Depois de apresentar uma queda de 42,5% no lucro líquido em 2015 frente
a 2014, ao passar de R$ 1,19 bilhão para R$ 684 milhões, o grupo
siderúrgico Gerdau já inicia 2016 com o pé no freio. Além de um volume
de investimentos 35% inferior ao previsto para este ano, estão em estudo
alternativas como paradas técnicas da produção – já ocorridas no
exercício anterior ¬, além de readequação dos ativos à nova realidade do
mercado que pode incluir formação de joint ventures, venda e até
fechamento de parte das operações, segundo o diretor¬ presidente da
empresa, André Gerdau Johanpetter. “Não temos decisões tomadas mas
seguimos na reavaliação dos ativos na busca de melhor rentabilidade para
cada um deles”, disse o executivo ontem, em teleconferência de
divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2015 da companhia.
A produção do aço no mundo teve redução de 2,8% em 2015 e a utilização
da capacidade instalada passou de 73,4% em 2014 para 69,7% no exercício
passado. No caso da Gerdau, esse indicador está entre 65% e 70%. Mas,
apesar do cenário mundial desafiador, o principal motivo para que a
empresa apresentasse queda foi o mercado interno. No Brasil, a demanda
por aço despencou no último ano em função de menor atividade na
construção civil e no setor automotivo.
Planta de Ouro Branco
Boa parte dos investimentos foi direcionada para os três principais
projetos que são a construção da aciaria na Ar-gentina, a entrada em
operação da planta de perfis estruturais do México e a instalação do
laminador de chapas grossas na usina de Ouro Branco. Esse último terá
início de operação antecipada para julho deste ano. A programa-ção
inicial era que o equipamento entrasse em funcionamento no fim deste
ano. A capacidade instalada será de 1,1 milhão de toneladas de chapas
grossas por ano, que será adicionada a 800 mil toneladas que o outro
laminador, que iniciou atividades em 2013, pode produzir. Dessa forma, a
capacidade do grupo em aços planos será de 1,9 mi-lhão de toneladas.
Apesar da maior capacidade produtiva, Gerdau admite que 2016 é um ano de
incertezas e, possivelmente, de desempenho negativo para o setor em todo
o mundo. Por essa razão, a empresa está passando por uma revisão dos
ativos, com possíveis vendas ou fechamento de parcerias. As paradas
técnicas que ocorreram ao longo de 2015 deverão ser mantidas neste
exercício. Dentre as prioridades para o ano estão a geração de caixa
livre, redução dos custos, restrição dos investimentos e da alavancagem
financeira.
Fonte:Diário do Comércio