Mesmo com queda de 25% na audiência desde 2020, o Jornal Nacional mantém o comercial mais caro da TV: R$ 1,044 milhão por 30 segundos, ainda alcança 20 milhões de pessoas por dia e pode faturar R$ 30 milhões em uma única edição, mesmo sob pressão de streaming e redes.
Em 2025, o comercial de 30 segundos no Jornal Nacional custa R$ 1.044.000, de acordo com a tabela mais recente enviada pela TV Globo ao mercado publicitário, consolidando o telejornal como o espaço mais valorizado da televisão aberta brasileira. O reajuste coloca o JN no topo da lista de programas com maior valor de tabela para anunciantes que querem aparecer em horário nobre.
Mesmo com leve queda de audiência, o telejornal deve encerrar 2025 com média de 22,3 pontos, abaixo dos 29,8 pontos registrados em 2020, mas ainda atinge cerca de 20 milhões de pessoas diariamente, volume considerado mais do que suficiente para manter contratos milionários e o interesse contínuo de grandes marcas que buscam alcance em massa.
Preço do comercial dispara e passa de R$ 1 milhão
O valor do comercial no Jornal Nacional não apenas permanece alto como foi recentemente reajustado. Em outubro, o preço de tabela para 30 segundos era de R$ 971,8 mil.
Agora, o espaço passou a custar R$ 1.044.000 por 30 segundos, ultrapassando a barreira simbólica de R$ 1 milhão e reforçando a posição do JN como o anúncio mais caro da TV aberta no país.
Na prática, isso significa que cada inserção publicitária de meio minuto no intervalo do telejornal é tratada como um ativo de alto prestígio.
A tabela comercial enviada ao mercado publicitário deixa claro que o Jornal Nacional é a vitrine número 1 da Globo, especialmente para campanhas institucionais, lançamentos nacionais e marcas que dependem de grande escala.
Audiência em queda, mas comercial segue valorizado
O aumento do preço do comercial acontece em um contexto de retração de audiência. De acordo com dados da Kantar Ibope, o Jornal Nacional deve fechar 2025 com média de 22,3 pontos, meio ponto abaixo do ano anterior.
Nos últimos cinco anos, o telejornal saiu de 29,8 pontos, em 2020, para o patamar atual, o que representa uma perda de cerca de 25% do público nesse período.
Essa queda, porém, não é exclusiva da Globo. Todas as grandes emissoras de TV aberta enfrentam o mesmo movimento de migração de público para redes sociais, plataformas de streaming e outros ambientes digitais.
Mesmo assim, o JN ainda fala diariamente com cerca de 20 milhões de pessoas, número que continua extremamente relevante para qualquer anunciante que busca visibilidade ampla e imediata.
Uma única noite pode render até R$ 30 milhões
Com o novo valor de tabela para cada comercial e a grande quantidade de anunciantes interessados, uma única edição do Jornal Nacional pode gerar até R$ 30 milhões em faturamento.
O cálculo leva em conta múltiplos intervalos comerciais ao longo do telejornal, somando diferentes inserções de marcas que disputam espaço em um dos horários mais nobres da televisão brasileira.
Para a Globo, esse potencial de faturamento transforma o JN em um dos principais motores de receita da programação diária.
Em uma única noite, a emissora pode arrecadar o equivalente a grandes campanhas inteiras de outras plataformas, apenas com a soma dos anúncios exibidos durante o telejornal.Play Video
Patrocínios fixos reforçam o poder comercial do JN
Além dos espaços avulsos de 30 segundos vendidos na tabela padrão, o Jornal Nacional também conta com contratos de patrocínio que garantem receita recorrente.
Um exemplo citado no mercado é o de um banco digital que paga R$ 15 milhões por mês para ter sua marca exibida de forma fixa durante o telejornal.
Esse tipo de acordo mostra como o comercial no JN vai além de inserções pontuais.
Os patrocínios anuais reforçam a presença de determinadas marcas junto ao público e ajudam a Globo a manter um fluxo estável de receita, mesmo com as oscilações naturais de investimento publicitário ao longo do ano.
Quanto custa o comercial em outros programas da Globo
Embora o Jornal Nacional lidere com folga, outros programas jornalísticos e de variedades da Globo também movimentam cifras elevadas na venda de comercial de 30 segundos.
Segundo a tabela mais recente, os valores são:
- Hora Um (madrugada): R$ 36.100
- Bom Dia Brasil: R$ 158.000
- Jornal Hoje: R$ 298.700
- Praça TV 2ª edição: R$ 609.793
- Globo Repórter: R$ 454.500
- Fantástico: R$ 716.800
- Jornal da Globo: R$ 114.200
A comparação deixa claro o tamanho da diferença. O comercial do Jornal Nacional custa várias vezes mais do que o de outros telejornais da casa, incluindo o Bom Dia Brasil, o Jornal Hoje e o próprio Jornal da Globo.
Até mesmo programas de grande prestígio, como o Globo Repórter e o Fantástico, têm valores significativamente inferiores ao do principal telejornal da emissora.
Troca de apresentadores e força do horário nobre
A Globo também tem trabalhado a renovação de imagem do Jornal Nacional. A troca de apresentadores realizada neste ano ajudou, segundo fontes do mercado, a revalorizar comercialmente a faixa de exibição do telejornal, reforçando sua atratividade para marcas que querem associar sua imagem a credibilidade, tradição e grande alcance.
Com contratos anuais, foco em horário nobre e alta concentração de publicidade na faixa noturna, a emissora mantém o JN como sua vitrine mais lucrativa.
Mesmo em um cenário de profundas transformações no consumo de mídia, o principal telejornal da casa continua sendo o produto que concentra o maior interesse dos anunciantes e o maior ticket médio por inserção comercial.
TV aberta em transformação, mas ainda central para grandes marcas
O movimento de queda de audiência, acompanhado pela migração para redes sociais e streaming, obriga as emissoras a rever estratégias, formatos e modelos de negócio.
Apesar disso, o Jornal Nacional mostra que a TV aberta ainda ocupa um espaço central nos planejamentos de mídia de grandes empresas, sobretudo quando se trata de campanhas nacionais e de grande impacto.
Para essas marcas, pagar mais de R$ 1 milhão em um único comercial ainda faz sentido quando o objetivo é falar com dezenas de milhões de pessoas ao mesmo tempo, em um ambiente de alta credibilidade e grande repercussão.
Em paralelo, a Globo segue reforçando sua presença em plataformas digitais, mas sem abrir mão do poder de fogo do seu principal telejornal.





