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Justiça concede liberdade provisória a motorista que matou mociclita e revolta lafaiete

A Justiça decidiu não converter em prisão preventiva a detenção do condutor envolvido no caso que gerou grande repercussão na cidade. De acordo com a decisão, a prisão não se justificava no momento, diante das circunstâncias e da natureza do crime. Com base nesses fatores, a Justiça entendeu que medidas cautelares alternativas seriam suficientes para garantir o andamento do processo. O juiz ainda advertiu que o descumprimento de qualquer uma dessas condições poderá levar à revogação da liberdade provisória e à imposição da prisão preventiva.

O acidente

A cidade de Conselheiro Lafaiete foi abalada por uma tragédia na manhã desta quinta-feira (23). Um acidente fatal, provocado por um motorista embriagado e sob efeito de drogas, tirou a vida de Clarice Leandra Soares, de 43 anos, conhecida carinhosamente como “Kaká”, moradora dos bairros São Dimas/Expedicionários e funcionária do Centro Pop da Prefeitura. O acidente aconteceu no cruzamento das ruas Barão de Pouso Alegre e Engenheiro Nélson Teixeira, no bairro São Sebastião. Clarice conduzia uma motocicleta Yamaha Fazer quando foi violentamente atingida por um Fiat Uno preto, cujo motorista, um homem de 44 anos, atravessou a via de forma imprudente. Socorrida pelo SAMU, a vítima não resistiu aos graves ferimentos e faleceu ainda dentro da ambulância, antes de chegar ao hospital. Fuga e prisão do suspeito

Após o impacto, o motorista fugiu sem prestar socorro. Testemunhas relataram que ele retirou do carro uma garrafa de cachaça, a escondeu no porta-malas e deixou o local rapidamenteA Polícia Militar iniciou buscas e localizou o suspeito nas proximidades da BR-040. Durante a abordagem, ele admitiu ter usado crack durante toda a noite anterior. Dentro do veículo, os policiais encontraram um cachimbo artesanal para consumo de drogas e a garrafa com bebida alcoólica. O homem, que não possui Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e tem diversas passagens pela polícia, foi preso em flagrante. O Fiat Uno, que estava com o licenciamento em atraso, foi apreendido

O motorista foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Conselheiro Lafaiete, onde permanece à disposição da Justiça. Ele responderá por homicídio culposo na direção de veículo automotor, perigo de dano e omissão de socorro. A morte de Clarice causou profunda comoção e revolta entre familiares, amigos e colegas de trabalho. Descrita como uma pessoa alegre, dedicada e querida, ela atuava no atendimento social do município e era muito conhecida na comunidade.

Indignação e luto

Nas redes sociais, centenas de mensagens de luto e indignação foram publicadas, pedindo justiça e maior fiscalização no trânsito. O velório de Clarice Leandra Soares foi realizado nesta sexta-feira (24), das 22h às 13h, na Capela Mortuária Bom Pastor (1), no Jardim do Éden. O sepultamento ocorreu para as 13h, no Cemitério Parque Jardim do Éden.

Vereadores cobram providências

O caso também dominou a sessão da Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete, na tarde de quinta-feira (23). Vereadores manifestaram indignação com a falta de sinalização e mecanismos de controle de velocidade nas vias da cidade. O foco das críticas foi o próprio local do acidente, a Rua Barão de Pouso Alegre, onde moradores afirmam que motoristas trafegam em alta velocidade e que a via se transformou em uma “pista de corrida”.

A vereadora Cida Toledo expressou a insatisfação da população. “A Barão de Pouso Alegre virou pista de corrida. Esperamos que não aconteça uma nova tragédia para a prefeitura tomar atitude em relação à sinalização e à redução de velocidade.” Ela também ressaltou que o investimento em pavimentação deve vir acompanhado de sinalização adequada e segurança viária. “O asfalto é uma maravilha, mas precisa vir com sinalização. Não adianta melhorar o piso se a via continua perigosa.

Pedido de ação imediata

A tragédia reacendeu o debate sobre infraestrutura e segurança no trânsito em Conselheiro Lafaiete. Moradores e vereadores pedem ações urgentes, como pintura de faixas, instalação de redutores de velocidade e placas de advertência. A morte de Clarice expõe, mais uma vez, como a imprudência no trânsito e a falta de sinalização podem custar vidas.

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