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Realidade chocante: Lafaiete investe o dobro em saúde mesmo sendo a cidade mais pobre do ranking regional


“Outros municípios vivem essa mesma realidade — um exemplo é Conselheiro Lafaiete, onde o prefeito Leandro administra uma cidade cinco vezes maior que Congonhas, porém com um orçamento inferior. Essa comparação evidencia o tamanho das restrições orçamentárias frente a desafios históricos.” A fala fala do Vice-Governador, o Professsor Mateus Simões, em um encontro recente de Prefeitos da Cidade Administrativa, sinteiza o cenário darmático da realidade orçamentária de Lafaiete, diante de desafios de infra-estrutura de décadas.

Um levantamento sobre indicadores financeiros de 28 municípios mineiros revela que Conselheiro Lafaiete enfrenta um cenário peculiar. Apesar de registrar o segundo maior esforço fiscal em saúde, o município aparece nas últimas posições quando analisada a renda per capita, o que limita em muito sua capacidade de investimento por habitante.

Os dados mostram que Lafaiete possui a menor renda per capita entre os municípios avaliados, chegando a R$ 3.670,78 em 2024. Barbacena e Congonhas, usadas como referência comparativa, apresentam realidades opostas. Barbacena registra R$ 5.365,37 e Congonhas lidera a lista com expressivos R$ 19.937,77. Mesmo com receitas mais modestas, Lafaiete direciona 36,61% da sua base de cálculo para a saúde. O percentual é o segundo maior entre os 28 municípios pesquisados, superando com folga o mínimo constitucional de 15%.

Na prática, este esforço indica que grande parte dos recursos disponíveis é destinada à manutenção da rede de saúde local e regional, que atende uma população fixa estimada em 138 mil habitantes. Além, da população flutuante de aproximadamente 50 mil habitantes, somados aos moradores provindos dos outros 20 municípios da microrregião.

A comparação direta com Barbacena evidencia esse contraste. O município vizinho investe apenas 15,22% da sua base de cálculo em saúde, percentual mais baixo do ranking, mesmo possuindo uma população estimada menor e receita maior que a de Conselheiro Lafaiete. Como consequência, apresenta o menor gasto per capita: R$ 338,28. Em Lafaiete, o investimento por habitante chega a R$ 777,91, mais que o dobro, ainda que permaneça distante das cidades com maior capacidade financeira.

O cenário é ainda mais distinto quando a análise envolve Congonhas. Com uma renda per capita quase cinco vezes maior que a de Lafaiete, Congonhas alcança o maior gasto por habitante entre todos os municípios avaliados: R$ 3.193,34. Mesmo destinando um percentual menor de sua receita à saúde (28,84%), o volume total investido é impulsionado pela forte arrecadação local, refletindo em serviços melhor financiados.

O comparativo expõe a realidade de cidades de médio porte com baixa receita própria, como Lafaiete. Assim, o município demonstra esforço significativo para manter sua estrutura de saúde, porém a limitação financeira reduz o impacto desse investimento na prática. A disparidade também evidencia a dependência de políticas robustas de redistribuição de recursos estaduais e federais para equilibrar o atendimento entre municípios com capacidades econômicas tão distintas como os apresentados.

Fonte: TCE

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