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Revitalização de sítio histórico de uma das primeiras usinas do Brasil abre perspectivas para o turismo em Miguel Burnier

Pintura das Casas Miguel Burnier_Foto Luiza Magalhaes (31)
Pinturas resgatam beleza e história de Miguel Burnier


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Gerdau Açominas promoveu um seminário será o ponto de partida para definir qual a destinação da Usina Wigg após o processo de restauração e quais os interesses da comunidade de Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto, em relação ao espaço. Os encontros foram realizados nos dia 22 e 23.

O evento apresentou a comunidade o plano de ação para o projeto de restauração e musealização da usina, executado pela Empresa.

Em outra frente de promoção do distrito, até o mês de dezembro, a comunidade receberá uma série de ações que incentivam a troca de saberes, tradições e cultura locais. A atividade de recuperação visual de moradias e áreas urbanas tem como objetivo intensificar o bem-estar social e resgatar a vitalidade cultural do distrito. Até o fim do ano, dez casas passarão por uma restauração estética com pintura das moradias, coordenada pelas professoras da oficina de pigmentação Ana Célia Teixeira e Rachel Falcão. Para isso, está sendo feito um levantamento em que os moradores façam as escolhas de cores para o processo de pintura. As tintas artesanais são produzidas no próprio distrito à base de cal e pigmentos naturais, como a terra.

A revitalização das moradias em Miguel Burnier que o projeto é desenvolvido pela Fundação de Arte de Ouro Preto | FAOP e coordenado pelas duas professoras da Instituição (Rachel Falcão e Ana Célia Teixeira).

A história

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Miguel Burnier viveu apogeu coma mineração e veio a decadência; comunidade busca perspectivas para escrever uma nova págína de sua história

O processo de recuperação histórica inicia um grande trabalho de trazer perspectivas econômicas para o distrito. Burnier foi um das primeiras siderúrgicas, fundada em 1893, a funcionar no Brasil. Já a Estação Ferroviária, construída 1897, ligava a nova Belo Horizonte à Ouro Preto e ao Rio de Janeiro, assim ao resto do mundo. A ferrovia e mineração impulsionaram a economia da região.

Em 1969, a usina foi desativada e lugarejo caiu no abandono, vivendo o êxodo. Assim é o ciclo da riqueza proveniente da mineração: após viver tempos áureos veio esquecimento. O sítio histórico e arqueológico se tornou ruínas e grande parte da história de Minas e do Brasil aos poucos se perdia. A história local serve como exemplo hoje para muitas cidades da região que experimentam o crescimento dependente de uma atividade econômica.

Há quase 3 anos a Gerdau retomou a produção minerária em Miguel Burnier e a expansão trouxe esperança de recuperação econômica para a região.

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Igreja do Sagrado Coração de Jesus

Os projetos e planos constituem em projeto de sinalização e interpretação, arqueologia, museológico, conservação e restauração de bens históricos. A previsão é que o projeto esteja finalizado no decurso do segundo semestre de 2018.

A destinação do sítio histórico de Miguel Burnier ainda está sendo discutida com a comunidade, porém o Plano Museológico irá fornecer subsídios relevantes para esta questão. A Usina Wigg é um dos marcos históricos da metalurgia brasileira, com sua revitalização poderá ajudar a fomentar o desenvolvimento das comunidades do entorno. Entre as medidas compensatórias, a Gerdau se comprometeu a recuperar e revitalizar o conjunto siderúrgico da Usina de Wigg, o acervo cultural e arquitetônico de Miguel Burnier, entre os quais o Templo do Sagrado Coração de Jesus, a Estação Ferroviária, inaugurada no final do século XIX.

A intenção é que o distrito de Miguel Burnier adquira uma nova dinâmica socioambiental, econômica e cultural, desenvolvendo atividades no turismo. Estudos históricos e arqueológicos já foram desenvolvidos nas ruínas da Usina Wigg visando recuperar o acervo e regastar a memória local.

Estratégia

A área a ser minerada em Miguel Burnier é estratégica, pois está localizada apenas a 9 km do beneficiamento e transformação do minério de ferro em aço – Usina Artur Bernardes em Ouro Branco.

Miguel Burnier tem uma população total de 779 habitantes, conta com uma escola e um posto de saúde e não há sistema de água nem esgoto. Foram propostos programas ambientais como educação e comunicação ambiental e sinalização e normatização de veículos.

Fotos:Reprodução/Luiza Magalhaes

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