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Após “tropa de choque” barrar investigação na Câmara, denunciante leva caso ao Ministério Público, TCE-MG e Justiça Eleitoral

Em Desterro de Entre Rios, o clima político segue tenso após mais uma denúncia contra o prefeito Wagno Almeida Duarte (Waguinho) ser rejeitada pela maioria dos vereadores. Pela segunda vez em menos de 20 dias, a Câmara Municipal impediu a abertura de uma comissão processante, decisão atribuída por opositores à “tropa de choque” que atua em defesa do chefe do Executivo. A nova representação, protocolada em 11 de novembro, foi apresentada pelo advogado Ênio Cota Madalena e apontava supostas irregularidades relacionadas à Lei Municipal nº 1.332/2021. A norma, sancionada pelo próprio prefeito durante seu primeiro mandato, retirou da Câmara a competência para aprovar loteamentos, transferindo integralmente a atribuição ao Executivo.

O denunciante sustenta que Waguinho teria interesse direto no setor imobiliário local, citando sua suposta participação societária na Imobiliária Residencial Campo Verde Ltda. Segundo o documento, loteamentos da empresa teriam sido aprovados por decretos assinados pelo vice-prefeito, mesmo sem afastamento formal do prefeito, o que levantaria suspeita de conflito de interesses. A denúncia também critica a nomeação de um parente do prefeito para cargos estratégicos, inclusive na comissão de fiscalização de loteamentos.

Assim como na primeira tentativa de outubro, a base do governo na Câmara rejeitou a criação da comissão processante por 6 votos a 2, impedindo que a investigação avançasse dentro do Legislativo.

Denunciante recorre a outros órgãos de controle

Após a derrota política na Câmara, o autor da denúncia encaminhou o caso a outros órgãos fiscalizadores. Segundo ele, as representações já foram:

  • Apresentadas ao Ministério Público, que abriu investigação;
  • Protocoladas no Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG);
  • Encaminhadas à Justiça Eleitoral, onde também seguem para análise.

O outro lado

Nas redes sociais, o prefeito Waguinho afirma que sua gestão atua com transparência e que as acusações fazem parte de uma perseguição política. Ele também informou ter acionado a Justiça contra o denunciante, alegando exposição indevida de sua família. “Não há nada incorreto”, declarou.

Cenário político acirrado

Com duas denúncias rejeitadas pela Câmara em menos de um mês e desdobramentos agora nas mãos de órgãos externos, a crise política se intensifica em Desterro de Entre Rios. O caso segue em apuração e deve continuar movimentando o debate público na cidade.

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