento da Rota da Serra do Cipó, que reúne 30 experiências de ecoaventura, cultura e hospitalidade nos municípios de Jaboticatubas e Santana do Riacho, coração da Cordilheira do Espinhaço. As experiências são divididas em três eixos: Rota Jardim, que valoriza a biodiversidade e o turismo contemplativo; Rota Fôlego, voltada para aventura e esportes de natureza; e Rota Origens, que conecta história, cultura e ancestralidade.

Pedra de São Francisco e Santa Clara, Botumirim – Wilson Ferreira Santos/Divulgação

Mais ao sul, a Rota das Artes conecta a capital Belo Horizonte a Ouro Preto, passando por Brumadinho, onde fica Inhotim, além de São Joaquim de Bicas, Igarapé, Congonhas e Mariana. O interessante é que este roteiro engloba diversos pequenos ateliers de artistas locais que abrem suas portas para que os viajantes coloquem a mão na massa. Além disso, experiências gastronômicas singulares, como degustações guiadas às cegas ou provas de pratos elaborados com cachaças, mostram que a cozinha mineira é uma das mais fortes expressões artísticas locais.

Para viajantes que se guiam pelos sabores não faltam rotas ainda mais específicas, como a Rota do Queijo do Serro, que leva aos melhores produtores desta região da Cordilheira, além de outros roteiros que incluem também vinhos e cervejas. Entre os sabores do Espinhaço, tem se destacado também a viticultura em cidades como Diamantina, Grão Mogol, Jequitibá, Santana dos Montes e Serro. Já cidades como Catas Altas da Noruega e Itabirito estão emergindo no circuito de produção de azeites.

Itacambira – Eduardo Gomes/Divulgação

TRAVESSIAS ÉPICAS

A Cordilheira do Espinhaço tem também se destacado nacionalmente por oferecer aos viajantes trilhas de longo percurso, algo ainda raro no Brasil. Tratam-se de cerca de uma dezena de travessias entre parques com todo o apoio logístico de guias e hospedagem em povoados do entorno. O exemplo clássico é a Travessia Rio Preto X Pico do Itambé, uma jornada de 4 dias de um parque ao outro passando por cachoeiras, piscinas naturais, campos de sempre-vivas e culminando, literalmente, no Pico do Itambé, com seus 2.052 metros de altitude.

Para quem achou quatro dias pouco, há percursos bem mais longos como a Rota das 10 Cachoeiras, com 91 km de distância que podem ser percorridos em 8 dias a pé ou menos se for de bicicleta ou a cavalo. O trajeto corta o Parque Natural Municipal do Tabuleiro e o Parque Estadual Serra do Intendente, alcançando as duas maiores cachoeiras de Minas Gerais, a do Tabuleiro (273 metros de queda livre) e a do Bocaina (235 metros de queda livre).

Divulgação

Outro clássico é refazer os caminhos que o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire percorreu no século 19, de Conceição do Mato Adentro até Diamantina. Estes 182km do Caminho Saint-Hilaire podem ser vencidos a pé (de 10 a 12 dias) ou de bicicleta (de 7 a 9 dias), num roteiro que mistura paisagens incríveis a vivências ligadas aos saberes tradicionais, imersão na autêntica cozinha mineira e também a experiências de fé, já que há santuários e igrejas históricas no caminho. Mais transformador que isso só fazendo os 740 km da TransEspinhaço, uma expedição épica que percorre grande parte da única cordilheira do Brasil.

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha

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