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As 50 cidades brasileiras mais citadas nas redes sociais em 2025 (sem capitais)

Não existe hoje uma base aberta, padronizada e auditável que consolide, para todos os municípios brasileiros, uma contagem anual de menções em redes sociais por cidade. Plataformas profissionais de monitoramento conseguem fazer esse tipo de mensuração, mas as bases completas costumam ser pagas, variam conforme a cobertura de cada rede e não são publicadas integralmente em formato comparável. Diante dessa lacuna, esta reportagem não apresenta “contagens oficiais de posts” por município. Em vez disso, publica um ranking estimado com base em sinais públicos verificáveis que, na prática, se correlacionam com atenção e circulação digital de nomes de cidades ao longo do ano.

O ponto de partida é que a conversa digital sobre cidades costuma ser puxada por dois motores. O primeiro é estrutural: lugares mais populosos e com maior centralidade econômica e de serviços geram conversa contínua — notícias locais, mobilidade, consumo, agenda cultural, trabalho e debates públicos que circulam além das fronteiras municipais. O segundo motor é episódico e visual: destinos de viagem e cidades associadas a experiências compartilháveis produzem picos de interesse e de publicações, especialmente em feriados, férias e temporadas.

Como o ranking foi calculado

A lista foi construída por um Índice Composto de Atenção Digital (ICAD-2025), com janela de 1º de janeiro a 15 de dezembro de 2025 e recorte exclusivo de municípios não capitais. O ICAD combina quatro eixos: base demográfica como proxy de volume cotidiano de conteúdo; intenção de viagem e turismo como proxy de picos de atenção; experiências e atrações com alto potencial de recomendação e compartilhamento como proxy do que tende a viralizar; e regras de limpeza para padronizar nomes, evitar duplicidades e excluir capitais estaduais e o Distrito Federal.

Na prática, a camada demográfica puxa para cima grandes polos urbanos não capitais, em especial regiões metropolitanas e centros regionais. Já os eixos de turismo e experiência funcionam como aceleradores: elevam cidades que, apesar de menores em população, concentram procura sazonal e grande produção de conteúdo visual, sobretudo em redes de vídeo curto.

Ferramentas de referência e por que elas importam

Ferramentas internacionais de social listening como Talkwalker, Brandwatch e Meltwater são o padrão de mercado para medir menções a termos geográficos em redes sociais e em mídia online, aplicando filtros por período, idioma, país e deduplicação. Na prática, elas permitem transformar “nome de cidade” em séries históricas de citações e comparar participação relativa na conversa ao longo do tempo. Como esses dados completos são proprietários e não ficam disponíveis publicamente de forma integral, o ICAD foi desenhado para aproximar o mesmo objetivo com fontes abertas: ele reproduz a lógica de cruzar volume estrutural com gatilhos de pico, sem afirmar acesso a bases fechadas.

O que aparece no topo e o que isso sugere

O topo do ranking é dominado por grandes municípios não capitais, sobretudo em áreas metropolitanas e em polos regionais consolidados. Isso é coerente com a dinâmica da conversa cotidiana: são cidades em que temas locais aparecem diariamente nas redes, de serviços públicos a trânsito, de vida cultural a consumo. A presença de vários municípios do entorno de São Paulo e do Rio de Janeiro reforça o peso da rotina metropolitana. Ao mesmo tempo, polos regionais fora do eixo Sudeste entram por centralidade econômica e de serviços, funcionando como referência para grandes áreas do interior.

A partir do meio do ranking, o padrão se mistura. Cidades grandes seguem presentes, mas destinos turísticos e municípios de lazer ganham espaço por causa do componente de picos. Em redes sociais, o efeito “temporada” pesa: uma cidade pode ter menos volume cotidiano do que um polo industrial, mas concentrar semanas inteiras de publicações quando vira destino de férias, feriado prolongado ou tendência de viagem.

O papel do turismo, do litoral e das experiências em 2025

Esta versão do ranking dá mais peso ao que costuma render conteúdo visual e ser recomendado em cadeia: praias, montanhas, cidades históricas, parques aquáticos e experiências ao ar livre. Por isso, destinos como Gramado, Campos do Jordão e Foz do Iguaçu aparecem com posição alta no bloco final, junto de lugares associados a turismo de sol e mar e a roteiros curtos de fim de semana.

A camada de “experiências” foi pensada para capturar o que costuma virar vídeo curto e guia de recomendação. Quando uma atividade entra no radar do público, o nome da cidade tende a acompanhar: em títulos, legendas, descrições, comentários e listas do tipo “o que fazer”. Esse mecanismo ajuda a explicar por que municípios médios conseguem entrar no Top 50 mesmo sem ter o peso demográfico dos grandes centros.

Limitações e como ler a lista

O ranking não é uma auditoria direta de posts por município. Ele é uma estimativa transparente de atenção digital, útil para comparar cidades não capitais sob uma lógica que combina volume urbano e gatilhos de viralização. A principal limitação é que “citação” pode ocorrer sem texto — por geolocalização, imagem ou contexto — e isso não é capturado de forma uniforme em dados abertos. Outra limitação é que o acesso às plataformas muda com políticas e formatos de publicação, o que impede uma contagem pública anual completa e padronizada.

A leitura recomendada é jornalística: o Top 50 aponta os municípios não capitais que, em 2025, reuniram condições mais fortes para aparecer com frequência na conversa digital, seja por densidade urbana e centralidade regional, seja por turismo e experiências altamente compartilháveis. Para uma contagem direta de menções em redes, seria necessário um relatório proprietário de social listening, com critérios de coleta e cobertura explicitados.

Clique em uma cidade acima para abrir o texto aqui embaixo.

FONTE: REVISTA BULA

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