EPR Via Mineira aplica técnica sustentável inovadora em que reutiliza material removido das pistas, garantindo qualidade e menos impacto ambiental
O Brasil é rasgado por mais de 1,7 milhão de quilômetros de estradas, o que significa que temos a quarta maior malha rodoviária do mundo. Entretanto, apenas 213 quilômetros são pavimentados. É pouco para um país do tamanho do nosso. Mesmo assim, estas obras de manutenção e pavimentação geram altas emissões de carbono na atmosfera que preocupam, seja pelos materiais utilizados, seja pelo transporte e aplicação no local.
A EPR Via Mineira está testando em trechos da BR-040, entre Belo Horizonte e Juiz de Fora, uma técnica interessante de engenharia sustentável que promete reduzir em até 20% o uso de materiais e recursos, e cerca de 50% das emissões de carbono na atmosfera: a utilização de material fresado. Trata-se do reaproveitamento do asfalto antigo, que foi retirado de obras anteriores, e que iria para o aterro sanitário, mas agora passa por um novo tratamento e volta às pistas. Em um ano de concessão, a empresa já utilizou 6 mil toneladas deste material reciclado nestes trechos.
O reaproveitamento do asfalto começa com a remoção controlada da pavimentação antiga, processo chamado de fresagem. É como se a pista fosse “raspada” com precisão, retirando apenas a parte que necessita ser renovada. “Com isso, recuperamos materiais de excelente qualidade, que voltam ao processo de forma segura e sustentável”, explica Mauricio Cavalli, gerente de engenharia da EPR Via Mineira.
Além de ser aproveitado na estrada, parte do material fresado segue armazenada em áreas controladas e será utilizada no novo ciclo de obras programado pela concessionária, como a implantação da balança de pesagem em movimento, novas unidades da Polícia Rodoviária Federal, ponto de parada e descanso para caminhoneiros e obras de ampliação da via, tanto no revestimento asfáltico quanto nas camadas de base do pavimento.
ECONOMIA CIRCULAR
A reciclagem do asfalto é um exemplo prático de economia circular aplicada à infraestrutura. “O que antes seria resíduo volta à pista como parte de um processo que valoriza o uso inteligente dos recursos e reforça nosso compromisso com uma infraestrutura moderna e sustentável, que contribui para uma convivência mais segura entre todos que circulam pela BR-040”, conclui Cavalli.
A iniciativa é importante e vem chamando a atenção de diversas indústrias que operam nas rodovias do país. Isso porque todo o processo de produção da massa asfáltica, desde o início, emite gases perigosos e contaminantes no ar, até porque são necessárias altíssimas temperaturas.
Uma outra solução, além da reciclagem, está na mudança de material. Muitas empresas, especialmente no exterior, têm utilizado o concreto como alternativa mais sustentável de pavimentação.
PETROBRAS
Aqui no Brasil, a Petrobras tem se dedicado a pesquisas em asfaltos mais sustentáveis. Em 2023, a companhia lançou o Cimento Asfáltico de Petróleo CAP Pro W 30/45, que pode ser aplicado com temperatura reduzida e assim gera economia de energia na etapa de usinagem (preparação do concreto asfáltico), diminuindo em cerca de 65% a emissão de gases de efeito estufa.
Segundo a Petrobras, com a aplicação do asfalto em temperaturas mais baixas, estima-se uma redução em cerca de 70% dos chamados “fumos” do asfalto (vapores gerados pela alta temperatura do produto) minimizando a exposição dos trabalhadores envolvidos diretamente na atividade.
FONTE: PORTAL IG



