Escondida entre as curvas do interior do estado de Goiás, há uma cidade que parece ter sido esquecida pelo tempo, no melhor sentido possível.
Goiás, que um dia foi capital do estado e hoje é carinhosamente chamada de Goiás Velha, preserva um estilo de vida que remete diretamente aos anos 1950.
Com suas ruas de pedra irregular, casas coloniais coloridas e uma rotina tranquila, o município oferece uma experiência rara: a de mergulhar em um Brasil que ainda valoriza a simplicidade, a tradição e o convívio comunitário.
Lugar onde o tempo parou: cidade brasileira vive como se ainda fosse os anos 50
Localizada a cerca de 140 quilômetros da atual capital Goiânia, a cidade de Goiás foi fundada no século XVIII às margens do Rio Vermelho, durante o ciclo do ouro.
Seu centro histórico é tombado como Patrimônio Mundial pela Unesco, o que ajudou a preservar o traçado original, as construções de adobe e pau a pique e os costumes da população local.
Ao passear por suas ruas, não é incomum ver moradores sentados à porta de casa, oferecendo café e conversa a quem passa, um retrato fiel de uma época mais gentil e desacelerada.
O charme de Goiás Velha vai além da arquitetura. O som de notificações de celular quase não se ouve, e nem faz falta.
O modo de vida ali conserva hábitos que desapareceram das grandes cidades: mercados familiares, feiras livres que ainda funcionam como pontos de encontro e o uso do rádio como principal fonte de informação e entretenimento.
Cidade de Goiás Velha encanta visitantes
Entre os atrativos mais procurados pelos visitantes está a Casa de Cora Coralina, hoje transformada em museu.
A residência onde viveu a poetisa mantém o mobiliário e os objetos pessoais praticamente intactos, oferecendo um mergulho na memória da escritora e da própria cidade.
Outro evento que atrai multidões é a Procissão do Fogaréu, realizada durante a Semana Santa, com encenações à luz de tochas que percorrem as ladeiras históricas.
Goiás também conquista pelo paladar: empadão goiano, doces de tacho e picolés feitos com frutas do cerrado são apenas algumas das iguarias que reforçam a identidade local.
Em tempos de correria e tecnologia, a cidade mostra que é possível resistir ao ritmo acelerado, e que, às vezes, parar no tempo pode ser um privilégio.
FONTE: DIÁRIO DE PERNAMBUCO



